108 Deus é Soberan
coisas. Conforme dissemos, escolher pressupõe aceitar um
alternativa e rejeitar outra ou outras.
Sempre há algo que leva a vontade a fazer uma escolha.)
E, se a vontade é determinada, então há algo que a determina.í
O que determina a vontade? Respondemos que é uma poderosa
força motivadora que se faz sentir sobre ela. A natureza dessa
força é diferente, nos diversos casos. Em uma pessoa, pode
tratar-se da lógica do raciocínio; em outra, pode ser o impulso
das emoções; em outra, a voz da consciência; em outra, o
sussurro do tentador; em outra, o poder do Espírito Santo.
Qualquer dessas forças motivadoras que exerça a influência
maior e que seja mais poderosa sobre o próprio indivíduo é a
que impulsiona a vontade à ação. Em outras palavras, a opera
ção da vontade é determinada por aquela condição mental
(por sua vez influenciada pelo mundo, pela carne, pelo diabo
ou pelo Senhor Deus) que possui o maior grau de tendência a
excitar a vontade. Ilustrando o que acabamos de dizer,
analisemos um exemplo simples: Numa tarde de domingo,
um amigo nosso estava com forte dor de cabeça. Visitas
deveriam ser feitas a enfermos, e ele não queria faltar; temia,
porém, que o esforço lhe agravasse o estado, ao ponto de não
poder pregar o evangelho naquela noite. Defrontava-se com
duas alternativas: visitar os doentes e arriscar-se a adoecer
ou descansar naquela tarde (e visitar os doentes no dia
seguinte), havendo a probabilidade de levantar-se com novas
forças e em condições de participar do culto noturno. Ora, o
que ajudou nosso amigo em sua escolha entre as duas
alternativas? A vontade? De modo nenhum. É verdade que,
finalmente, a vontade fez uma escolha, mas a própria vontade
foi motivada a fazer tal escolha. No caso de nosso amigo,
certas considerações apresentaram fortes motivos em favor
da seleção de uma ou outra alternativa; esses motivos foram
confrontados entre si, pelo próprio indivíduo, isto é, pelo seu
coração e pela sua mente; e foi estabelecida a alternativa que
teve o apoio de motivos mais poderosos. A decisão adequada
foi tomada, e, então, a vontade passou a agir. Por um lado,