Sabor Club - Edição 36 (2020-01)

(Antfer) #1

26 | Sabor. club [ ed. 36 ]


O caminho para a criação do Bufê Mari Vidal
seguiu os passos da cozinheira de forma natural e
inevitável. A vocação para os festejos e o tato nas
relações pessoais criaram o serviço concorrido nos
casamentos e festanças da sociedade carioca. “Nunca
segui tendências, sempre cozinhei o que gosto e
desde o início deu certo.”
A afinidade com a cozinha vem dos tempos da
infância no Leblon, quando subia no banquinho

para bater o creme do pavê com a mãe, mas os
primeiros gols marcados vieram como advogada em
período profissional em Washington D.C.
“Havia jantares corporativos nos melhores
restaurantes e eu comia prestando atenção em cada
ingrediente, imaginando os preparos e tentando
reproduzir. Cozinha é assim, tem gente que vem
com o chip”, reflete.
Um dia começou a preparar suas marmitas
diárias e cozinhar para aniversários da família,

ouvindo perguntas do tipo: nossa, que bufê foi esse
que você contratou? Eram as deixas para o início do
que chamou de “vida de verdade”, com o tênis no
lugar do salto. E textos certamente mais divertidos
do que as letras jurídicas.
“Precisava continuar a escrever de outra forma
e criei um blog chamado Saboreando Histórias.
Sempre fui rata de livraria e aprendi quase tudo
sobre cozinha mergulhada em livros.”

Mas houve ótimos professores pelo caminho,
como o grande amigo Pierre Landry. Depois de aulas
com o chef francês, Mariana começou a fazer com
ele almoços e jantares caseiros a quatro mãos, e volta
e meia ainda se encontram perto do fogão. “Minha
base é cozinha francesa, onde tudo começa.”
E avisa: Paris será a próxima parada. Ela embarca
em janeiro para um novo livro em parceria com
a fotógrafa Isabel Becker. “O steak tartar e boeuf
bourguignon estão garantidos.”

“Não tenho pretensão de rebuscar, quero ver as pessoas
felizes cozinhando, respaldadas por receitas bacanas”

“Mulheres precisam de chocolate”
Autora dá dicas para os homens que querem cozinhar para elas
Mariana fala em seus livros de problemas que pode ter com as feministas ao expor sua opinião: casar é o
sonho de toda mulher. E elas devem aceitar galanteios à moda antiga, mas sem dar moleza aos amados.
A estes, dedica um capítulo e aponta “erros graves”. Da preguiça de abrir o vinho aos que querem cozinhar
“no estilo Rodrigo Hilbert”, sem lavar a louça. No fim, uma receita afrodisíaca: peras bêbadas de vinho do Porto
com um ingrediente infalível em versão apimentada. “Mulheres precisam de chocolate”, diz.
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