O Estado de São Paulo (2020-04-01)

(Antfer) #1

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H2 Especial QUARTA-FEIRA, 1 DE ABRIL DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


SONIA RACY


DIRETO DA FONTE


‘PRECISAMOS DE AÇÕES HUMANITÁRIAS


NA REGIÃO MAIS CARENTE DO PAÍS’


CORONAVÍRUS NO NORDESTE


Alcione Albanesi , à frente


da ONG Amigos do Bem , colo-


cou no ar campanha de ur-


gência para arrecadação onli-


ne, que financiará alimentos,


distribuição de água e kits de


higiene para 75 mil pessoas


que vivem em extrema po-


breza no sertão nordestino.


“São 130 povoados localiza-


dos em Alagoas, Ceará e Per-


nambuco. Mais de 15 mil famí-


lias que vivem em casas de


barro, em um único cômodo,


sem alimentos, água ou in-


fraestrutura”, explica a empre-


sária, que teve o volume de


arrecadações de alimentos


das redes de supermercado


prejudicada por causa do co-


ronavírus. “Precisamos de


ajuda para as ações humanitá-


rias emergenciais na região


mais carente do País”. As doa-


ções podem ser feitas pelo


site da instituição.


lComo estão fazendo para


conscientizar a população de


comunidades carentes sobre o


coronavírus?


Capacitamos nossa equipe


local e criamos um material


educativo e didático para as


famílias do sertão sobre os


cuidados e sinais dos pri-


meiros sintomas sobre o


vírus. Nossa equipe, junto


com os agentes dos 130 po-


voados que atendemos, ga-


rantem que essas informa-


ções cheguem a todos.


lComo reagem às informa-


ções? Estão se cuidando?


O grande desafio é as famí-


lias que vivem em extrema


pobreza no sertão nordesti-


no conseguirem colocar em


prática efetivamente as medi-


das de prevenção. Sem água


para beber e para higiene pes-


soal, famílias de até 10 pes-


soas vivem em uma casa de


barro de apenas um cômodo,


ou seja, inviável o isolamento.


Por isso, faremos uma ação


humanitária emergencial, le-


vando para 75 mil pessoas ces-


tas básicas, água com cami-


nhões-pipa, kits de higiene,


como sabonetes e álcool gel,


além de remédios.


lEstão cientes das consequên-


cias econômicas que o vírus trará


para a economia do País e, conse-


quentemente, para seus empre-


gos?


Está situação em que vivemos


impacta, principalmente, a po-


pulação mais vulnerável do nos-


so País. Em Alagoas, Pernambu-


co e Ceará, tivemos que fechar


nossos centros educacionais e


mais de 10 mil crianças deixa-


ram de ser atendidas e de rece-


ber refeições diárias. Nossas


15 unidades produtivas no ser-


tão, que geram emprego para


centenas de pessoas, também


foram paralisadas. No sertão


nordestino, o que se planta se


perde pela seca extrema e,


sem oportunidades e trabalho,


o cenário secular de miséria e


fome se agrava. É um momen-


to muito difícil para milhões de


famílias dessa região. Ali, a misé-


ria é gritante e não tem nem para


quem pedir, porque o vizinho


também vive na extrema pobreza.


lJá foram reportados casos de


Covid-19 nas comunidades?


Já existem casos isolados na


região, inclusive o prefeito de


Mauriti, um dos municípios


que atendemos, no Ceará, está


infectado. Nossa preocupação


é que o vírus chegue por


meio de familiares, na maio-


ria homens, que voltaram


do Sudeste por falta de tra-


balho nas capitais. Eles po-


dem carregar o vírus e, com


isso, a situação se agrava


muito. Mas os casos nas re-


giões em que atuamos ain-


da são isolados e estamos


monitorando as famílias


por meio de um plantão 24


hs com voluntários médicos


de São Paulo. Qualquer indí-


cio do sintoma é comunica-


do por nossa equipe local.


lComo os hospitais estão sen-


do preparados para lidar com


os casos mais graves do coro-


navírus?


No sertão, os hospitais lo-


cais ficam a muitos quilô-


metros de distância dos po-


voados atendidos. Famílias


caminham mais de 10 km a


pé para pegar um transpor-


te e chegar a um dos hospi-


tais da região que não estão


preparados para atendimen-


tos em geral, sem leitos, len-


çóis, álcool gel ou qualquer


estrutura. Alguns municí-


pios inclusive não possuem


hospitais ou centros médi-


cos. Em uma situação grave


de saúde, a pessoa não so-


brevive. Nossas ambulân-


cias locais estão preparadas


para emergências e nós ca-


pacitamos enfermeiros da


região e entregamos remé-


dios para amenizar a dor


até o atendimento médico.


lQue itens de sobrevivência


são mais urgentes?


Os itens de sobrevivência


são alimento e água. Sem


alimentos a pessoa não so-


brevive e a imunidade fica


muito baixa. Sem água para


beber ou para higienizar as


mãos, a situação fica ainda


mais preocupante.


lComo empresários podem


ajudar essa população?


Neste momento, estamos


buscando recursos para a


ação humanitária emergen-


cial para atender 75 mil pes-


soas no sertão nordestino, a


região que concentra o


maior foco de fome e pobre-


za do país. O objetivo é abas-


tecer as famílias com recur-


sos básicos por, pelo menos


três meses, até esta situação


melhorar. Precisamos de re-


cursos financeiros para a


compra dos alimentos das


cestas básicas e caminhões


pipa para levar água, além


da doação de itens básicos


de higiene e manutenção


dos diversos projetos exis-


tentes. Nossa instituição


tem grandes dimensões e


precisamos de ajuda. Se está


difícil para nós, imagine pa-


ra eles./SOFIA PATSCH


Colaboração


Cecília Ramos [email protected]


Marcela Paes [email protected]


Sofia Patsch [email protected]


lBanco Safra doa R$ 20 mi-


lhões para ajudar hospitais


públicos.


l Gustavo Meirelles – ra-


diologista do laboratório


Fleury especializado em


pneumologia – criou site


com informações sobre a


pandemia de Covid-19. Se-


gue o link: https://si-


tes.google.com/view/covid19-


radiologia.


lA Breton, em parceria com


a Galeria Continua, cedeu os


móveis para a sala de descom-


pressão que será utilizada


por médicos, fisioterapeutas,


nutricionistas, psicólogos,


técnicos de raio X e profissio-


nais de apoio do Hospital de


Campanha no Pacaembu.


lO Buffet Charlô e Nininha


Sigrist agora passam a aten-


der seus clientes em casa. As


encomendas podem ser fei-


tas online, através do site


charloemcasa.com.br.


POLAROID


RESPONSABILIDADE


SOCIAL


FRÂNCIO DE HOLANDA

Com a quarentena e a impossibilidade de ir às ruas, a


Galeria F 28 (@galeriaf28) abre sua primeira exposição


virtual no Instagram hoje, ás 14h, com o fotógrafo Frâncio


de Holanda (@franciodeholanda). A ideia da galeria é ter


um artista a cada 5 dias, para que, nesses tempos de


isolamento social, sirva como um espaço onde as


pessoas possam ter um pouco de acesso à cultura.


Blog: estadão.com.br/diretodafonte Facebook: facebook.com/SoniaRacyEstadao Instagram: @colunadiretodafonte


É só uma gripe?


Anthony Fauci – epidemio-


logista que ha anos serve a


Casa Branca – corrige atitu-


des de Trump , em entrevis-


ta ao “Daily Social Distan-


cing Show”. A favor do isola-


mento desde o início, o espe-


cialista em doenças infeccio-


sas, aconselhou seis presi-


dentes sobre Sars, HIV, Ebo-


la, Zika.


E mais: ele desmistifica a te-


se propagada no Brasil de


que gripe comum mata mais


que o coronavírus. “Se você


observar a mortalidade da


gripe que se repete a cada es-


tação nos EUA, o nível é


0,1% e isso é muito. A morta-


lidade do coronavírus é dez


vezes mais que isso, no míni-


mo 1%”.


Poderosa


A doença, segundo Anthony


Fauci, não só espalha facil-


mente mas pode ser devasta-


dora para uma parte, em par-


ticular, da população.


E faz um alerta: nesse mo-


mento, não existe prova de


algo ou qualquer tratamento


eficaz.


União


O médico conta também que


o governo americano não es-


tá fazendo o teste, é sim a in-


dústria. “Os respiradores ne-


cessários são fornecidos e fa-


bricados pela indústria. En-


tão, trata-se de um casamen-


to entre o governo e o setor


privado, onde o governo é o


facilitador e a indústria local


monta a ação”.


Entre as perguntas feitas no


Daily, uma revela situação de-


sarmônica. Sabe-se que o go-


verno, as cidades, o National


Institutes of Health, que de-


veriam, teoricamente, traba-


lhar juntos, entraram no jogo


do ‘puxa-empurra’ entre os


estados e o governo federal.


União 2


Eis a questão: o que seria neces-


sário fazer para que todas as


unidades dos EUA combatam


o vírus, mesmo que implemen-


tando diferentes medidas?


Sem saída


O Shopping Cidade Jardim,


segundo conta Zeco Aurie-


mo , da JHSF, suspendeu a co-


brança de aluguéis de lojas


para dar apoio aos lojistas.


Vai ser difícil cobrar mais


pra frente.


Viralizou


Uma pulseira de silicone, de


todas as cores e que armazena


álcool em gel, faz sucesso em


tempos de coronavírus. Custa


de R$ 30 a R$ 60 reais e, depen-


dendo da marca, compra-se


uma seringa a parte, por R$


0,40 para inserir o produto. Re-


serva até 8ml, cada aplicação.


E pode guardar também repe-


lente e até protetor solar.


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