OESTADODES.PAULO QUINTA-FEIRA, 19 DEMARÇODE 2020 Economia B
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Douglas Gavras
“Eu já nem sei se tenho mais
medo de ficar doente ou de fi-
car sem trabalho”, resume o
entregadorDanielAprigio,de
27anos–trêsdelestrabalhan-
docomaplicativos.“Nãocon-
sigo ficar sem os R$ 2 mil que
ganho por mês. É pouco, mas
éoquesustentaaminhafamí-
liahoje.Ospedidosaindacon-
tinuam, mas podem cair. Es-
tou bem preocupado.”
Os efeitos do coronavírus na
economia, que têm derrubado
mercados ao redor do mundo,
devem ser ainda mais cruéis pa-
raotrabalhador informal.Aesti-
mativa inicial é que os brasilei-
ros sem carteira assinada te-
nham uma queda de no mínimo
10% na renda neste trimestre
em relação ao mesmo período
do ano passado. Mas essa que-
da, claro, pode crescer muito
com o avanço dos casos.
O cálculo é de Daniel Duque,
pesquisador do Instituto Brasi-
leiro de Economia, da Funda-
ção Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Ele ressalta que a epidemia não
vai afetar formais e informais
da mesma maneira. “Quem é
formal tem salário fixo e é mais
fácil a empresa receber do go-
vernoalgumamedidaparacom-
pensar a perda de demanda.”
Já os informais, ele lembra,
têm remuneração associada ao
aquecimento do comércio e dos
serviços. “Como ganham pro-
porcionalmente ao serviço que
eles prestam, o impacto na de-
mandavaiafetar a remuneração
dessas famílias. E a falta de vín-
culos legais dificulta a adoção
de medidas compensatórias.”
Esses trabalhadores têm ten-
tadobuscar alternativas.Profes-
sora de ioga há 12 anos, Valéria
Serafim, de 35 anos, passou a
oferecer a opção de aulas onli-
ne, para quem está preocupado
como coronavírus.Elatambém
vai oferecer descontos para
quando o pico da doença pas-
sar,casoalgumaluno decidapa-
rar as aulas por enquanto.
EuzébioSantos,de31anos,to-
mouumadecisão:fezuma com-
pra grande no supermercado,
arrumou as malas e vai sair da
capital paulista para passar pe-
lo menos 15 dias em um sítio em
Cunha, interior de São Paulo,
com a mulher e o filho, de três
anos.Osalunos paraquemdava
aulas particulares de redação
em casa de agora em diante vão
fazer o curso pela internet.
Aplicativos.No caso dos que
dependem do trabalho via apli-
cativos, como Rappi, iFood,
UbereCabify,oimpactoégran-
de, já que o número de brasilei-
ros nessa situação explodiu nos
últimos anos. Segundo o Insti-
tuto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), antes da reces-
são, entre o primeiro trimestre
de 2012 e o último de 2014, a
média de crescimento de traba-
lhadores informais era menor
para ostrabalhadores de aplica-
tivos (0,6% ao ano) do que para
osquetrabalhampor contapró-
pria (1,9% ao ano).
Após a recessão, do primeiro
trimestre de 2015 ao quarto tri-
mestre de 2019, no entanto, es-
se movimento se inverteu: com
o trabalho em aplicativos regis-
trando taxas de ampliação bem
maiores (9,7% ao ano) do que
oseporconta própria(2%).Um
exemploéoengenheiromecâni-
co André Oliveira, de 45 anos.
Demitido durante a recessão,
ele passou a usar o carro para
transportar passageiros, pelos
aplicativos Uber, Cabify e 99.
“Temos de olhar o setor de
serviços, que é o que mais em-
prega e o que terá o maior dano
nessa crise. A gente já está ven-
do restaurantes fechados, ima-
ginar que apenas a entrega em
residênciavaigarantirosempre-
gos dos milhares de restauran-
tes não é verdade. O governo
precisa pensar em soluções”,
afirmou o presidente da Câma-
ra, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Semdireitos.Em quatro anos,
o total de trabalhadores de apli-
cativos de transporte e entrega
de produtos aumentou em 700
mil postos de trabalho, passan-
do de 1,23 milhão em janeiro de
2015 para 1,99 milhão em abril
de 2019. Graças a esse segmen-
to, o número total do universo
detrabalhadorespor contapró-
pria atingiu o montante de mais
de 24,5 milhões de pessoas.
EntreelesestáNicolasRober-
to, de 23 anos. Fazendo entre-
gas de bicicleta há um mês, ele
espera o próximo pedido em
umpontodeencontrodeentre-
gadores na Avenida Paulista,
em São Paulo. “Está vendo esse
monte de gente aqui? Todo
mundotemfamília,contas para
pagar e nenhuma garantia. Se a
genteficadoente, ficasemrece-
ber. Simples assim.”
Alison Xavier, de 22 anos, re-
conhece que quem trabalha in-
formalmente com entregas e
transporte de passageiros está
mais vulnerável ao coronaví-
rus. “As empresas têm manda-
do recomendações para evitar-
mos contato e lavarmos sem-
pre as mãos. Um dos apps ficou
de enviar álcool e máscara, mas
no fim, a gente só pode contar
com a gente.”
O entregador Adriel Azeve-
do,de 28anos, diz que apreocu-
pação com os cuidados pes-
soaisaumentoudesdequeaOr-
ganizaçãoMundialdaSaúdede-
cretou que havia uma pande-
mia do novo coronavírus. “A
gente, que trabalha na rua, aca-
ba ficando mais exposto.”
Empresas.Procurado, o Uber
dissequepodeocorrerasuspen-
são temporária de contas de
usuários ou motoristas parcei-
ros após a confirmação de que
contraíram ou foram expostos à
covid-19. A empresa também
afirmou que vai dar ajuda finan-
ceiraporaté14 diasamotoristas
ou entregadores diagnostica-
dosouqueestiveremdequaren-
tena. Segundo a Cabify, têm si-
dofeitasrecomendaçõesdefon-
tes oficiais sobre o coronavírus
parapromover a colaboração de
todoseevitarqueovírusseespa-
lhe. O iFood anunciou a criação
de um fundo de R$ 1 milhão des-
tinado a entregadores que ve-
nham a contrair o vírus. Para os
funcionários diretos, a empresa
tem adotado o regime de home
office. Já o Rappi afirma que in-
centiva a opção de pagamento
via aplicativo, para que exista o
menor contato possível.
PANDEMIADOCORONAVÍRUS
lSem estabilidade
Agências do INSS
ficarão fechadas
por 15 dias
Gasolina e
diesel têm 9ª
queda no preço
Informal
teme mais
ficar sem
trabalho
FOTOS ALEX SILVA/ESTADÃO
“Eu já nem sei se
tenho mais medo de ficar
doente ou de ficar sem
trabalho.”
Daniel Aprigio
ENTREGADOR
“A gente, que trabalha na
rua, acaba ficando mais
exposto.”
Adriel Azevedo
ENTREGADOR
Disseminação do coronavírus ameaça mais
o brasileiro que não tem carteira assinada
Nas ruas.
Nicolas
Roberto
(acima),com
umgrupo
àesperade
pedidosna
Av.Paulista,
eAlison
Xavier(ao
lado) fazem
entregas
porapps
Idiana Tomazelli/ BRASÍLIA
O INSS suspendeu o atendi-
mento em suas agências por 15
dias, como medida de conten-
ção ao avanço do novo corona-
vírus no País. A portaria foi pu-
blicada ontem noDiário Ofi-
cialda União (DOU).
Segundo o órgão, apenas
atendimentosjá agendados pa-
ra três serviços “essenciais”
continuarão sendo prestados:
para cumprimento de exigên-
ciasde requerimentos de bene-
fícios previdenciários e assis-
tenciais, perícias médicas pre-
videnciárias e avaliações e pa-
receres sociais dos benefícios
previdenciários e assisten-
ciais.
A medida foi adotada para
“preservar a saúde dos segura-
dos”,informou o INSS. Os ido-
sos são considerados grupo de
risco para a covid-19, com pos-
sibilidade de complicações e
maior taxa de mortalidade.
Deacordo com oINSS, segu-
rados que estavam agendados
para outros serviços serão re-
marcados para data posterior
à suspensão. “Vale destacar
que o INSS informará a todos
os segurados a nova data, sem
a necessidade de novo agenda-
mento”, informou o órgão.
Mesmo os que serão atendi-
dos para os serviços essen-
ciais, para evitar aglomera-
çõesna sala de espera das agên-
cias, foi determinado que o
acesso seja limitado apenas
aos segurados agendados para
os próximos 20 minutos de ca-
da agendamento, em especial
da perícia médica.
Denise Luna/RIO
A Petrobrás vai reduzir o preço
da gasolina em 12%, ou menos
R$ 0, 18 no litro a partir de hoje
nas suas refinarias, e do diesel
em 7,5%, menos R$ 0,13. Esta é a
nona queda da gasolina e a oita-
vadodieselesteano,acumulan-
do baixas de 30,1% e 29,1% res-
pectivamente em 2020.
A queda de preços segue o
tombo no valor do petróleo no
mercado global, que ontem fe-
chounomenornível nestesécu-
lo, com cotação de US$ 20,98 o
barril para o tipo WTI e de US$
24,88 o barril o tipo Brent. No
início do ano, a commodity era
negociada a US$ 70 o barril.
O alastramento do coronaví-
rus no mundo, porém, já afetar
todas as economias. No Brasil,
aPetrobrásseráuma dasempre-
sasmaisprejudicadas,com ana-
listas já prevendo medidas que
terão de ser tomadas pela esta-
tal, como redução de investi-
mentos e prorrogação de uma
queda maior da sua pesada dívi-
da. Procurada, a empresa não
quis comentar o assunto.
Apesar da queda drástica dos
preços nas refinarias, o consu-
midoraindanãosenteesse efei-
to no bolso. Segundo dados da
Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP),aquedanas últimasqua-
tro semanas, quando a crise se
agravou, gira em torno de 1,3%
no preço da gasolina e de 3,8%
no diesel. Já o GLP 13 kg (gás de
cozinha),itemque afeta asclas-
ses mais baixas, continua sem
ajuste de preço e está 45,9% aci-
ma do mercado internacional.