O Estado de São Paulo (2020-03-19)

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B8 Economia QUINTA-FEIRA, 19 DEMARÇODE 2020 OESTADODES.PAULO


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23.8”
IPS

Vinicius Neder / RIO


As medidas iniciais para mitigar


os efeitos da crise econômica


provocada pelo novo coronaví-


rus foram no sentido correto, se-


gundo economistas ouvidos pe-


lo Estado, mas alguns deles pon-


deram que os valores poderão


ser insuficientes. Também men-


cionam dúvidas sobre a forma


como os benefícios poderão ser


implementados.


Algumas ações já tinham sido


anunciadas na segunda-feira.


Ontem, a principal novidade foi


o lançamento de um novo


benefício assistencial, espécie


de “voucher” temporário de


cerca de R$ 200 por mês para


trabalhadores informais.


Na visão do diretor do Centro


de Políticas Sociais da Funda-


ção Getúlio Vargas (FGV So-


cial), Marcelo Neri, o governo


acertou ao usar o Cadastro Úni-
co do Ministério da Cidadania

como ponto de partida do novo


benefício social. Mas, a partir de


agora, será preciso ajustar as po-


líticas “ao longo do tempo”, pre-


ferencialmente tentando focar


nos mais pobres. Neri não acha


o valor de R$ 200 ao mês baixo


para iniciar o programa. “O Bra-


sil tem situação fiscal séria, e a


duração da crise não é conheci-


da. O melhor é começar de bai-


xo para cima, com velocidade.


Primeiro, os beneficiários do


Bolsa, depois os registrados no


Cadastro Único, para, então,


chegar aos informais.”


Para focar nos mais pobres,


nas famílias que estão em extre-


ma pobreza, Neri acha que,


além de incluir mais beneficiá-


rios que estão na fila para rece-


ber o Bolsa Família, como já
anunciado, o governo deveria

reajustar imediatamente o bene-


fício. Nas contas de Neri, o bene-


fício médio do Bolsa Família, ho-


je em R$ 191 por mês, precisaria


de um reajuste de 18,8% para ter


o mesmo poder de compra do


fim de 2014.


Já o coordenador do Observa-


tório de Política Fiscal do Insti-


tuto Brasileiro de Economia da


FGV, Manoel Pires, afirma que


será um desafio operacionalizar
o novo benefício para os traba-

lhadores informais. Usar a rede


do INSS, por exemplo, poderá


ser ineficiente, dado que antes


mesmo de a crise econômica se


agravar, o órgão vinha encon-


trando dificuldades em conce-


der benefícios. Recorrer ao Ca-


dastro Único é uma boa saída,


mas serve apenas para atingir os


trabalhadores mais pobres.


BRASÍLIA


De fora do primeiro pacote


de ações do governo contra a


crise, os trabalhadores infor-


mais serão contemplados


com uma ajuda de R$ 200


mensais, durante três meses,


na tentativa de amenizar os


impactos da desaceleração


da economia com o avanço


do novo coronavírus no País.


O auxílio emergencial deve al-


cançar até 20 milhões de brasi-


leiros e não poderá ser acumula-


do com outros benefícios so-


ciais, como Bolsa Família e o


BPC, pago a idosos e pessoas


com deficiência de baixa renda,


nem com aposentadoria, pen-


são ou seguro-desemprego.


A medida foi anunciada após


o governo pedir o reconheci-


mento do estado de calamidade


pública, como antecipou o Esta-


do. A ação abre caminho para


mais gastos, incluindo os R$ 15


bilhões de desembolso com o


auxílio aos informais. O valor


total do plano anticoronavírus


anunciado até agora chega a R$


169,6 bilhões.


O dinheiro será depositado


na conta bancária do beneficiá-


rio ou poderá ser resgatado por


meio de um cartão virtual a ser


desenvolvido pelos bancos pú-


blicos. O “voucher”, como é cha-


mado esse “vale” para os traba-


lhadores informais, foi desenha-


do para atender aos brasileiros


que trabalham de forma autôno-


ma ou na informalidade e po-


dem perder renda com a desace-


leração da economia.


“O povo sai da rua, não tem


ninguém mais tomando táxi? O


chofer de táxi pode passar na


Caixa Econômica Federal, ou


no (posto do INSS) mais próxi-


mo, ou (pedir) virtualmente”,


disse o ministro da Economia,


Paulo Guedes. Além de motoris-


tas de táxi ou de aplicativo, dia-


ristas e outros grupos de traba-


lhadores correm risco de ficar


sem perspectiva de renda com a


paralisia cada vez maior da eco-


nomia.


O auxílio também será pago


para microempreendedores in-


dividuais que se enquadrem co-


mo integrantes de famílias de


baixa renda. Na prática, famí-


lias com renda de até meio salá-


rio mínimo por pessoa (R$


522,50) ou renda total de até


três salários mínimos (R$


3.135,00) poderão pleitear a aju-


da. Esses são os critérios de in-


gresso no Cadastro Único, base


que servirá de referência para o


pagamento do “voucher”.


O benefício é individual. Por
exemplo, se uma família com

quatro pessoas ficar sem renda,


todos os maiores de 18 anos rece-


berão a ajuda de R$ 200 mensais,


caso ainda não sejam assistidos


com outro benefício social. “Isso


assegura manutenção (das con-


dições) de quem está sendo víti-


ma do impacto econômico. Não


recebem nada de ninguém, é


uma turma valente sobreviven-


do sem ajuda do Estado e são atin-


gidos agora”, afirmou Guedes.


Segundo o IBGE, são 40,8 mi-


lhões de trabalhadores infor-


mais, incluindo os que atuam


sem carteira no setor privado e


no trabalho doméstico e os que


atuam por conta própria (dos


quais 19,3 milhões sem nenhum


registro, como um CNPJ de mi-


croempreendedor individual).


Eles representam 43,3% dos


ocupados no País.


Aéreas. O governo também


anunciou que as empresas aé-


reas terão um prazo maior, de


até 12 meses, para devolver aos


passageiros os valores pagos


em bilhetes de viagens que fo-


ram canceladas por cauda do


agravamento da epidemia do


novo coronavírus. “É uma medi-


da importante em termos de flu-


xo de caixa”, disse o ministro da


Infraestrutura, Tarcísio de Frei-


tas. Já os consumidores ficarão


isentos de penalidades contra-


tuais se aceitarem receber o


crédito para usar na compra de


outra passagem.


Empresas do setor aéreo tam-


bém serão autorizadas a adiar o pa-


gamento de tarifas. Parcelas das ta-


rifas de navegação aérea que ven-


cem em março, abril, maio e ju-


nho, ficam postergadas para se-


tembro, outubro, novembro e de-
zembro, respectivamente. / IDIANA

TOMAZELLI, MARLLA SABINO,

AMANDA PUPO, DANIEL WETERMAN,

JUSSARA SOARES, ADRIANA

FERNANDES, ANNE WARTH e

LORENNA RODRIGUES

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS Montadoras fecham fábricas e adiam investimentos. Pág. B12}


Câmara aprova


decreto de


calamidade


l‘Desumano’


Especialistas falam em ajustes para medidas


l ‘Valentes’


Camila Turtelli / BRASÍLIA


Sem contabilizar os votos, depu-


tados aprovaram de forma sim-


bólica o pedido de reconheci-


mento de calamidade pública


enviado pelo governo federal


diante da pandemia de corona-
vírus. A proposta precisa ainda

passar pelo Senado. O texto


aprovado foi o relatório do de-


putado Orlando Silva (PCdoB-


SP). Houve um acordo entre to-


das as lideranças para aceitação


do relatório.


A Lei de Responsabilidade


Fiscal (LRF) prevê que, decreta-


do estado de calamidade, ficam


suspensos os prazos para ajuste


das despesas de pessoal e dos


limites do endividamento para


cumprimento das metas fiscais


e para adoção dos limites de blo-


queios do Orçamento.


Na prática, a medida dá mais


liberdade para o governo am-


pliar os gastos para enfrentar a


pandemia, sem precisar cum-


prir a meta fiscal, que permitia


rombo de até R$ 124,1 bilhões.


Estimativas mais atuais apon-


tam que as contas públicas de-


vem fechar no negativo em R$


200 bilhões para bancar todas


as medidas no combate à crise.
O relator incluiu no texto a

criação de uma comissão parla-


mentar para acompanhar a exe-


cução do Orçamento durante a


crise. “Vamos acompanhar de


perto a utilização desses recur-


sos”, disse o relator do projeto.


O colegiado será composto


por seis deputados e seis sena-


dores. A comissão realizará reu-


niões mensais com o Ministé-


rio da Economia.


Valor e forma como será


feito pagamento de


novos benefícios são


alguns dos pontos


citados por economistas


“Pensa num informal que


ganha na faixa de R$ 1,7 mil


a R$ 2 mil por mês. Aí o


governo vai dar R$ 200 pro


cara? É desumano.”


José Luís Oreiro


PROFESSOR DA UnB

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Governo


promete


R$ 200 para


informais


“Isso assegura manutenção


(das condições) de quem


está sendo vítima do


impacto econômico.


Não recebem nada de


ninguém, é uma turma


valente sobrevivendo sem


ajuda do Estado e são


atingidos agora.”


Paulo Guedes


MINISTRO DA ECONOMIA


Benefício anunciado pelo governo vai valer


por três meses e ter custo total de R$ 15 bi


Abrangência. Ministro Guedes anunciou que o microempreendedor individual de baixa renda também receberá o auxílio

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