Aero Magazine - Edição 309 (2020-02)

(Antfer) #1

MAGAZINE 309 | (^63)
chegar a mais de 100 aviões) e,
também, de o programa abrir
caminhos para novos projetos e
parcerias.
OS PLANOS DA BOEING
A Boeing Brasil - Commer-
cial ficará responsável pela
planta industrial de São José
dos Campos e pela produção,
comercialização e suporte
da família E-Jet, incluindo a
nova versão E2, assim como
pelo suporte a todo portfólio
de aviação comercial. A joint
venture poderá contar com um
completo time de engenharia,
que esteve ligado a projetos
importantes e inovadores da
empresa – como o próprio E2,
o C-390 e o Praetor.
Ainda que alguns de-
monstrem temor de que a
Boeing possa tornar a unidade
brasileira uma mera monta-
dora de aviões, considerando
a capacidade de engenharia da
Embraer, parece pouco prová-
vel que isso ocorra. “O capital
empregado na absorção de mão
de obra altamente qualificada
coincide com a necessidade [da
Boeing] de ampliar e oxigenar
seu time de engenheiros”, avalia
Olavo Gomes. A Boeing deverá
utilizar os escritórios no Brasil
para desenvolver novas tecno-
logias, assim como para apoiar
as equipes norte-americanas
nos projetos em andamento.
Um dos temores dos
sindicatos brasileiros é uma
desmobilização da produção no
Brasil, com a transferência das
linhas de montagem para os
Estados Unidos. Nesse sentido,
é preciso lembrar que a Airbus
passou a montar no Alabama
o A220 destinado ao mercado
regional norte-americano. Ou
seja, uma possível montagem
final dos E-Jets nos Estados
Unidos seria um processo na-
tural, especialmente para evitar
taxas de importação e reduzir o
custo de produção final. Entre-
tanto, a fabricação das estrutu-
ras continuaria ocorrendo no
Brasil pela própria cadência da
linha de produção.
“Uma nova linha de monta-
gem final se justifica com mais
vendas e foco no mercado dos
Estados Unidos, mas não teria
sentido manter duas linhas
de produção de estruturas e
sistemas”, avalia Gomes. “A
aviação de negócios já conta
com uma montagem final
na Flórida, mas a estrutura
continua sendo feita no Brasil.
A Airbus produz estruturas na
Europa e monta alguns A320
nos Estados Unidos e na China;
é um processo natural em um
mundo globalizado”.
A expectativa é que a
conclusão do processo de se-
paração da unidade de aviação
comercial da Embraer ocorra
até meados de 2020.

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