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A navegação aérea
se tornou mais
amigável com os
moving maps, mas
se o piloto solo não
tiver intimidade
com o uso desses
dispositivos, eles
podem atrapalhá-lo
valendo do sinal de satélites.
No entanto, a qualidade dessa
navegação é diferente para cada
região do mundo, em razão
das condições da ionosfera e
das variáveis de latitude (mais
próximos dos polos ou da linha
do Equador). Por isso, ao longo
das décadas de 2000 e 2010, a
Icao estabeleceu outro conjunto
de normas para certificar a infra-
estrutura de sistemas suplemen-
tares de compensação.
Tais sistemas têm a pro-
posta de informar os recep-
tores de navegação GNSS do
valor do erro de navegação em
cada região do planeta – são
os chamados Satellite Based
Augmentation System (SBAS).
A partir de 2006, praticamente
todos os novos navegadores já
incorporavam esse novo recep-
tor SBAS. Hoje, o SBAS cobre
regiões da América Central,
América do Norte, Europa,
Índia e Japão. Nessas regiões,
considerando a precisão de na-
vegação GNSS já melhorada, é
possível realizar procedimentos
de aproximação Rnav GNSS
com rampas que imitam um
glide slope de um ILS.
PRECISÃO
Os chamados glide paths po-
dem levar as aeronaves a uma
decision altitude (D.A.) de 200
pés de altura, equivalente a um
procedimento ILS CAT I. Mas,
no Brasil, as D.A. dos procedi-
mentos Rnav GNSS estão ainda
acima dos 400 pés de altura
devido à menor precisão no
alinhamento das aeronaves na
aproximação final com a pista,
entre outros fatores.
No ambiente operacional
brasileiro, os glide paths são
produzidos pela aviônica digital
a partir de leituras de altitudes
vindas dos altímetros, uma
vez que a altimetria GNSS não
oferece precisão suficiente. Já
para os grandes aviões de linha
aérea, equipados com suplemen-
tação de navegação baseada em
VOR e/ou DME, somados ou
não de equipamentos de navega-
ção inercial, já estão disponíveis
procedimentos de precisão mais
críticos, chamados RNAV GNSS
“AR” (Autorização Requerida).
Os procedimentos Rnav
GNSS AR propiciam aproxi-
mações finais sinuosas, em que
arcos de curva são seguidos por
pilotos automáticos especiais, de
forma a contornar o relevo ou
evitar sobrevoo de áreas críticas,
resistindo a rajadas de ventos
fortes sem se desviar de suas tra-
jetórias. O mais conhecido deles
é o procedimento que leva à ca-
beceira 02 do aeroporto Santos
Dumont (SBRJ). A sinuosidade
da aproximação final evita o Pão
de Açúcar e permite à aeronave
se estabilizar na final a ponto de
estar apta a descer a uma D.A.
de 305 pés.
Os aviões novos, de pequeno
porte, conseguiriam realizar tais
procedimentos? Provavelmente
não. Embora contem com recep-
tores do sistema SBAS, o Brasil
ainda não é coberto com sinal
válido de SBAS. Mas os grandes
aviões se utilizam de outros
meios de suplementação, como
já dissemos, os VOR/DME e
Inercial. Sabendo disso, o Decea
vem aumentando o número de
antenas emissoras de VOR e
DME ao longo das rotas mais
utilizadas pelas companhias
aéreas. Portanto, os receptores
de SBAS podem ser um grande
diferencial para a operação dos
modernos aviões de pequeno