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Em Setembro de 2017, as alunas de Chibok que
frequentavam a AUN passaram de 24 a 130. As
jovens habituaram-se à vida calma de estudo e
oração. Em Chibok, não havia computadores
portáteis nem ioga ou noites de karaoke. Em
Yola, as salas recreativas estavam equipadas com
televisores, sofás e frases motivadoras pintadas
nas paredes. O dormitório estava dividido em
quatro “casas”, cada uma com o nome de uma
mulher famosa.
Pouco após a chegada de Esther, outra aluna
deu-lhe o recado de Patience. Ao telefone, Esther
contou a Patience o que acontecera na floresta e
pediu-lhe que jurasse segredo. “Não deixes que
isso te trave”, aconselhou-a Patience. “Esta é a
nossa oportunidade para fazermos algo bom.”
NUM DORMITÓRIO COM QUATRO CAMAS, Esther
empilhou os livros novos nas prateleiras e esvaziou
a mala para um armário. O seu novo computador
ficou rapidamente cheio de selfies e fotografias que
Patience lhe enviou pelo WhatsApp.
Inicialmente, as novas alunas mantiveram-se
isoladas, comendo no seu próprio edifício e fre-
quentando o ginásio bem cedo, aos sábados de
manhã. Não demoraram muito a começar a jantar
na cafetaria principal e algumas assistiram a aulas
na biblioteca.
No entanto, não são alunas normais. O Boko
Haram jurara matá-las se regressassem à escola.
Há guardas a vigiarem o seu edifício que as se-
guem, sempre que elas saem. Na cidade universi-
tária, contam com um sistema de apoio disponível