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instruções para que ela se declarasse sua irmã. Abimeleque,
pensando que Sara fosse solteira, mandou trazê-la para junto
de si. Então vemos como Deus exerceu seu poder para proteger
a honra de Sara: “Respondeu-lhe Deus em sonhos: Bem sei
que com sinceridade de coração fizeste isso; daí o ter impedido
eu de pecares contra mim, e não te permiti que a tocasses”
(Gn 20.6). Não fosse a intervenção divina, Abimeleque teria
irazido sobre Sara grave opróbrio; mas o Senhor o impediu,
não permitindo que Abimeleque cumprisse a intenção do seu
coração.
Acontecimento semelhante se vê na maneira como os
irmãos de José o trataram. Devido à preferência que Jacó
tinha por esse filho, os irmãos de José o odiavam e, quando
imaginaram que o tinham sob o seu poder, “conspiraram contra
ele para o matar” (Gn 37.18). Mas Deus não permitiu que
eles cumprissem os seus maus desígnios. Primeiramente,
convenceu Rúben a libertar José das mãos de seus irmãos e,
então, levou Judá a sugerir que José fosse vendido aos
ismaelitas que por ali passavam; e estes o levaram para o
Egito. Foi Deus quem, deste modo, restringiu os irmãos de
José; e isto se torna evidente das próprias palavras de José,
quando, anos mais tarde, revelou sua identidade a seus irmãos
e disse: “Não fostes vós que me enviastes para cá, e, sim,
Deus” (Gn 45.8).
A influência restringente que Deus exerce sobre os
ímpios se exemplifica de modo notável na pessoa de Balaão,
o profeta subornado por Balaque para amaldiçoar os israelitas.
Não se pode ler a narrativa inspirada sem descobrir que,
deixado a agir por conta própria, Balaão aceitou prontamente
e de bom grado a oferta de Balaque. Porém, Deus lhe restringiu
os impulsos do coração como se vê no que ele próprio disse:
“Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como
posso denunciar a quem o Senhor não denunciou?... Eis que
para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso
revogar” (Nm 23.8,20).
Deus não só exerce influência restringente sobre