sentimentos e reflexões em ebulição. Assim,
somandoessaprofusãodeaspectosaoobjetivo
do personagem, é possível assegurar uma
dimensãoprofundaaosdramasdonossoherói,
que tem sua jornada como um processo de
amadurecimento. Por isso, gosto tanto das
narrativas comingofage e bildungsroman.
5. Escrever e fazer filmes, o que quer
mostrar,transmitir?
Gosto de ouvir e contar histórias, pouco me
importandocomsuaveracidade.Interessa-mea
verossimilhançae,acimadisso,afaíscaqueuma
narrativaécapazdemeacender.Omeuprazer
estánatransmissãodesaberesedesuafruição
atravésde umanarrativa, algo que antecede a
literaturaeo cinema,repousaemum passado
muito distante. Através das minhas histórias,
busco (re)encontrarapureza,o alumbramento
de um primeiro olhar diante do mundo, e
propor uma experiência catártica a quem se
aproximadaminhaobra,principalmente,amim
mesmo. Ainda que se trate de um propósito
abstrato,por vezes, enigmático,não invalidaa
suabusca.Suasimpleshipótesejámebasta.
6. Vive em Portugal há mais de 5 anos.
Comoéviveretrabalharforadopaís?
A vinda para Lisboa se deu no intuito de
estudar,cheguei comumadata de retorno ao
Brasil.No entanto, ao longo desses anos, fui
criando laços afetivos e profissionais numa
cidade tranquilae, aomesmo tempo, pulsante
em muitos aspectos, especialmente, nas artes.
Lancei o meu último romance, O Mundo nos
Cabia, naFeiradeLivrodeLisboa,em 2021 ,e,
naturalmente, outros vínculos seguem sendo
tecidos dia a dia. Aguardo, admito, com um
poucodeansiedade,oqueofuturomereserva,
oqueessahistóriatemparanarrar.