JornalValor--- Página 12 da edição"16/03/2020 1a CAD A" ---- Impressapor RCalheiros às 15/03/2020@20:32:
A12|Valor| Sábado,domingoe segunda-feira, 14, 15 e 16 de marçode 2020
Especial
CenárioParaoeconomistaargentinoMiguelÁngelBrodafaltaaoseupaísumplanoparecidoaoRealdoBrasil
Argentina não tem plano de recuperação
MarinaGuimarães
De BuenosAires
“A Argentinaéumpaísanormal.
Único no mundoque era rico e fi-
cou pobre, com umadecadência
secular e uma estagnação estrutu-
ral, queotransformounum pária
no mundo.” Odiagnóstico é do
economista Miguel ÁngelBroda,
de 77 anos, um dos maisrespeita-
dos do país. Doutor pela Universi-
dadede Chicago é fundador da
consultoriaBrodaeAssociados.
Em entrevista exclusiva aoVa-
lor, ele disse que o país está no
fundodopoçoeprecisasairdoci-
clo recessivo.Na opiniãodele, o
plano econômico do presidente
Alberto Fernández visa este obje-
tivo, mas é modesto e não con-
templa o equilíbriodas contas
fiscaiscomvistasaocrescimento.
Brodadiz que a reestruturação
da dívida é chave para destravar a
economia. Prevê um desconto em
tornode 40% no valordos títulos a
serem reestruturados paraque a
dívida seja sustentável, o que difi-
cultariaasnegociaçõesearrastaria
oprocessoaté julhoou agosto.Ele
classifica a Argentina de “caloteiro
serial”, masacredita quehaverá
umacordocomoscredores.
No entanto, elereconhece que a
emergência da pandemia da co-
vid-19 podecomplicar as negocia-
ções da dívida. Alémdisso, a pers-
pectiva de uma recessão global em
consequência das medidas drásti-
cas queos governos em todo o
mundoestão adotando paracon-
ter aepidemia vão manter aeco-
nomiaargentinaemcontração.
Sobrearecorrência de crises na
Argentina, Broda dizque o país
temumproblemaestrutural,queé
querer viveracima dos recursos
que têm. Para sair dessadinâmica,
afirma, a Argentina precisa de um
planoparecidoaoRealnoBrasil.O
economista argentino é um admi-
rador do país, ondeviveu durante
quase 10 anos —1972 a 1981, co-
mo professorda Universidadede
SãoPaulo(USP),substituindooex-
ministrodaFazendaDelfimNetto.
“Comoumfilhobrasileiropor-
que o Brasil é minha segunda Pá-
tria, desejo que o País vá muito
bem!”, afirmou com saudades.
Brodaelogiou Paulo Guedes edis-
se que temeum eventualenfra-
quecimentodoministrocomapa-
ralisaçãodasreformasadministra-
tiva e tributária. Leia os principais
trechosdaentrevista:
Valor:Por queo mercado critica
tantoo planoeconômicodominis-
tro daEconomia,MartínGuzmán?
Por quehátantadesconfiançae o
quefaltaexatamente?
Miguel Ángel Broda:Eu creio
que a Argentina tem três proble-
mas importantíssimos. Éoúnico
país no mundo que era rico e ficou
pobre. Tem uma decadênciasecu-
lar. Há 100 anos, tínhamos o PIB
per capita de um país desenvolvi-
do ehoje temos um terço ou me-
nos do PIB per capita médio dos
países desenvolvidos. O segundo
problemaé que temos uma estag-
naçãoestrutural.OPIB do quarto
trimestre de 2019é igualao do
quarto trimestre de 2010. Isso im-
plica em um PIB per capita 11%
menor. E terceiro,estamos em re-
cessão,nofundodo poço. Necessi-
tamossairdociclorecessivo.
Valor:E qualé o problemado
programaeconômico?
Broda:Oproblema é que o pro-
grama do governo visaunicamen-
te a sair da recessão,reativar aeco-
nomiaeredistribuirarenda.Émo-
desto, emergencial paraatender
problemasconjunturaisecomfor-
tes raízes ideológicas. O denomi-
nei HEKA:heterodoxoestrutura-
lista, keynesiano ecom um papel
muitoativo do Estadocomoele-
mento intervencionista regulador.
Eu diria que édatradição de Celso
Furtado, da CEPAL (Comissão Eco-
nômicapara a América Latinae o
Caribe), de MariaConceição Tava-
res, da Universidade de Campinas,
detantosanos,tantasdécadas...Es-
tá na antípoda de Paulo Guedes.
Parte de um princípio básico da li-
nha de [Joseph] Stiglitz de que na
etaparecessiva do ciclo épecado
mortal fazer austeridadefiscal ou
consolidação fiscal. Com apremis-
sadequenãosepodecontinuarfa-
zendo ajuste fiscalao nãoter fi-
nanciamento,isso implica numa
maiorpressão tributária e na ne-
cessidade de conseguirespaço fis-
ANTONIO PINTA/EL CRONISTA
O economista brinca que a Argentina é recordista mundial de crises macroeconômicas,com15 nos últimos50 anos,e que seu país tambémé um “caloteiro serial”
Fontes: BCRA, Indec e FMI. Elaboração: Valor Data. * Períodos 2015 e 2016comdadosde IPCNu, GBAe Congresso
** Expectativade mercado
Argentinateminflaçãoalta...
Variaçãoanualdos preçosao consumidor*,em %
0
10
20
30
40
50
60
2000 02 09 15 16 20
-0,
40,
7, 70
18,70*
39,80*
40,00**
Fontes:BCRA e FMI.Elaboração:Valor Data * Estimativa** Expectativade mercado
...e surtos de crescimento
Variaçãoanualdo PIB,em %
0
6
12
2000 0910 19 20
-5,
-3,06*
10,
-1,20**
-0,
cal reestruturando a dívida.Apri-
meira ideia fundamental do pro-
grama é que não se pode conti-
nuarreduzindoodéficitprimário.
Valor:Quaissãoasconsequên-
ciasdesteconceito?
Broda:A primeira éalta dos im-
postos e ainterrupção do processo
de redução da pressão tributária
do programa fiscal de [Mauricio]
Macri. Asegundaé aabsoluta ne-
cessidade de reestruturaradívida
para deixar maisespaço para gas-
tar. Areestruturação da dívida é
chave, masno casoargentinoa
abordagem é contrária em relação
as reestruturações comuns,que
primeirodeterminam qualoes-
forçofiscal necessáriopara rees-
truturar.ParaaArgentinanãoéas-
sim,porque [o governoFernán-
dez] acha que não podemais fazer
ajuste fiscal. E, partindo disso, cal-
cula o quesobra para pagar adívi-
da. Provavelmente odéficit primá-
rio desteano vai subiremcompa-
raçãoaoanopassado.
Valor:O senhorquerdizerentão
queGuzmánvaiproporumdescon-
to muitomaiornovalordadívida
doqueelevinhasugerindo?
Broda:Provavelmente fará uma
oferta comum descontomuito
importante enão se pode descar-
tar que [as partes] não cheguema
um acordo. Reestruturar a dívida é
crucial paraevitar instabilidade e
volatilidade financeira que impe-
diriam atingir oobjetivo modesto
de reativação cíclica. Ver como se
resolve o problema da dívida éo
primeiro obstáculodo programa
econômico.Isso é um pontode in-
flexão. Como nãoterá superávit
primário, o Banco Central vai emi-
tir dinheiro. E precisa ter um forte
controle cambial paraque o supe-
rávit comercial seja maior quea
demandaporturismo,poupançae
para pagar jurosedividendos. As
reservas disponíveis são de US$ 8
bilhões a US$ 9bilhões, do total
brutode US$ 44 bilhões. Oplano
[do governoFernández]depende
de que se mantenhaum grande
superávit comercialedacompra
de US$ 8 bilhões a US$ 10 bilhões
este ano para reforçar as reservas e
pagardívida. Vamos dependerda
prudência do BC parasaber se a
políticamonetária serámoderada
ou exageradamente expansiva e
estas três condiçõesiniciais do
programaconjunturalnoslevama
outraconsequência muito impor-
tante: Argentina vai conviver com
altastaxasdeinflação.
Valor:Qualseriaotamanhodo
desconto queogovernodevepropor
aoscredoresparadarsustentabili-
dadeà dívidaargentina?
Broda:Para isso provavelmente
usaremos todos os instrumentos:
postergarpagamentos, tantode
juros comode capital, incluindo
descontosnos juros e no capital.A
dívida em mãosdos credores pri-
vadosépequena,menosde50%do
PIB. Vamos reestruturar por nossa
decisão de nãodar continuidade
ao ajustefiscal. Devemoscami-
nharpara descontos da ordemde
40%. Aí é muito importante oFMI
[FundoMonetárioInternacional]e
eu creio que oFundoestádisposto
afazer um novoacordo ‘standby’
com a Argentina por nossa impos-
sibilidade de fazerum planoEx-
tendedFacility[linhadecréditodo
FMI de prazo maislongoecusto
mais baixo] porquenão queremos
fazer reformas trabalhista, da pre-
vidênciaenãoqueremos abrir a
economia.Temosaideiadedesdo-
larizar a Argentina, mas a Argenti-
na só vai poder se desdolarizarde-
pois de 20 anosde estabilidade,
nuncaporumdecreto.
Valor:Osenhorvêumnovode-
faultdaArgentina?
Broda:Eu não descartoum ce-
nário no qual não se reestrutura a
dívida. Creio que não éocenário
maisprovável,mas éumcenário
possível. Os títulos da dívida sobe-
rana têm cláusula de ação coletiva,
se não tivessem, o default seria o
caminhomaisprovável.Mas já te-
mostítulostãodesvalorizadosque
éprovávelquealgunsfundosespe-
culativos estejamcomprando al-
guns dos mais de 30 diferentes bô-
nus que temosepossam produzir
umbloqueionasnegociações.
Valor:Atéquandoopaístemfô-
legoparalevarumanegociação?
Broda:Podemos negociar a re-
estruturação da dívida em dólares
mantendo os pagamentosque es-
tamos fazendo hojeaté julho ou
agosto, mas não mais que isso. Em
termos de pesos, entre março eju-
nho ogoverno temque pagar ven-
cimentosde586 bilhões de pesos,
que representam 32% da base mo-
netária. Serão quatro mesesquase
semrespirar.
Valor:Segundoasuaanálise,a
Argentinaestálongedaestabilida-
de e docrescimento...
Broda:Bom, este não éum pro-
grama de estabilidade ecresci-
mentocomo oReal do Brasil ou o
programa[deestabilizaçãoeconô-
mica] de 1985 de Israel ou a Con-
versibilidade [câmbio fixo, 1992-
2002]ou atémesmoparteinicial
do Plano Austral da Argentina
[1985]. Esteéumprogramade re-
duçãomuitogradualdataxadein-
flação.Eaí aparece avisãoestrutu-
ralista da inflação,onde paraeste
pessoal, ainflação éproduto da
inércia inflacionária, indexação,
ou dos gargalos ou do poderde
oligopólio emonopólio da oferta
debens.Nessaabordagemapolíti-
ca monetária tem um papel super
secundário. Sendo assim,vamos
ter maiscontroles, vamoster algo
que temosfeito efracassado nos
últimos50 anosporqueissoéuma
repetição do que já passou na Ar-
gentina,nãosónaArgentina.
Valor:Por queos ciclosde crisese
repetemnopaís?
Broda: Na Argentina há esta
ideia de que tropeçamos sempre
com a mesmapedra, mas não. Tro-
peçamossemprecoma mesma
montanhade pedras. Esta ideia de
conviver com inflação alta nos le-
vará ataxas de inflaçãodaordem
de 40% ao ano,eisso com tarifas
públicas congeladas de luz, gás e
gasolina. Eu tenhoasensaçãode
que esta convivência com a infla-
çãonostransformaemumpaísab-
solutamenteanormal.Em toda
América Latina, a inflação éde3%-
4%,ataxadejuroséde4%-5%,oris-
copaíséde150-200[pontos-base].
Nós temos50% de inflação,40% de
taxa de juros e risco país acima de
2.200 pontos-base, ou seja, somos
um país anormal. Fazer um pro-
grama de estabilidade ecresci-
mentosério implica emter um
conjunto de reformas que esta
orientaçãoheterodoxa[do atual
governo]nãopermitefazer.
Valor:Masporquenãoconsegue
sairdadecadência?
Broda:A Argentina é recordista
mundial de crises macroeconômi-
cas, nos últimos 50 anosteve15. A
médiana região deve ser de cerca
de três. Porquê? Muito simples:
tratamosde viver acima de nossos
recursos. Gastamosmaisdo que
arrecadamos. Nos financiamos
emitindodívida externa que em
algum momentotem quese pa-
gar,emuitas vezesadotamos con-
troles de capital que geraramuma
falta de dólares. Nossosproblemas
são muitomais de desequilíbrios
fiscais. Na década de [Carlos] Me-
neme [Domingo]Cavallo [1989-
1999], tivemos uma chancede sair
dessa decadência. Com Macri tam-
bém,mas a má gestão da política
macroeconômicadelefrustrou es-
sas expectativas ecolocaramas
ideiaspró-mercadoemdescrédito.
Em outras palavras e com inveja:
ter umaequipe comoa de Paulo
Guedes vai demorar muito, graças
aMacri. Eesperemosque oenfra-
quecimento que vemos do minis-
tro brasileiro nãosetransforme
emalgomais.
Valor:OqueaArgentinaprecisa
parasairdessaeternacrise?
Broda:Um planoparecidoao
Real [do Brasil] que reconheçaque
somosumpaísbi-monetário. Ago-
ranãotemosmaisdéficitemconta
corrente e fizemos um esforço im-
portante em reduzir odéficit pri-
mário.Claramente opaís tinha
condições muito favoráveis para
fazerum programa de estabiliza-
ção e crescimento com a nova Pre-
sidência. Em todos os ladosestes
bonsprogramas nãosó permiti-
ram baixar abruptamenteataxa
de inflação a2%, 3%, 4% ao ano,
mas tambémproduziram cresci-
mentoeforammuito exitosos pa-
raospolíticosqueofizeram.
Valor:Planos baseados nares-
ponsabilidadefiscale emreformas
estruturais...
Broda:Obviamente.Nãone-
cessitamosas reformasestrutu-
rais do consensode Washington,
necessitamosoque paísescomo
Peru, Colômbia eBrasil fizeram.
Nessespaísespodehaver proble-
ma políticoou social,mas nin-
guémduvidade que vão manter
ataxa de inflaçãoeque oBanco
Central tem objetivosque serão
“
Temos50%de
inflação,40%de
taxa de juros e
riscopaísacima
de 2.
pontos-base,ou
seja,somosum
paísanormal
cumpridos.Sãopaísesmacroe-
conomicamente estáveis e, na
verdade,o mundoé macroeco-
nomicamenteestável.Nóssomos
umaexceção.Encontrarpaíses
com esta volatilidadede inflação
ede PIB,édificílimo. Depoisda
Venezuelanão encontramosal-
goparecido.AGréciacaiuum
pouquinho maisque aArgenti-
na,masoqueacontececonoscoé
inadmissível,intolerável.
“
Nãocreio que
verei uma
Argentina
normal,não há o
que se apaixonar
pelaArgentina,
massempre há
oportunidades
Valor:O senhordissequepreocu-
pacomumdesgastedePauloGue-
des.O queo senhorquerdizer?
Broda:Estamos muito preocu-
padoscomaparalisaçãodarefor-
maadministrativa e, sobretudo,
tributária, e com o fato do Brasil
ter, nos últimos tempo,um presi-
dente que não vemos atuando
ativamente para que as reformas
de Guedes saiam. Um eventual
enfraquecimento do ministro
Guedes é umamá notícia para o
crescimento do Brasil porque au-
mentaa incerteza.Claramente
não bastouareforma da previ-
dência.Eliminar os riscos de um
grande paíssério com problemas
estruturais de magnitude exige
um contínuo processo de avanço
nascoisasqueestãomal.
O melhorcenáriopara o Brasil
éque não tenhaum desgastede
Paulo Guedes.Nessecaso,vejo
que Uruguai, ParaguaieBrasil
vão tratarde baixaras tarifasex-
ternascomuns[TEC]efazeracor-
dos de livre comérciocom todo o
mundo.AArgentina está em ou-
tro canale aí temosum conflito.
Os modelos heterodoxossempre
querem colocar travas à abertu-
ra. Vejo problemas para oMerco-
sul porqueos outrostrês mem-
bros estãoem uma direçãoe nós
estamosemoutra.Temosproble-
mas de políticaexternaimpor-
tantes,com desentendimentos
com[o presidentedos EUA Do-
nald]Trumpecom [o presidente
brasileiroJair]Bolsonaro.
Valor:Umavançodostrêssócios
nestadireçãoisolariaa Argentina?
Broda:A Argentina hoje, eu di-
go isso com enorme dor, é um pá-
ria no mundo. Opeso relativo da
Argentina tem caído em funçãode
seus fracassos econômicos. Não é
uma boanotícia que outros quei-
ram baixar tarifas ese integrar ao
mundoenósnão.
Valor:Quala suaprevisãoparaa
economiabrasileira?
Broda:A contínuarevisãoda
medianada [pesquisasemanal
do BC] Focus de crescimentodo
Brasilaindaé muitootimistaem
relação ao nosso prognóstico
[BrodaeAssociados]que é de
1,8%.Acreditamos que oBrasil
vaicrescermenosqueoconsenso
atual[1,99%,segundoapesquisa
Focusdestasemana].
Valor:Emquemedidaa correção
dasperspectivasdoBrasilafetaa
Argentinae vice-versa?
Broda:Hojeo maior problema
quetemoséadesaceleraçãodoPIB
mundialproduto da epidemia do
novocoronavírus,quepodelevara
uma recessão mundial. Eu não es-
peroque a perda no primeiro tri-
mestre seja absolutamente recu-
perada no segundo. O contexto in-
ternacional se deteriorou. Se isso
for transitório,nos afetará menos,
mas se for maispermanente vai
afetaros dois países.Sem dúvida
ummenorcrescimentodoBrasil—
que entre parêntesesfaz muitos
anosque não cresce —éuma má
notíciaparaaArgentina.
Há uma grande incerteza sobre
a duração da pandemia eoc usto
em termos do PIB mundial. Se a
economia mundial tiver uma que-
da adicional de 1% em relação ao
que se esperava em dezembro eo
Brasil tiver umaqueda de 0,6%-
0,8% —um cálculo muitoprovisó-
rios —, as perdas com aquedano
fluxo de turistas, exportações, pro-
duçãodepetróleoedeautomóveis
enoconsumointerno,aArgentina
poderá ver uma queda adicional
de 1% a 1,5% de seu PIB.Em lugar
deterumaquedade1%,queestava
prevista antesda crise, teriauma
queda de entre 2% a 2,5% Tudo são
complicações que esta crise global
gerouà reestruturação da dívida.
Valor:Emsuaspalestrasno exte-
rior,oqueémaisdifícildeexplicar
sobrea Argentina?
Broda:Oquemaismecustaex-
plicaréporqueestamosemdeca-
dência,tendorecursosnaturais e
humanos.Digo:veja,não creio
quevereiumaArgentinanormal,
não há oque se apaixonarpela
Argentina,mas semprehá opor-
tunidadesnaArgentina.