Os comunistas controlavam praticamente todos ou quase todos os sindicatos, sendo este domínio
político-ideológico obtido pela presença, nos pontos-chave de suas diretorias, de marxistas
convictos. O presidente - um homem de fachada - poderia ser um inocente útil, o que era
aconselhável sob certos aspectos exteriores.
As ligações intersindicais já estavam sendo tentadas regionalmente desde 1960 com o Pacto de
Unidade e Ação (PUA), o Conselho Intersindical de Trabalhadores (Consintra), o Fórum Sindical de
Debates e outros organismos.
Em 1962 já estava organizado o Comando Geral dos Trabalhadores, o espúrio e famoso CGT.
Tudo isso ao arrepio da lei, com a covarde conivência do Presidente da República, que apareceu
publicamente, em 1963, no Comício da Cinelândia, no Rio, ao lado dos dirigentes do CGT, dando
seu aval a um órgão ilegal. Na época, pactuando com a agitação, o Ministro do Trabalho fez retirar
da Consolidação das Leis Trabalhistas a proibição à criação de órgãos intersindicais, legalizando
tudo.
j) O combate à subversão
O combate à subversão trouxe-nos séria dificuldade, pois não possuíamos uma estrutura adequada à
luta no campo da guerra revolucionária.
A repressão estava entregue praticamente, naquela época, às polícias Civil e Militar, de relativa
eficiência em nossas conspirações domésticas, mas completamente ineficazes em se tratando de
enfrentar o terrorismo nas suas investidas urbanas e combater as guerrilhas rurais.
Razões e fatores plenamente justificáveis não lhes davam condições para uma atuação de maior
valia, além de uma cooperação corajosa e interessada.
Já abordei este assunto com apreciável desenvolvimento em páginas anteriores e não pretendo
revolvê-lo novamente. No entanto, é preciso ficar bem claro que a luta nessa área subversiva tem
características específicas que exigem métodos e atividades peculiares à sua excepcionalidade, de
uma guerra muito diferente da convencional, um conflito em que as estruturas e os processos
convencionais são paliativos, quando não inócuos.
Constituindo-se a guerra revolucionária fundamentalmente um confronto de idéias e
reivindicações - e exatamente por isso -, o seu corpo de combatentes estará sempre dominado pela
convicção da justiça e grandeza de sua causa. Tal estado de espírito, resultado de longo e cuidadoso
preparo psicológico, induz o lidador à intolerância, à violência e, finalmente, às cruentas refregas.
Somente as Forças Armadas - pelas bases cívica e técnica de sua formação - poderiam reunir
contingentes capazes de arrostar, em qualquer situação, a escalada marxista que por pouco não se