CHARLOTTE

Abandonando completamente todos os compromissos com a escola,
Bernadete decidiu mais uma vez que não poderia aceitar o desno. Armou-se.
Tomou coragem. Respirou fundo e foi, sem tubear, à guerra.
A casa de praia foi o local escolhido para iniciar a briga contra a morte.
A mãe não nha outra meta que não salvar a filha, dar-lhe a vida mais uma
vez. Por três meses aplicou todas as técnicas e métodos que já aprendera. Mudou
a alimentação da filha adotando um cardápio baseado nos princípios da
unibióca, uma forma natural de aumentar a resistência e a imunidade do
organismo através de exercícios, dieta e mentalizações. Fazia chás, compressas,
remédios com ervas. Como a menina estava fisicamente debilitada - não saía da
cama - os exercícios nham de ser feitos nela, e não com ela. Era preciso
movimentá-la a toda hora.
A melhora aparecia mês a mês. Cada novo exame surpreendia a equipe
médica que, como sempre, não conseguia explicar os fatos que escapam à razão.
Seria milagre?
Em meio ano Charloe estava curada. Bernadete voltara agora a sua rona
com a casa, o marido, os filhos, a escola. Retomou o intenso trabalho com força
total.
A escola, já na nova sede, ainda nha muito caminho pela frente. A
ideologia não mudara com o passar dos anos. O objevo sempre foi, e connua
sendo, o de habilitar pais para serem terapeutas de suas crianças diferentes.
Mesmo mudando de localização, ela ainda é a mesma. Abriga as mesmas
lágrimas, as mesmas pequenas grandes vitórias.