Valor Econômico (2020-04-01)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 9 da edição"01/04/20201a CADA" ---- Impressa por VDSilva às 31/03/2020@21:29:


Quarta-feira, 1 de abrilde 2020|Valor| A


Política


PartidosÀfrentedaFundaçãoPerseuAbramo,petista


dizquehoraédedialogareelaborarpolíticaspúblicas


“É New Deal agora e


Plano Marshall na


saída”, diz Mercadante


MaluDelgado


De São Paulo


A pandemiado coronavírus tem


levado a convergências políticas até


poucos meses inimagináveis num


país polarizado como oBrasil. Pelo


menos duasaçõesaprovadasaté


agora no Congresso —oseguro de


R$ 600 para os trabalhadoresinfor-


maiseadistribuição de alimentos


da merenda escolar aquase 39 mi-


lhões de criançase adolescentesda


rede pública de ensino —são fruto


de um amplodebateentre partidos


de esquerdaecentro,preocupados


com a falta de comando nacional.


Muitas dessas propostasde políticas


públicasbrotaramdaFundaçãoPer-


seuAbramo(FPA),ainstituiçãocria-


da pelo PT em 1996para pesquisae


formação política. Agoracomanda-


da por AloizioMercadante,ex-mi-


nistrodaCasaCiviledaEducaçãono


governo DilmaRousseff, a fundação


vai se dedicar integralmente àfor-


mulação de políticaspúblicas e saí-


dasparaacrise.


Apósumlongoperíododereclu-


são assimque foi concluídoopro-


cessode impeachmentde Dilma


Rousseff,e alvo de muitascríticas


sobreaconduçãopolíticanum go-


vernoque desmoronousem apoio


do Congresso, Mercadanteadota


hoje um tom moderadoe sereno,e


ressaltaa necessidadede mantero


diálogoem cursocom“liberaise


conservadores”paraenfrentaraco-


vid-19.Mas não deixade demons-


trartotalperplexidadecomopresi-


denteJair Bolsonaro.“Umacoisa


que aprendina vida públicaéque


quandovocê cai num buraco, a pri-


meiracoisaque tem que fazerélar-


garapáeparardecavar.Asensação


que eu tenho,doBolsonaro, éque


ele largouapá epegouumare-


troescavadeira”,disseaoValor.


OBrasil, segundo ele, tem uma si-


tuação de fragilidade ímparporque


enfrenta agora quatro crisesque se


retroalimentam: a de saúdepública,


aeconômica,afinanceira(queviráa


seguir) e a política, com a instabili-


dadeconstante provocada por Bol-


sonaro, “um presidente com com-


portamento insano”, paraquem ele


atéfazumarima:“oterraplanistasa-


nitáriocadavez maissolitário”. Ele


diz não sabercomoas instituições


vãoequacionarofatorBolsonaro.“A


precariedade deste governo está fi-


cando absolutamente transparente.


Enão ésó aoposição e aesquerda


que reconhecem isso. Há setoresli-


berais indignadoscom essasatitu-


desdopresidente.”


Mercadante evita falar sobre ar-


DIVULGAÇÃO

Paraex-ministro, precariedade deBolsonaroé visível nãosópara a esquerda,maspara liberaise conservadores


ticulações políticas em curso e so-


bre um eventual impeachment de


Bolsonaro. Mas deixa claro que há


algo novo no ar. “Estamos abertos


adialogar com quem tiver interes-


se, na academia efundações parti-


dárias, para buscar respostas. No


fundo,éoseguinte:precisamosde


umafrente amplaparaenfrentar


essa crise e sustentar a democracia


no Brasil. Eprecisamosde uma


frente de esquerda para mobilizar


e defender os setores populares, os


direitos,epensar eleitoralmente o


futuro. São níveisde articulação


queprecisamsecomplementar.”


Ofoco da FPA, que Mercadante


comandará por quatro anos,é dis-


cutir saídas emergenciaispara a


crise e, depois, proporalternativas


de recuperação econômica. Eco-


nomista, autor de ideias contro-


versas,comoadecisãohistóricado


PT de se oporao Plano Real em


1994, ele assegura que há dois ca-


minhos para mitigar os efeitos da


catástrofe mundial provocada pe-


lo coronavírus:“É New Deal agora


e, na saída [quandoseiniciar o


processo de recuperação econô-


mica],PlanoMarshall”.


“Estamosestudando24horaspor


dia, fazendo videoconferências, e


oferecendo alternativas ao país. Não


é simplesmenteficar fazendodis-


cursoedisputapolítica. Adisputa


políticasemprevaiexistir,masneste


momentooqueestáemjogoéavida


esobrevivência das pessoas, de em-


presasedeinstituições.” OPToferece


auxílio de seu corpotécnico inclusi-


ve para debater saídas com o atual


governo, diz Mercadante,citando


comoexemplo opagamento emer-


gencial do segurode R$ 600 para a


populaçãomaisnecessitada.


Prestesa completar66 anos,


Mercadante passouos últimos


26 anosacompanhandoareali-


dadesocialdasfavelasdeHelió-


polis,em São Paulo. Ele viu com


apreensãoo calendárioapresen-


tado pelo ministroda Cidadania,


OnyxLorenzoni(DEM),que pre-


vê o pagamentoaos trabalhado-


res informaise vulneráveis so-


menteapartirdodia16deabril.


“Estamos totalmente disponí-


veisparaajudarnisso,napartetéc-


nica.Nossa responsabilidade ées-


sa, solidariedade,esalvar vidas.


Precisa fazer online, com agilida-


de, na ponta.” Amaioria das pes-


soas tem WhatsAppnas periferias,


eum comunicado geralsobre ca-


dastropode ser distribuído pelo


governo,sugere.AlémdoCadastro


Únicoe dos dadosdo Bolsa Famí-


lia, ogoverno tem como fazerum


rápido cruzamento de dados do


Relatório Anualde Informações


Sociais (Rais)com cadastros de


MEI,checandoovolume de traba-


lhadoresinformaiseautônomos.


LogoapósoimpeachmentdeDil-


ma, a fundação criouos Núcleos de


Acompanhamentode Políticas Pú-


blicas(Napps),paracadaáreadego-


verno. Agora, Mercadante anunciaa


criação do Observatório do Corona-


crise, destinadoa elaborar propos-


tasalternativasdepolíticaspúblicas.


“Queremosunir aexperiênciainter-


nacional,boaspráticasque estão


sendo feitas por secretariasesta-


duais, e tratarmais sobre esse ponto


devistadepropostasdepolíticaspú-


blicas inovadoras.”Ele enfatizao


diálogopositivodaoposiçãocomos


presidentesCâmara,RodrigoMaia,e


doSenado,DaviAlcolumbre,ambos


do DEM,e enfatiza que a paternida-


de de projetos, nestacrise, éalgo


irrelevante,eas construçõespreci-


samsercoletivas,algoqueogoverno


federalparecenãoassimilar.


Os dois núcleos com maiorde-


mandaatual são osde saúdee eco-


nomia.No Nappsdeeconomia,se-


gundo ele, mais de 50 profissio-


nais estão se reunindo diariamen-


te para debater medidas que seria


aplicáveis enecessárias ao Brasil


hoje. Além do auxílio emergencial


aos informais emais vulneráveis e


à distribuição da merenda escolar


mesmoaosqueestãosemaulas,há


outrosdois eixos de ação defendi-


dospelaFPA,dizMercadante.


Um deles é criarumapolítica


agressiva de capital de giro, de R$


300bilhões,coordenadapeloBan-


coCentral,aossetoreseconômicos


impactadospelaquarentena.Asli-


nhas de crédito teriam carência de


24 meses,com 60 mesespara pa-


gar,com juros da Selic mais0,5%


de taxa de administração. A outra


frente é o programa “Ninguém de-


miteninguém”, em que oEstado


complementaos salários dos tra-


balhadores, paraevitar demissões


em massa. O custo do programa


seriadeR$34bilhõesaomês.


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


‘Bolsonaro cria caos que não existe’


CristianeAgostine


De São Paulo


O cenáriode colapsosocial,


com umalegião de pessoas fa-


mintas,semempregonemrenda,


saqueando comércios em meio à


pandemiadonovocoronavírus,é


afastado, neste momento,pelas


liderançasdos principais movi-


mentospopularesdopaís.


Dirigentessociais discordam do


discurso repetido pelo presidente


Jair Bolsonaro, de que a manuten-


ção da quarentena deve gerar o


caos social no país, eavaliam quea


aprovaçãodo auxílio emergencial


de R$ 600 a trabalhadores infor-


mais durante três meses,que pode


chegar a R$ 1,2 milpor família, da-


rá fôlego momentâneo a 30,5 mi-


lhões de pessoas. Os movimentos


populares, no entanto, pressio-


namogoverno pelasançãoime-


diata da proposta aprovadapelo


Congresso, e pedem celeridade na


distribuição dos recursos à popu-


laçãodebaixarenda.


LídernacionaldoMST,JoãoPedro


Stédiledizqueaideiadocolapsoso-


cial é usada pelo presidentepara re-


forçarotemordapopulaçãoe,dessa


forma, pressionar pelo fim do isola-


mento social. “Nãovi nenhumsinal


ainda de caos. Apopulaçãoestá


apreensiva, commedo, mas ainda


não existe isso [colapso social]”, afir-


ma. “É um discurso reiteradopelos


grupos de direita, que atuamnas re-


des sociais, para criar um clima de


caosquenãoexiste”, diz.Stédile.


Na avaliação do líder do MST,o


discursodo“colapsosocial”podeser


usadoporBolsonarocomojustifica-


tiva paratomarmedidas autoritá-


rias. Há duas semanas, o presidente


não descartoudecretar estadode sí-


tio por contada epidemia dos casos


de covid-19 edisse que “ainda não


consideradecretarestadodesítio.


Stédile defendea manutenção da


quarentenaediz que apopulação


está “disciplinada”, seguindo as


orientações dos governadores, de


manteroisolamentosocial.Paraolí-


der do MST,éumfalso dilemadizer


que épreciso escolher entresalvar a


economiaou manter aquarentena,


ou seja, salvar vidas. “Esse discurso


revelaograu de despreparo eirres-


ponsabilidadedo sujeito que infeli-


zmente estáocupando aPresidên-


cia”, diz Stédile.“Bolsonaro, com es-


sas atitudes,revelaque está comple-


tamente isolado da sociedadebrasi-


leira etem que apelar para um dis-


cursopopulista, rasteiro, para man-


ter aglutinadosseus apoiadoresnas


redessociais”, afirma.“Não há mais


nenhuma voz no mundotodoque


tenhaa mesma postura e amesma


linhapolíticadeBolsonaro.”


NocomandodoMTST,Guilherme


Boulos diz o país enfrentará o “caos


social”seogovernonãoassumirres-


ponsabilidades e se não implemen-


tar imediatamente oauxíliode R$


600 aos maiscarentes. “Se demorar


alguns dias, terá um forteimpacto


napopulação”,diz.“Esseauxílioserá


umamedida decisiva paraevitar o


caos”,afirma. O líder dos sem-teto


cobraoutras medidas para garantir


aseguridadesocialeaçõesdogover-


no federal parapreservar empregos


e arendados trabalhadores. O auxí-


lio de R$ 600 paraos trabalhadores


informaisfoidefinidopeloCongres-


so,apesar de ogoverno terdefendi-


doqueobenefíciofossedeR$200.


“É claro que oefeito que o isola-


mentosocialtemnaeconomiacolo-


ca milhõesde pessoas no desespero.


Masnãoexisteessahistóriadeouvo-


cê morre de fomeou morre com a


covid-19”, afirma.“Se ogoverno fe-


deralcumprircomsuaresponsabili-


dadesocial,apesar de Bolsonaro,


não vai ter o caos social, nemos sa-


quespor desespero da população”,


Presidenteestálouco, diz


líderdecaminhoneiros


CarolinaFreitas


De São Paulo


Liderançanacionaldos cami-


nhoneiros, Wanderlei Alves,o


Dedeco, de 45 anos,rodahá três


dias peloNordestedopaís com


os doispulmões tomados por


umapneumonia. “Deunegativo


paracovid-19”, avisa. Antesdo


teste,porém,comfebre, tossee


faltade ar,Dedecopassou,por


recomendação médica,dois dias


confinadona boleiado próprio


caminhão,no pátiodo postoda


Polícia RodoviáriaFederal(PRF)


de Gurupi(TO).Em entrevistaao


Valor, o caminhoneirocriticao


presidenteJair Bolsonaropor


agir contra oisolamento sociale


por se omitir de dar suporteao


trabalhodacategoria.


“Bolsonaro está louco.Não


tem outra explicação para o


comportamento dele”, afirma


Dedeco. “Nãose podesalvara


economia empilhando corpos.


Comoassimele diz que só idosos


morrede coronavírus?‘Só’ ido-


so?Avidadoidosovalemenos?”


O caminhoneirodo Paraná foi


umas lideranças da greve de


2018,que parouopaís por 10


dias. Nos primeirosmesesde go-


vernoBolsonaro,emabrildoano


passado, Dedecoconquistoues-


paçono Planaltoem meio a ne-


gociaçõespara evitarumanova


paralisação. Participoude reu-


niõesede eventosoficiais. Tor-


nou-seinterlocutordo ministro


da Infraestrutura,TarcísioFrei-


tas, por WhatsApp. Liderouo


apoiode caminhoneiros em to-


do o país em maiodo ano passa-


do a atos pró-governo. Só em Cu-


ritiba,ondemora,Dedeco reu-


niu umacentenade caminhões


com faixasverdee amarelasem


carreataafavordeBolsonaroeda


reformadaPrevidência.


Orelacionamentocom Brasília


se enfraqueceu diante da percep-


ção de Dedeco de que ogoverno


não cumpria oque prometia aos


caminhoneiros.O rompimento,


porém, veio com a eclosão da cri-


se do coronavírus,nas últimas


duas semanas.No dia 25 de mar-


ço, acredita Dedeco, Tarcísio Frei-


tasobloqueounoWhatsApp.


“Ele nuncamaisme respondeu, e


a foto dele sumiu do zap”, conta.


“Na última conversa que tivemos,


dias antes de ele me bloquear, eu


falei: ‘Tarcísio,não adiantadar ál-


cool emascarinha pra caminho-


neiro. Precisa levar atendimento


desaúdepraestrada’.”


Aproposta de Dedecoéque o


governo federal instale nas rodo-


vias,acada300quilômetros,pos-


tos de atendimento para os cami-


nhoneirosque tenhamsintomas


de covid-19. Nesseshospitais de


campanha, estariamdisponíveis


testes rápidos para a doença e, se


houvesse necessidade de isola-


mento, o trabalhador ficaria em


um espaço reservadonatenda.


“SabemosqueoSUSjáestásobre-


carregado nascidades, por isso é


preciso um apoio na beirada es-


tradaparaacategoria.”


Ao se sentirmal no Tocantins,


na semana passada, Dedecofoi


atendidono HospitalRegional


de Gurupi.Segundoele, primei-


ro o médico disseque oprotoco-


lo era não fazertestepara covid-


19 e mandou que ele ficasseem


isolamento. Semoutra opção,


Dedeco se confinou no cami-


nhão.Com a ajuda da Polícia Ro-


doviáriaFederal,conseguiuou-


tra consulta, um testerápido,


que deu negativo,eumraio-x,


queapontouapneumonia.


“Já fiqueiruimna estradaan-


tes. Se fosseoutraépoca,eu nem


ia no SUS. Eu deitava, descansava


um poucono caminhãoeseguia


viagem,mas, com coronavírusaí,


tem que cuidarpra não contami-


nar os colegas”, diz. Preocupação


que, para Dedeco, Bolsonaronão


teve desde que voltou dos Esta-


dos Unidosem uma comitiva em


que 23 pessoas foramdiagnosti-


cadascomcovid-19.“Comopode


o presidente,sabendodos riscos,


convocarmanifestação, sair dan-


do amão para opovo?”, questio-


naocaminhoneiro.


“Estouvivendona pele o que é


estarna estradaetotalmente de-


sassistido. Ocaminhoneirovai


continuartrabalhando, não im-


portaquãoruimfiquea crisedo


coronavírus,mas precisamos ter


apoiodogoverno”, diz.


Ainda comocaminhão cheio


de carga, a ser entregueem cida-


des do Maranhão, Piauí e Ceará,


Dedecovoltapara casa no início


da semana que vem.Por enquan-


to, está fazendo tratamentocom


antibióticoeusandomáscara.


afirma Boulos. “A aposta no colapso


social épara quembusca uma saída


autoritária”, diz Boulos, que concor-


reu pelo Psol contra Bolsonarona


disputapresidencialde2018.


Comatuação nas periferias de


grandes centros urbanos, o líder da


Centraldos Movimentos Populares,


Raimundo Bonfim, também refor-


çouadefesadoisolamentosocialco-


mo uma das medidas para comba-


terapandemiadonovocoronavírus.


“O presidenteestá apostando no


caos,comumapreocupação das


pessoas que éafaltade rendaede


emprego.Éirresponsávelfazer esse


jogo de ter que escolher se vai mor-


rerdefomeoucontaminadopeloví-


rus. Ele induz as pessoas que estão


com medo avoltar ao trabalho”, diz


Bonfim. ‘Asituação econômica é


realmentepreocupante,mas temos


que evitaracontaminação em mas-


saedartempoparaqueosistemade


saúdepossaserestruturado”,diz.


Movimentospopulares lançaram


acampanha“Bolsonaropagajá”, pa-


ra pressionarogoverno a sancionar


oprojetoqueprevêoauxílioepagar


os trabalhadores. “Esseauxílionão


resolve o problema,mas já alivia”,


diz Bonfim. “E ogoverno tem que


pagaragora,porquemuitasfamílias


nãotêmmaisumcentavo.”.


As frentesde esquerdaBrasil Po-


pulare Povo Sem Medo, junto com


maisde 70 movimentospopulares,


divulgaram uma cartilha com pro-


postasparacombaterascrisessocial


e econômica decorrentes da epide-


mia do coronavírus. Juntocom par-


tidosde centro-esquerda,os movi-


mentossociais eentidades buscam


construir pontes compartidos de


centro ede direita para fazerem


frenteaBolsonaro.Emcomum,lide-


rançassociais avaliam que o presi-


dentetornou-seo“ principal obstá-


culo” no combateàpandemia,mas


afirmamnãoháapoiopolíticoneste


momento para o impeachment,


alémdeserumprocessodemorado.


“Mas há outras saídasjurídicas,


comoa cassação da chapade Bol-


sonaro pelaJustiça Eleitoral eo


acolhimentodenotícia-crimecon-


tra opresidente pelo Supremo”,


diz Boulos. Stédile diz que é preci-


so “encontrar algumaforma jurí-


dic” para que o presidente deixe o


governo. “Jáexiste um climade


tentarconstruir atransição para


um governode ‘salvação nacional’,


quetenhaaresponsabilidadepolí-


ticadeunirasociedadeetenhaco-


mopautaprimeirosalvaropovo,a


saúde,depoisreorganizaraecono-


mia,paraterempregoerenda.”


SILVIA ZAMBONI/VALOR

Stédile: Bolsonaro estácompletamenteisoladodasociedadebrasileira e temqueapelarpara umdiscursopopulista


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