meçar a colocar em prática, ainda em 1921, a
Nova Política Econômica (NEP). Tratava-se de
um ambicioso plano econômico e político, uma
espécie de projeto de reconstrução nacional,
coordenado pelo governo central e que seria
gradualmente colocado em prática nos meses e
anos seguintes. Internamente, o partido bol-
chevique, que ditava todos os rumos da socie-
dade, também passou por um intenso processo
de centralização de poder e expurgo de alas
dissidentes. Os objetivos principais da NEP
eram o crescimento da produção agrícola, re-
conquista de confiança dos camponeses, rela-
tiva liberdade no comércio e outras atividades
econômicas e estabilidade política. Também
houve incentivo à industrialização e criação de
bancos populares de crédito para cooperativas
e poupança da população.
No ano seguinte, a NEP se estendeu para
áreas como a criação dos códigos Agrário, Civil
e do Trabalho. No Congresso dos Sovietes, tam-
bém chamado de Congresso dos Deputados do
Povo e que reunia os principais líderes da nação,
Lenin, Trotski e Josef Stálin aprovaram, no dia
30 de dezembro de 1922, o projeto político mais
ambicioso da NEP e que nortearia os rumos da
nação nas décadas seguintes: a reunião de todas
as repúblicas que aderiram à Revolução de 1917
em torno do poder central de Moscou, com a
formação da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS ou CCCP, em russo).
A criação oficial da URSS seguia alguns tra-
tados de união já assinados no ano anterior
entre a Rússia com a Ucrânia e Bielorrúsia. No
congresso de 1922, a União Soviética teve apro-
vada sua formação inicial com Rússia, Ucrânia
e Bielorrússia. Muitos dos antigos territórios do
antigo Império Russo não participaram da for-
mação oficial, mas foram aderindo mais tarde.
Parte deles já era comandada pelo partido co-
munista russo, o que tornou a adesão oficial
apenas uma formalidade.
Em 1925, tornaram-se soviéticas as repúbli-
cas do Uzbequistão e Turcomenistão. Em 1929,
a do Tadjiquistão. Em 1936, as do Cazaquistão,
Quirguistão, Geórgia, Azerbaijão e Armênia.
Em 1940 foi a vez da Letônia, Estônia, Lituânia
e Moldávia. Ao longo do tempo, essas 14 nações
tornaram-se, na prática, repúblicas-satélites da
Rússia, fortemente controladas e governadas
por Moscou, onde ficava a capital da URSS e
toda a cúpula da burocracia estatal soviética.
DITADURA STALINISTA
Com a morte de Lenin, em 1924, Stalin assume
o cargo de secretário-geral da URSS (equiva-
lente a presidente), após uma grande disputa
política com Trotsky. O governo de Stalin foi o
mais longo da União Soviética, entre 1924 e
- Foi o período de maior prosperidade eco-
nômica da URSS, mas também o de maior cen-
tralismo e autoritarismo político. Nessa época
surgiram os planos econômicos quinquenais,
baseados na coletivização forçada da agricultu-
ra, na industrialização acelerada, com base na
indústria pesada, e na utilização do terror po-
lítico em larga escala. “Em relação à indústria
pesada, não se tratava apenas de reativar equi-
pamentos, mas criar todo um setor ainda ine-
xistente e que era essencial à revolução tecno-
lógica no campo, à independência da URSS e à
própria existência da revolução”, explica Aarão
Reis Filho. Entre os novos setores estavam o
químico, eletrotécnico, aeronáutico, automobi-
lístico e construção de máquinas.
Os resultados positivos não demoraram a
acontecer. Entre 1928 e 1939, a produção anual
de carvão saltara de 35 para 146 milhões de
toneladas; a de petróleo, de 12 para 32 milhões
de toneladas; a de aço, de 4 para 17 milhões de
toneladas e a de cimento, de 1,8 para 5,5 milhões
de toneladas/ano. A produção de automóveis
subiu de 7 mil para 200 mil unidades por ano;
a de máquinas/ferramentas de 2 mil para 50 mil
e a de tratores, de 1,3 mil para 51 mil. “Em pou-
co mais de dez anos, a União Soviética passa a
ser a terceira nação industrial do mundo e a
segunda da Europa”, comenta.
Ele reconhece, porém, que a indústria leve
não acompanhou o mesmo ritmo, com cresci-
mentos modestos em setores como lã, bens de
consumo, sabão etc. “O esforço concentrava-se
na indústria pesada e nos grandes projetos: bar-
ragens, centrais elétricas, siderurgia e estra-
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