Equipamentos
Versão mais cara traz
itens exclusivos para
a categoria, mas preço está na
média da concorrência.
Ruído do motor
Na unidade avaliada,
o novo propulsor 1.2
estava fazendo barulho muito
acima do aceitável.
PRÓS & CONTRAS
Hairton Ponciano
Lançamento mais importante
da Chevrolet neste ano, a nova
geração do Tracker chegou em
meio à pandemia do novo coro-
navírus. Com isso a estreia do
SUV, que tem a missão de ser o
líder de vendas do segmento no
Brasil, ocorreu sem público
nem festa – teve de ser feita pela
internet. Menos de uma sema-
na depois, quando seria espera-
do o aumento de fluxo de clien-
tes nas concessionárias para
ver de perto a novidade, o co-
mércio foi fechado em todo o
Brasil. É como se as luzes do es-
tádio se apagassem exatamente
no momento em que o time esti-
vesse entrando em campo.
Em tempos de distanciamen-
to social, o Tracker, que agora é
feito no Brasil e na Argentina
(até então o SUV vinha do Méxi-
co), por ora também ficará lon-
ge das ruas. A bota notícia é que
o Jor nal do Carro avaliou o novo
modelo e mostra o que você po-
derá conferir pessoalmente
quando tudo isso passar.
O novo Tracker foi apresenta-
do à imprensa na versão de to-
po, Premier, com motor 1.2 tur-
bo flexível de três cilindros e até
133 cv (inédito no Brasil) e câm-
bio automático de seis mar-
chas. Há opção do 1.0 turbo de
até 116 cv (o mesmo do Onix,
igualmente tricilíndrico), ofere-
cido nas configurações mais
simples, que podem ter trans-
missão automática ou manual,
também de seis velocidades.
Há quatro opções: básica (1.0
e 1.2), LT (1.0), LTZ e Premier
(ambas 1.2). Os preços sugeri-
dos vão de R$ 82 mil a R$ 112 mil.
A avaliação da Premier permi-
te concluir que o novo Tracker
tem qualidades para ficar entre
os melhores do segmento. Mes-
mo antes de entrar na cabine, as
linhas do SUV transmitem sen-
sação de imponência, especial-
mente por causa do capô alto.
Esqueça qualquer referência
com o Tracker anterior. Houve
evolução em praticamente to-
dos os quesitos. O único ponto
que pode deixar alguma sauda-
de é o 1.4 turbo de até 153 cv, o
mesmo da linha Cruze.
Mas parte da vantagem (de
20 cv) do motor antigo é com-
pensada pela redução de 144 kg
no peso do novo SUV. Joga con-
tra o fato de o 1.2 produzir um
ruído bem acima do esperado –
ao menos no carro avaliado.
No mais, há boas surpresas. A
começar pelo estilo moderno.
As linhas são suaves e a grade
ampla é semelhante à do Onix.
Há luzes de LEDs de uso diur-
no e piscas em formato vertical,
que ampliam a sensação de mo-
dernidade. Em relação às di-
mensões, houve aumento im-
perceptível – com exceção da al-
tura, que diminuiu 5,2 cm – no
comprimento (1,2 cm), largura
e entre eixos (1,5 cm em am-
bos). São 4,27 m de comprimen-
to, 1,79 m de largura, 1,62 m de
altura e 2,57 m de entre-eixos.
Como em praticamente to-
dos os modelos do segmento de
compactos, não há tração 4x4
nem opção com motor a diesel.
Essas coisas ficaram no passa-
do do Tracker (conheça a histó-
ria do SUV na próxima página).
A posição ao volante agrada.
E basta acelerar com força para
o Tracker partir com ânimo.
Não parece que o motor é 1.2. E
o câmbio automático gerencia
muito bem a força disponível.
Mas não há borboletas no vo-
lante para trocas manuais de
marcha. A Chevrolet insiste no
nada prático botão localizado
na alavanca de câmbio.
O conjunto formado pelo mo-
tor de três cilindros e o câmbio
automático faz bonito. Com
bom torque (21,4 mkgf) a partir
de 2 mil rpm e relação de mar-
chas bem escalonada, basta pi-
sar de leve no acelerador para
SUV responder prontamente.
A Chevrolet informa consu-
mo médio de 1 litro de etanol
para rodar 7,7 km na cidade e
9,6 km na estrada. Com um litro
de gasolina a média é de, respec-
tivamente, 11,2 e 13,5 km. Para
um motor tão compacto, é ra-
zoável esperar mais.
A direção tem assistência elé-
trica. E o volante, com base re-
ta, que facilita a movimentação
do motorista, traz coluna ajustá-
vel em altura e profundidade.
A suspensão (independente
na frente e com eixo de torção
atrás) cumpre muito bem o seu
papel. Alia boa estabilidade nas
curvas com pouca inclinação de
carroceria e conforto sobre pi-
so irregular. As versões Premier
e LTZ têm rodas de 17 polega-
das (16” nas demais).
Os freios garantem respostas
precisas. Assim como o Onix,
os de trás do Tracker são a tam-
bor – pintados de cinza. Não há
discos traseiros nem mesmo na
lista de itens opcionais.
Os faróis são de LEDs, mas na
unidade avaliada a iluminação
não estava entre os destaques.
Provavelmente por falta de re-
gulagem adequada – a verificar.
Para compensar, há iluminação
em curvas, que aumenta em 11%
o alcance do facho lateral, de
acordo com dados a Chevrolet.
‘Irmão’ do Onix. O novo
Tracker utiliza a mesma plata-
forma do Onix, mas a sombra
do “irmão” menor e mais bara-
to é muito discreta. O acaba-
mento do SUV, por exemplo, é
muito melhor.
É verdade que parte do reves-
timento de portas e painel utili-
za o mesmo plástico rígido do
Onix. A versão Premier recebeu
cobertura na cor azul em uma
faixa no painel e nas portas dian-
teiras, na região em que há mais
contato com o braços. Esse ma-
terial é bem desenhado e tem
superfície macia ao toque.
O Tracker tem apois de cabe-
ça ajustáveis. Diferentemente
da linha Onix, na qual o encosto
dos bancos dianteiros e os apoi-
os formam uma peça só.
O banco traseiro é um pouco
elevado em relação aos da fren-
te, o que melhora a visibilidade
de quem vai atrás.
Dois ocupantes viajam com
conforto na traseira e contam
com bom espaço para pernas e
cabeça. O túnel central é baixo,
mas três vão se apertar.
O porta-malas, de 393 litros,
ganhou 87 l em relação ao do
Tracker antigo. E o assoalho po-
de ser ajustado em dois níveis.
A exemplo do Onix, o Tracker
chega bem recheado de equipa-
mentos. Entre os destaques es-
tão internet a bordo (fornecida
pela Claro, com pacote pago à
parte), sistema semiautônomo
de estacionamento, frenagem
automática e sensores de ponto
cego. Instalados nos cantos tra-
seiros do veículo, os sensores
detectam se há algum objeto
(carro, moto ou bicicleta, por
exemplo) nas proximidades.
No caso da internet, a Chevro-
let informa que o sistema tem
sinal até 12 vezes mais intenso
que o de um celular padrão. O
equipamento permite conexão
simultânea de até sete dispositi-
vos e tem alcance de até 15 me-
tros de distância do carro.
De série, a verão de entrada
na linha, que parte de R$ 82 mil,
tem motor 1.0, câmbio manual
de seis marchas, seis air bags,
controles de tração e estabilida-
de, rodas de liga leve de 16 pole-
gadas, rack de teto, luzes de
LEDs de uso diurno, faróis com
regulagem de altura, central
multimídia (compatível com
Android Auto e Apple CarPlay)
com tela de 8”, assistente de par-
tida em rampa, portas USB na
frente e atrás (duas), sensor de
obstáculos na traseira e vidros
elétricos nas quatro portas, en-
tre os principais equipamentos.
Por R$ 89.900, a versão LT
1.0 acrescenta câmbio auto-
mático de seis velocidades, câ-
mera na traseira, controlador
automático de velocidade, cha-
ve presencial, botão de partida
e sistema start&stop (desliga e
religa o motor automaticamen-
te em paradas momentâneas de
semáforo, por exemplo). De
posse da chave, basta pressio-
nar o botão na maçaneta para
travar e destravar a porta. A ope-
ração não é feita por sensor, co-
mo em alguns automóveis – ca-
so do novo Renault Duster, por
exemplo.
O motor 1.2 está disponível
somente em conjunto com o
câmbio automático. Nesse ca-
so, o modelo básico traz os mes-
mos itens da versão 1.0 e parte
de R$ 90.500.
A versão 1.2 LTZ tem preço
sugerido de R$ 99.900 e acres-
centa itens como alerta de pon-
to cego, acionamento automáti-
co dos limpadores de para-bri-
sa e rodas de alumínio de 17”.
A Premier acrescenta alerta
de risco de colisão com frena-
gem automática, teto solar, sis-
tema auxiliar de estacionamen-
to automático (para vagas para-
lelas e perpendiculares), carre-
gador de celular sem fio, ar-con-
dicionado digital, lanternas de
LEDs, acendimento automáti-
co de faróis, monitoramento de
pressão dos pneus e bancos
com imitação de couro com aca-
bamento bicolor, entre outros.
Jornal doCarro
*DADOS COM ETANOL; FONTE: CHEVROLET
FICHA TÉCNICA
GM Tracker Pemier
Preço sugerido R$ 112 mil
Motor 1.2, 3 cil., 12V, turbo, flexível
Potência (cv)* 1 33 a 5.500 rpm
Torque (mkgf)* 21,4 a 2.000 rpm
Câmbio Automático, 6 m.
Comprimento 4 ,27 metros
Porta-malas 3 93 litros
MODELO VEM BEM
EQUIPADO DESDE
A VERSÃO BÁSICA
Elegante. Bancos bem desenhados têm imitação de couro
FOTOS: CHEVROLET/DIVULGAÇÃO
NOVO TRACKER CHEGA PARA
INCOMODAR
Crescido. Em relação ao modelo anterior, comprimento aumentou 1,2 cm, para 4,27 metros
Bicolor. Versão mais cara mescla preto e azul por dentro
Lançamento mais importante da Chevrolet neste ano, SUV tem qualidades para desafiar líderes de vendas no Brasil
Imponente.
Terceira
geração do
SUV tem
frente alta
e linhas
modernas
%HeD1rmesFileInfo:B-1:202 0040 1: QUARTA-FEIRA,1DEABRILDE2020ANO38 -Nº1011 OESTADODES. PAULO