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solitário consiga apoio de manu-
tenção sempre próximo de onde
estiver, em um ambiente onde até
os mais acanhados aeródromos
operam por regras IFR (voo por
instrumentos), geralmente com
procedimentos Rnav (Rotas de
Navegação Aérea), com rampa de
aproximação.
No Brasil, no entanto, pilotar
jatos aprovados single-pilot
envolve algumas dificuldades.
A começar pelo despacho
operacional. Nesse momento, o
comandante tem de desempe-
nhar uma série de tarefas, que
vão desde a retirada do avião
de dentro do hangar, passando
pelas inspeções previstas antes
do voo, o estudo da condição
meteorológica, a elaboração do
plano de voo, até o recebimento
dos passageiros e suas bagagens,
o carregamento com cálculo de
posição do centro de gravidade e
o abastecimento.
O piloto provavelmente tam-
bém rebocará o avião, carregará
malas, entre diversas atividades
físicas. Isso tudo sem falar nos
cuidados que deverá prover aos
passageiros, cujo descuido na
área operacional já custou a vida
de alguns. Poderá, ainda, enfren-
tar dificuldades adicionais com o
proprietário da aeronave, no caso
de uma eventual insistência em
expor a aeronave a um peso de
decolagem acima do previsto.
A antecipação no horário
de chegada desse piloto solo ao
despacho operacional vai impac-
tar no volume total da jornada
profissional, a ser registrada no
diário de bordo. Se o trabalho
de planejamento desse piloto
começa na noite anterior ao voo,
haverá no futuro uma provável
discussão de cunho trabalhis-
ta em relação à carga mensal
prevista no contrato de trabalho.
Além disso, e principalmente, a
segurança de voo pode ser afeta-
da, uma vez que tanto o cansaço
físico como o mental, provocados
pelo despacho operacional traba-
lhoso, depreciam o desempenho
cognitivo na operação da aerona-
ve e seus sistemas.
AVIÔNICA DIGITAL
Nos novos projetos para piloto
solo, a operação já vem sendo
simplificada com a ajuda de
Jatos modernos
podem ser
pilotados por
apenas uma
pessoa. Mas a
complexidade
dos despachos
operacionais e dos
espaços aéreos já
saturados pode
sobrecarregar um
tripulante solitário,
mesmo que bem
treinado