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insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os
seus caminhos!” (Rm 11.33).
Essa doutrina torna conhecida a irreversibilidade da
vontade divina. “Diz o Senhor que faz estas cousas
conhecidas desde séculos” (At 15.18). Desde o princípio,
Deus propôs glorificar a Si mesmo “na igreja e em Cristo
Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre” (Ef 3.21).
Visando esse fim é que Deus criou o mundo e formou o
homem. Seu plano onisciente não foi derrotado com a queda
do homem, porquanto, na pessoa do “Cordeiro que foi morto,
desde a fundação do mundo” (Ap 13.8), contemplamos o
conhecimento antecipado dessa queda. O propósito de Deus
não se pode desviar pela maldade do homem desde a Queda,
segundo se percebe claramente nas palavras do salmista:
“Pois até a ira humana há de louvar-te; e do resíduo das iras
te cinges” (SI 76.10). Pelo fato que Deus é onipotente, sua
vontade não pode ser frustrada. “Os propósitos dEle se
originam na eternidade e são levados adiante, imutavelmente,
até a eternidade. Estendem-se a todas as suas obras e
controlam todos os acontecimentos. Ele ‘faz todas as cousas
segundo o conselho da sua vontade’” (Dr. Rice). Nem o
homem, nem o diabo podem resistir-Lhe com sucesso, por
isso também se lê: “Reina o Sen h o r; tremam os povos” (SI
99.1).
Essa doutrina exalta a graça divina. A graça é um
favor não merecido. E, visto que a graça é dada aos que
nada merecem, aos que merecem o inferno, e que nenhuma
reivindicação possuem diante de Deus, então a graça é livre.
Ela pode manifestar-se ao pior dos pecadores. Mas, pelo
fato de ser oferecida aos que são destituídos de dignidade
ou mérito, a graça é soberana, isto é, Deus concede a sua
graça a quem Lhe apraz. A soberania divina ordenou que
alguns sejam condenados pelos seus pecados, a fim de ficar
demonstrado que todos merecem esse fim. Mas a graça
divina intervém e retira, dentre a humanidade perdida, um
povo para o nome de Deus, para ser, durante toda a