O Estado de São Paulo (2020-04-01)

(Antfer) #1

Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.


5


São Paulo,


1
o
de abril

de 2020


SAÚDE


ROLÊ POR SP


Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.


M


uitos não entendem o meu


entusiasmo pelo transpor-


te coletivo. Tenho por ele o


mesmo apreço que outros nutrem


pelos automóveis. Ainda hoje, aos 60


anos de idade, me emociona a chega-


da de um trem de metrô na estação.


É um pouco esquisito isso, reconhe-


ço. Descobri, no entanto, ao visitar o


Japão, em 2010, que não sou só eu.


Aquele país inteiro é louco por trens.


Vendem-se baralhos com fotos de


trens diversos, hashis em formato do


trem-bala. Os trens de lá são, diga-


-se, obras de arte.


Em São Paulo, estou longe de ser


o único entusiasta do transporte co-


letivo. Basta ver os blogues e sites


da internet dedicados à história e


ao futuro dos ônibus, trens e metrô


em nossa cidade e seus arredores.


O “transporte”, como se diz, acaba


sendo incorporado às nossas memó-


rias afetivas. Quando os bondes, de


trilhos, foram aposentados em São


Paulo, no ano de 1968, houve uma


cerimônia com a presença do prefei-


to, muito choro, bandeiras e bandas.


É o que li, ao menos, em um desses


sites do transporte. Em 1968, ainda


não conhecia o Brasil.


MODERNIDADE NO CORPO


Apesar do meu entusiasmo pelo cole-


tivo, por algum motivo obscuro, nun-


ca andara eu nos trólebus modernos


do centro da nossa cidade. Admirava-


-os muitas vezes ao vê-los passar, mas


não havia utilizado nenhuma das suas


dez linhas, com um total de 201 tró-


lebus movidos à energia elétrica, co-


nectados à rede aérea de alimentação.


Para quem gosta de ônibus, a ver-


são elétrica é equivalente a um carro


Tesla. O passageiro sente no corpo a


sua modernidade. É mais limpo, sem


fumaça nem cheiro de óleo, e acelera


mais, com bem menos barulho. Já ha-


via andado nos elétricos autônomos


que saem do Terminal Santo Amaro,


na Zona Sul de São Paulo, mas nunca


nos trólebus do centro.


Resolvi pegar o trólebus Parque


Dom Pedro II (2002/10), que sai da


Praça da Bandeira, ao lado da Estação


Anhangabaú do metrô. É sempre uma


pequena aventura, para mim, nave-


gar as pontes de pedestres aéreas que


permitem descer por escadas dentro


dessa praça. Esse caminho pelo alto,


do Anhangabaú à Praça da Bandeira,


oferece alguns ângulos únicos para se


apreciar o centro. É bom para tirar foto


nasceu na cidade Matthew Shirts *


de Del Mar, na Califórnia, EUA. Desde


1984, mora em São Paulo


Foto: Cris Veit


O trólebus


da felicidade


e colocar no Instagram. Recomendo.


O Parque Dom Pedro II (2202/10)


parte da plataforma 2. Leva você pela


Rua Dona Maria Paula e sobe pelos


fundos da Catedral da Sé, passa pela


Praça João Mendes, pelo Pátio do Co-


légio e pela “Casa das Primas” até en-


costar no Terminal Dom Pedro, cuja


arquitetura em aço e plástico de tubos


e acessos pintados de amarelo e azul


movimenta multidões.


Se todos os ônibus que circulam pelo


centro fossem elétricos, com conexão à


rede aérea (trólebus) ou não, o ar da


região seria outro. Os prédios, como a


Catedral da Sé, que é espetacular, diga-


-se, estariam bem mais limpos, as pes-


soas respirariam com maior facilidade,


pegariam menos doenças de pulmão e


haveria um clima de menos sofrimento.


Boa parte da poluição dali, hoje, vem da


queima de gasolina e óleo diesel. As dez


linhas de trólebus elétricos que operam


hoje em SP economizam em CO


2
, o


principal gás de efeito estufa, o mesmo


tanto emitido por 20 mil automóveis.


É o que diz a ciência. E, se há uma


lição a ser apreendida nestes tempos


de pandemia, é que, para melhorar a


nossa vida moderna, é preciso ouvir


os cientistas.


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Mobilidade:


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Mobilidade:


Condutores e entregadores em quarentena receberão ajuda em forma de doação


99 pagará parceiros com covid-19


Por Daniela Saragiotto


N


o último dia 20, a Didi Chuxing,


líder global em mobilidade ur-


bana e dona da 99 e da 99 Food


(que, por enquanto, só opera em MG)


no Brasil, anunciou a criação de um


fundo de US$ 10 milhões para apoiar


motoristas e entregadores parceiros


da empresa que forem diagnosticados


com o novo coronavírus nos mercados


onde atuam. A ajuda, que também vale


para quem estiver em quarentena por


recomendação de uma autoridade mé-


dica, já está valendo no Brasil.


Para calcular a quantia que será


paga, a 99 vai analisar a média de ga-


nhos diários do motorista, conside-


rando o período que vai de setembro


de 2019 a fevereiro deste ano. No caso


da 99 Food, a empresa informa que o


período analisado será de dezembro a


fevereiro deste ano.


O valor que será depositado cobri-


rá um período de 28 dias para quem


testar positivo para a covid-19 e de 14


dias para quem for colocado em qua-


rentena por recomendação médica e


será pago em uma única parcela. O


valor mínimo que será depositado é


de R$ 300 e o condutor ou entregador


precisa ter feito pelo menos uma cor-


rida ou entrega pela plataforma nos


últimos 30 dias.


COMO PEDIR AJUDA


O motorista ou entregador parcei-


ro deve entrar em contato com a


Central de Atendimento por meio


Foto: Divulgação 99


do aplicativo, ou pelo telefone 0300


3132 421, tendo em mãos os seguin-


tes documentos: atestado médico


com nome, data, CID, carimbo e


assinatura do médico legíveis; da-


dos bancários (o motorista deve ser


o titular da conta), CPF, telefone e


e-mail usados para cadastro na pla-


taforma. A 99 e a 99 Food informam


que poderão solicitar documentação


adicional para auxiliar no processo


de aprovação da doação.


CONHEÇA O PROGRAMA DE AJUDA FINANCEIRA AOS MOTORISTAS


nanceiraAjuda fi


Documentos


exigidos


Prazo para


pagamento


Valor mínimo


Conta no


aplicativo


Teste positivo


para covid-19


28 dias


Atestado médico — o papel


timbrado deve conter nome


do paciente, data não superior


a cinco dias, CID, carimbo


e assinatura legíveis; dados


bancários e CPF válidos


Até 15 dias após análise e


aprovação dos documentos


R$ 300


Suspensa por 28 dias


Quarentena obrigatória


pela covid-19


14 dias


Atestado médico indicando


quarentena obrigatória em razão


da covid-19 (o papel timbrado


deve conter nome do paciente,


data não superior a cinco dias,


CID, carimbo e assinatura legíveis;


dados bancários e CPF válidos)


Até 15 dias após análise e


aprovação dos documentos


R$ 300


Suspensa por 14 dias


Central de Atendimento 99: 0300 3132 421


Após a análise e aprovação, o pa-


gamento será depositado na conta


bancária informada em até 15 dias.


É importante reforçar que, a partir


da data da solicitação, o cadastro do


motorista ou do entregador parceiro


junto à plataforma será bloqueado


pelo período de 28 dias para que o


interessado possa se concentrar em


sua recuperação. Já para os que es-


tiverem em quarentena, o bloqueio


permanece por 14 dias.


A empresa afirma que está em


contato com autoridades públicas


no âmbito federal e nas 27 unidades


da federação para contribuir com a


investigação epidemiológica e com


medidas que ajudem a reduzir o rit-


mo da contaminação de motoristas


ou passageiros. Assim, o nome do


motorista ou entregador será infor-


mado às autoridades, e poderá ser


contatado para acompanhamento de


seu estado de saúde.


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