aceitava crianças a par r dos três anos de idade. Charlo e poderia frequentar a
ins tuição apenas como visita.
Mas a mãe estava determinada: "Não vou esperar todo esse tempo..." No
mesmo dia à tarde foi aos estúdios de uma rádio local reclamar a falta de
tratamento para a filha. Por que, na sua cidade, não se fazia a chamada
es mulação precoce? Por que só com três anos? A leoa começava a mostrar suas
garras.
Sob o sol forte dos primórdios de dezembro, Bernadete seguiu, na mesma
semana, para Itajaí, São Paulo, Porto Alegre e Curi ba. Visitou a Apae de cada
cidade. Viu que muita coisa era feita logo nos primeiros dias da criança.
Lépida, de volta à sua cidade, procurou novamente a ins tuição que já lhe
negara auxílio. Disseram que só mesmo aos três anos Charlo e seria matriculada,
mas que, por algumas manhãs, poderia ser deixada lá quando cansasse a mãe.
Não era isso que Bernadete queria. Estava disposta a passar os dias e as noites
aprendendo como exercitar sua menina, só pedia que a ensinassem.
- O que a senhora pode fazer, se quiser, é par cipar do clube de mães. A sua
criança, quando ver três anos, vai ficar sob os cuidados de uma equipe
mul disciplinar. - O que é isso?
- A fisioterapeuta passa por aqui uma vez por semana e orienta a professora
como trabalhar a criança. - Ela não trabalha direto com a minha filha?
- Não. Essa médica vem de ltajaí, não pode estar aqui sempre.
Mesmo com apenas dez dias de vida Charlo e já estava em melhores
condições sicas que as outras crianças da Apae da vizinha Itajaí. Fora levada pela
mãe para que o trabalho pudesse ser feito diretamente pela fisioterapeuta.