MAGAZINE 309 | 65
O
MAIOR
BIMOTOR
DO MUNDO
A
Boeing promoveu
neste início de 2020
a decolagem inaugu-
ral do seu mais novo
avião, o 777-9X.
Após alguns contratempos, o
jato cumpre agora uma extensa
campanha de ensaios em voo, que
prevê o acréscimo de mais aerona-
ves de teste no programa. O novo
“triple seven” é o maior avião bi-
motor do mundo, com capacidade
para voar por 13.500 quilômetros
(7.285 milhas náuticas), o suficien-
te para interligar quase todas as
principais capitais do mundo sem
escalas. Em configuração de duas
classes, o 777-9 poderá transpor-
tar até 426 passageiros, apenas
30 a menos do que levavam os
antigos Jumbo 747-200.
LEGADO DO 777-300ER
O programa 777X enfrenta
desafios significativos. O principal
deles recai sobre a versão de me-
nor capacidade e maior alcance,
o 777-8, que terá de repetir o
sucesso de vendas do seu irmão
mais velho, o 777-300ER, hoje o
modelo preferido pela maioria
das empresas aéreas do mundo
em rotas de longo curso. Parte das
dificuldades de vendas do Airbus
A380 e do 747-8 Intercontinental
se deve ao sucesso do 777-300ER.
Lançada no início dos anos
2000, a versão 300ER oferece um
alcance de 13.649 quilômetros
(7.370 milhas náuticas) e uma
capacidade média de 350 passa-
geiros na configuração usual de
três classes – podendo chegar a até
550 passageiros em classe única
ou 396 em duas classes. Em pouco
tempo, ele se tornou imbatível
nas rotas onde até então reina-
vam os gigantes quadrimotores.
Ao contrário dos A380, o 300ER
pode operar em aeroportos com
restrições de espaço no pátio e não
exige alterações na infraestrutura
aeroportuária.
Ao desenvolver uma versão ER
(Extended Range) da série 300, a
Boeing solucionou um dilema do
777 original, que oferecia grande
capacidade, mas tinha alcance
relativamente curto. Ao conciliar
alcance e capacidade, o modelo foi
Com voo inaugural do 777-9, Boeing consolida o
plano de manter a hegemonia da família ‘triplo
sete’ em rotas internacionais
POR | EDMUNDO UBIRATAN