O Estado de São Paulo (2020-03-28)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:A-3:20200328:


O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 28 DE MARÇO DE 2020 NotaseInformações A


D


e médico e louco todo mundo


tem um pouco, diz o vulgo. Na


era digital, vale acrescentar: de


jornalista também. Muitos


creem que as redes sociais tor-


naram a imprensa obsoleta. Os


demagogos aproveitam esse sentimento para


desmoralizar o jornalismo. Mas, quando todos


podem ser difusores de informação, justamen-


te os tempos de crise evidenciam que a apura-


ção profissional é literalmente uma questão de


vida ou morte.


“Não estamos apenas lutando contra uma


epidemia; mas contra uma infodemia”, alertou


o diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus. “Não


é coincidência que o fenômeno da internet


compartilhe um vocabulário com certas doen-


ças”, disse a repórter de tecnologia do Guar-


dian Julia Wong. “Tal como um vírus patogêni-


co se dissemina em um mundo conectado por


viagens aéreas, a má informação pode se mo-


ver ainda mais rápido.” O ecossistema altamen-


te emocional da pandemia – “uma combinação


de medo, desejos equivocados de ajudar, instin-


tos de intriga e suspeitas de que as fontes ofi-


ciais escondem a verdade”, segundo Tim Har-


ford, do Financial Times – é ideal para surtos


de desinformação.


Tanto pior quando estes surtos são excita-


dos por forças geopolíticas oportunistas. Há in-


dícios de que no início da epidemia o Partido


Comunista Chinês ocultou in-


formações da população e das


autoridades globais acossando


médicos e jornalistas, e agora


utiliza seu aparato de propagan-


da para reescrever uma narrati-


va triunfalista da “guerra ao ví-


rus”. Um relatório da União Eu-


ropeia acusa o Kremlin de or-


questrar uma “campanha de de-


sinformação”, disseminando


“confusão, pânico e medo” para


“agravar a crise de saúde públi-


ca nos países ocidentais”.


Assim como todos devem la-


var as mãos e evitar tocar o rosto para impedir o


contágio do vírus, é necessária uma higiene in-


formacional contra a viralização da mentira. É


preciso contar até 10 antes de circular notícias


bombásticas, as carregadas de pavor, não me-


nos que as de esperança. “Sozinhas estas barrei-


ras parecem triviais”, disse Harford. “Coletiva-


mente funcionam.”


A pandemia chama em causa a responsabili-


dade das redes sociais – o “Quinto Poder”, se-


gundo Mark Zuckerberg. Facebook, Google e


Twitter anunciaram uma coope-


ração com instituições como a


OMS para bloquear desinforma-


ções. Mas, a julgar pelo seu de-


sempenho recente, precisarão re-


dobrar esforços.


O grande peso da responsabili-


dade está nos ombros da impren-


sa. “A luta contra o coronavírus


depende da competência, capaci-


dade e seriedade estratégica das


autoridades sanitárias. Mas a


guerra”, disse o professor Carlos


Alberto Di Franco no Estado, “só


será ganha na trincheira da comu-


nicação.” Assim como os profissionais da saúde,


os da imprensa estão expostos a grandes riscos.


Jornalistas também temem por suas famílias e


são vulneráveis a surtos de complacência e de


pânico. Do dia para a noite, precisam se aprimo-


rar no jornalismo científico e de dados. Mas


quando os próprios cientistas forjam no calor


da hora os pareceres mais conflitantes, “nosso


melhor”, segundo Deborah Blum, do Programa


de Jornalismo do MIT, “é peneirar entre múlti-


plas fontes e oferecer o retrato mais acurado do


que está acontecendo”. “Transparência informa-


tiva, rigor sem alarmismo e didatismo


compõem a chave do sucesso”, disse Di Franco.


Felizmente, o bom combate avança. Após o


alerta de 30 jornalistas franceses na Itália, a


França editou medidas severas de contenção da


doença. A Coreia do Sul, um dos países mais


bem-sucedidos no combate à covid-19, foi elo-


giada pela OMS pela eficácia e transparência de


sua comunicação. Os jornais do Brasil e do mun-


do liberaram o acesso gratuito às informações


sobre o vírus. Um estudo recente mostra que


em meio à pandemia os veículos de imprensa


são a fonte mais confiável para 64% das pessoas.


Diz-se que a verdade é a primeira vítima da


guerra. Nesta, ela pode ser a última, se socie-


dade, estudiosos, autoridades e jornalistas


estiverem – como disseram em uníssono as


capas dos jornais brasileiros na segunda-fei-


ra passada – “unidos pela informação e pela


responsabilidade”.


A


o publicar a Por-


taria 34 no dia


18 de março, em


meio à eclosão


do novo corona-


vírus no País e


sem qualquer aviso prévio às


instituições de ensino supe-


rior, a Coordenação de Aper-


feiçoamento de Pessoal de


Nível Superior (Capes) dei-


xou a comunidade acadêmi-


ca perplexa, a ponto de as


mais importantes sociedades


científicas brasileiras terem


lançado contundentes notas


de protesto.


Sob a justificativa de am-


pliar os limites de variação


no número de bolsas que ca-


da programa de pós-gradua-


ção poderá receber a partir


de agora, a Portaria 34 mudou


parte das regras que a própria


Capes havia anunciado há um


mês. Ao todo, o sistema brasi-


leiro de pós-graduação, que é


disciplinado e avaliado por es-


se órgão, engloba 4,5 mil pro-


gramas. Entre os critérios pa-


ra a definição das bolsas a


que cada um deles tem direi-


to, destacam-se o Índice de


Desenvolvimento Humano


(IDH) do município onde o


curso é oferecido, o número


médio de alunos titulados e


os conceitos de avaliação de


desempenho.


Em fevereiro, a Capes já ha-


via baixado três portarias, es-


tabelecendo que nenhum cur-


so poderia sofrer uma perda


superior a 10% ou receber


um aumento superior a 30%


com relação ao número de


bolsas recebidas anterior-


mente. Pela portaria que foi


divulgada no último dia 18, a


redução de bolsas agora pode


chegar a 50% e o aumento a


70%, dependendo da nota de


avaliação do curso. Além dis-


so, do modo como foi redigi-


da, a nova portaria dá a enten-


der que cursos de excelência


avaliados com o conceito


máximo de qualidade da Ca-


pes poderão perder um núme-


ro expressivo de bolsas. A mu-


dança foi tão abrupta e as no-


vas regras são tão polêmicas


que, assim que a Portaria 34


foi divulgada, os 49 coordena-


dores de áreas acadêmicas do


órgão assinaram um docu-


mento reivindicando sua ime-


diata revogação, deixando cla-


ro que não foram consulta-


dos e exigindo transparência


no processo de distribuição


de bolsas.


“É um desastre. Se o objeti-


vo do MEC é desmantelar o


sistema de pós-graduação,


ele está conseguindo”, afirma


Carlos Menck, coordenador


da área de Ciências Biológi-


cas 1 na Capes e professor ti-


tular do Instituto de Ciências


Biomédicas da USP. É preci-


so restabelecer o diálogo en-


tre as autoridades educacio-


nais e a comunidade acadêmi-


ca, “neste momento de crise


gerada pela pandemia causa-


da pelo covid-19, cujo enfren-


tamento demanda o fortaleci-


mento da nossa capacidade


de produção científica e tec-


nológica”, afirmou, em nota,
o Fórum Nacional de Pró-Rei-

tores de Pesquisa e Pós-Gra-


duação. Endossada por mais


de 60 entidades científicas de


todas as áreas do conheci-


mento, a reação mais contun-


dente partiu da Sociedade


Brasileira para o Progresso da


Ciência (SBPC). Em “carta


de repúdio” encaminhada ao


presidente da Capes, Benedi-


to Aguiar Neto, a entidade


lembrou que ele havia se reu-


nido dias antes de baixar a


Portaria 34 com os represen-


tantes das sociedades científi-


cas, quando propôs um diálo-


go com a comunidade acadê-


mica e não cumpriu o que pro-


metera. Na carta, a SBPC ad-


verte que até o Conselho Su-


perior da própria Capes não


foi informado do teor da Por-


taria 34 antes de seu lança-


mento. Por fim, a SBPC afir-
mou que ela poderá levar o

sistema de pós-graduação ao


“colapso”.


Em resposta, Aguiar Neto


alegou que a portaria por ele


assinada “corrige distorções”


e afirmou que as críticas das


sociedades científicas “reve-


lam uma visão parcial do pro-


blema”. Seja qual for a “par-


cialidade” a que se refere, o


fato é que sua iniciativa,


além de se dar num momen-


to de transição do modelo de


avaliação da Capes, prejudi-


cou o planejamento que os


4,5 mil programas de pós-gra-


duação do País fizeram para


2020, com base nas regras e


diretrizes anunciadas pelas


autoridades educacionais no


ano passado. É desse modo


desastroso e irresponsável


que o governo Bolsonaro
tem tratado uma área que, pa-

radoxalmente, é considerada


prioritária.


D


esempregados


e pobres entra-


ram afinal na


pauta do gover-


no. O coronaví-


rus forçou o


presidente Jair Bolsonaro e sua


equipe a cuidar de assuntos dei-


xados, até há pouco tempo, em


segundo ou terceiro plano. A


melhor vacina contra os efeitos


econômicos da epidemia seria


a aprovação de reformas, dizia


há algumas semanas o minis-


tro da Economia, Paulo Gue-


des. Que reformas – e aprova-


das em quanto tempo? O pro-


grama de R$ 40 bilhões para fi-


nanciamento de salários e pro-


teção de empregos, anunciado


na sexta-feira, foi mais um si-


nal da mudança. A emergência


havia entrado de fato no radar


da área econômica.
O vírus continuava batendo

o governo, ainda lento na rea-


ção aos danos econômicos da


pandemia. A Câmara dos Depu-


tados já havia aprovado um re-


passe mensal de R$ 600, por


três meses, a trabalhadores in-


formais e a pessoas com defi-


ciência à espera do Benefício


de Prestação Continuada


(BPC), pago pelo INSS. O proje-


to ainda passaria pelo Senado,


mas o Congresso mais uma vez


se mostrava mais ágil e mais


orientado que o Executivo.


No Ministério da Econo-


mia, o enfrentamento da nova


crise havia começado para va-


ler na semana anterior. A pri-


meira ação ambiciosa havia si-


do um plano de apoio simultâ-


neo a trabalhadores e a empre-


sas. Empregadores poderiam


antecipar férias e feriados, de-
terminar férias coletivas e sus-

pender contratos de trabalho.


Tudo isso foi previsto na Me-


dida Provisória (MP) 927, edi-


tada no dia 22. Mas faltou ga-


rantir a remuneração pelo me-


nos parcial após a suspensão


dos contratos.


A MP 927 foi um desastre po-


lítico, embora defensável em al-


guns aspectos. O presidente


queixou-se de estar apanhando


e pediu ajuda ao ministro. Sus-


pensa a trapalhada, a equipe


econômica deveria recompor a


proposta, combinando a flexibi-


lidade oferecida às empresas


com alguma proteção aos traba-


lhadores. Seria preciso garantir


apoio também aos informais.


Nenhum projeto tão amplo


quanto a infeliz MP 927 havia


sido anunciado até a manhã de


sexta-feira, quando o presiden-


te da República e o presidente


do BC, Roberto Campos Neto,


lideraram a apresentação do


programa de apoio financeiro a


pequenas e médias empresas.


Subsidiado pelo Tesouro, o pro-


grama dependeria também de


recursos dos bancos. O dinhei-


ro seria destinado diretamente


aos assalariados e a dívida seria


assumida pelas empresas.


À tarde, o ministro da Econo-


mia se manifestou por vídeo, fa-


zendo um balanço das ações


iniciadas contra a crise e pro-


metendo mais dinheiro para


ajuda aos trabalhadores e, de


modo especial, às pessoas mais


indefesas. Começou reconhe-
cendo, enfim, o tamanho do de-

safio. Retomou a distinção en-


tre duas ondas da crise, a da


saúde e a da economia, e admi-


tiu: a segunda onda pode ser


uma crise maior que qualquer


outra já enfrentada no Brasil.


Com pouca novidade, o discur-


so de Guedes enumerou princi-


palmente medidas já apresenta-


das pelo Executivo e pelo BC,


como a liberação de recursos


do depósito compulsório para


empréstimos, a antecipação de


pagamentos a aposentados e o


aumento dos beneficiários do


Bolsa Família. Além disso, pro-


meteu ajuda federal no paga-


mento de salários, em caso de


redução pelas empresas.


A equipe do Ministério da


Economia continua com difi-


culdades para montar um pro-


grama articulado de enfrenta-


mento da crise. Na área fede-
ral, o BC continua liderando a

ação anticrise, com medidas pa-


ra facilitar a expansão do crédi-


to e para garantir liquidez ao se-


tor bancário. Bancos estatais,


como a Caixa Econômica e o


Banco Nacional de Desenvolvi-


mento Econômico e Social


(BNDES), também têm mostra-


do capacidade de ação. No ca-


so do BNDES, ensaia-se um re-


torno às suas funções de apoio


à economia.


A agenda federal seria mui-


to mais simples se o governo


tivesse de enfrentar, neste


momento, só a segunda onda.


Mas tem de enfrentar as duas.


Pior que isso: para cuidar da


primeira, o Ministério da Saú-


de contraria a opinião do pre-


sidente da República, empe-


nhado em relaxar as medidas


de prevenção sanitária. Se o
presidente prevalecer, a mor-

te se encarregará de reduzir o


número de desempregados.


Vírus, informação e responsabilidade


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Governo reconhece,


afinal, a gravidade


da crise econômica


gerada pelo vírus


Notas & Informações


A revolta da comunidade científica


Iniciativa intempestiva


do governo mudou as


regras de distribuição


de bolsas da Capes


Trabalhadores, enfim, na pauta oficial


lPandemia


É pagar para ver?


Precisamos de equilíbrio para


tomar as decisões nesta situa-


ção inédita da covid-19. Para tal


devemos acreditar na ciência e


nos cientistas, dar prioridade à


vida das pessoas. São elas que


vão recuperar a economia de-


pois. Tentar a tal verticalização


de isolamento social, apesar de


o restante da população estar


exposto; depositar as fichas na


hidroxicloroquina (e mostrar o


medicamento na reunião do


G-20) antes de comprovar sua


eficácia; pensar na flexibilização


das medidas de combate ao ví-


rus (Mato Grosso e Santa Cata-


rina), tudo isso são atitudes ar-


riscadas, na contramão de to-


das as recomendações médicas


nacionais e internacionais, co-


mo as da Organização Mundial


da Saúde (OMS), e vão contra


as experiências em outros paí-


ses – Alemanha e Itália são ex-


tremos. Precisamos pagar para


ver, infeliz e involuntariamente,


caso as medidas de afrouxamen-


to venham a ser implantadas?


OMAR EL SEOUD


[email protected]


SÃO PAULO


Risco de estagnação


Se o Brasil não voltar a se movi-


mentar, com o retorno ao traba-


lho, à produção e à circulação,


qual será a perspectiva? A estag-


nação econômica?


EUGÊNIO JOSÉ ALATI

[email protected]

CAMPINAS

Coronavírus x desemprego


O fantasma do desemprego,


potencializado pela suspensão


do comércio, da indústria e dos


serviços, está ganhando propor-


ções tão turbulentas quanto as


do coronavírus. Algumas empre-
sas já demitiram e outras o fa-

rão a partir de segunda-feira.


Comitês e outros órgãos repre-


sentativos do empresariado


pressionam prefeitos e governa-


dores a liberarem a reabertura


de seus negócios, mesmo que


com restrições sanitárias. Reco-


nhecidos sanitaristas, médicos


e administradores divergem.


Uns defendem o isolamento


total, outros dizem que basta


isolar idosos e portadores de


doenças graves. Cabe aos gover-


nantes e autoridades de saúde


definir um protocolo que me-


lhor atenda ao controle do ví-


rus e à economia. E que façam


isso harmonicamente, não com


a troca de farpas que temos vis-


to nos últimos dias. Devem pen-


sar exclusivamente no bem-es-


tar da população, jamais nas


próximas eleições.


DIRCEU CARDOSO GONÇALVES

[email protected]

SÃO PAULO

Isolamento vertical


O isolamento vertical, defendi-


do pelo presidente da Repúbli-


ca, deverá ser implementado,


porém de forma dosada e adap-


tado a cada Estado da Federa-
ção. As atividades fundamen-

tais devem continuar, especial-


mente a produção de alimen-


tos. Precisamos evitar o desa-


bastecimento das cidades, sob


pena de provocar uma revolta


popular, com saques e extre-


mos de violência, só passíveis


de ser contidos com a presença


das forças militares nas ruas.


Espero que os políticos enten-


dam que esta não é hora de fa-


zer política, mas, sim, de cuidar


da sociedade, protegendo os


cidadãos mais frágeis e liberan-


do os demais para o trabalho.


MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI

[email protected]

RIO DE JANEIRO

Conflito de opiniões


Há duas correntes em conflito:


é certo que a crise social mata,


porém esta pode ser monitora-


da e tem um fim. Quanto à ou-


tra, não temos controle nem


sabemos quando vai parar.


Quem poderá definir?


FABIO DUARTE DE ARAUJO

[email protected]

SÃO PAULO

Paciência


Diante da pandemia do novo
coronavírus, que não sabemos

até quando irá, é importante


entender que, com o término


da paradeira na indústria, no


comércio e nos serviços, o retor-


no à realidade produtiva não


significa que o tempo parado


será recuperado com maior pro-


dução e consumo. Será um reco-


meço, partindo do zero, e o que


não foi feito e/ou consumido,


adeus. O que não se fez não se


fará e a dimensão do recomeço


dependerá do tempo que durar


esta crise. Portanto, estejamos


preparados e sejamos pacien-


tes. O Brasil não acabará, mas


inevitavelmente vai afundar


mais uma vez. E nós, para va-


riar, seremos as vítimas habi-


tuais. Haja paciência!


MARIO COBUCCI JUNIOR

[email protected]

SÃO PAULO

Bom senso é preciso


A articulista Zeina Latif foi bem


técnica, objetiva e clara no seu


artigo Bom senso (26/3, B4). Pelo


jeito, ela não foi contaminada


por ideologia e apresentou ques-


tões que mostram como deve


ser o raciocínio neste momento


em que uma crise grave de saú-
de está grassando e nos levará a

uma crise econômica e social


gravíssima se não forem toma-


das as medidas necessárias, fun-


damentadas nas ciências da saú-


de, na economia e na estatísti-


ca. A análise da situação e as


decisões a tomar devem basear-


se no custo/benefício. Um pon-


to importante a considerar é a


queda de arrecadação, que afeta-


rá os governos federal, esta-


duais e municipais, devida à


possível redução de salários, a


perdas de vendas, queda da pro-


dução, falta de pagamento de


impostos, demissões, informais


sem poder trabalhar, etc. Os


caixas dos governos estaduais e


municipais não terão recursos


para pagar os salários dos fun-


cionários ou serão forçados a


atrasá-los. A pior perspectiva é


uma convulsão social por falta


de pagamento aos cidadãos.


Por isso o Ministério da Saúde


tem de analisar cuidadosamen-


te, com estudos estatísticos e


dados técnicos, o tempo máxi-


mo da quarentena que é neces-


sário para manter a estrutura


da saúde e para que o Ministé-


rio da Economia possa preparar


as medidas econômicas.
JOSÉ LUIZ ABRAÇOS

[email protected]

SÃO PAULO

Hostilidades absurdas


Mais um momento de insensa-


tez, principalmente para com


aqueles que estão na linha de


frente, os profissionais da área


de saúde. A falta de conheci-


mento ou a má-fé levam à ocor-


rência de atos de hostilidade a


esses profissionais. Os agresso-


res têm de ser punidos!


ADILSON PELEGRINO

[email protected]

SÃO PAULO

Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]

Free download pdf