que você venha a franzir os olhos.
Mergulha va-ga-ro-sa-men-te por trás
das montanhas apenas para dizer
“estouaqui”.Nãoteimaemarranharo
corpo,muitomenosaalma.Osraiosde
sol do entardecer transcendem
esperança, sonhos e desejos. De um
amanhã.Detodos.Paratodos.
Enacontemplaçãodanaturezaque
sedespededo dia,sentadoàbeirado
caminho ou do mar, o silêncio se faz
presente. Necessário. Imprescindível.
Preciso. Cultode purificação. Libertar-
sedasimpurezasacumuladasaolongo
do dia. Deixe as marolas delicadas e
despercebidas lamberem os pés.
Entregue-se à névoa do planalto. É
chegadaahoraquesevaieadmiraras
tonalidades da noite que cortinam o
palco das estrelas e do amanhã. De
novo,oamanhã.
Por isso, que além da saudade,
existeaesperança.
Gêmeas que não se encontram à
mesa.Nãodisputamocafédamanhã.
Não compartilham a ceia da
madrugada.
Uma está no passado agradável.Outranosanseios.
A sombra manhosa espairece na
calada damaré sobreaareia úmidae
entretida com a nova forma. Muitas
vezesnos pegamosperplexos no fluxo
da vida, porque esquecemos que os
dias trazemmarés,sombras,cerrações
entreosmontesefolhasafoitasvindas
das árvores do jardimda praçaou da
floresta. Nada é novo. Nada às
escondidas. São agitações recheadas
evoluções que batem à nossa porta.
Sistematicamente.Questãodeouvirou
abrir.Aporta.Ocoração.
Nãoseesconda.
Acabelogocomisto.
Lembre-se:“euexisto,euexisto”.@livrospaulomaua