Prefácio
A mulher, o girassol e a menina
A personagem que move a trama deste livro-reportagem talvez não por
acaso tem o sobrenome Rocha. A personagem que sustenta esta história, talvez
por um mágico desígnio, recebeu o nome de uma santa.
Mas ela não é dura rocha, muito menos dolorosa Santa Bernadete. É apenas
uma mulher de carne e osso, peito pleno de ternura infinita e uma vontade
indomável, feito o rochedo que resiste além do tempo humano à força selvagem
das ondas bravias.
Só por causa dessa mulher "humana, demasiadamente humana", é que este
livro se tornou possível. Sem ela, Charlo e não exis ria da forma como nos é
dado a conhecer: "Uma menina como todo mundo, assim...normal".
Sem essa mulher, a menina girassol, que derrama a luz solar de uma
esperança absurda nas páginas deste livro, não seria protagonista da História. Sem
ela, não haveria a Escola Charlo e, um lugar que abre as suas portas calorosas
para a dor e oferece aos desesperançados abrigo, energia, ânimo, vibração, vida.
Mas essa mulher, para quem o "não dá" não existe,não nos seria permi do
conhecer sem a sensibilidade corajosa da repórter que narra sua caminhada neste
mundo. É só porque essa jovem repórter é repórter de verdade é que este livro
existe assim, verdadeiro, espalhando sementes de girassol pela terra, com poesia,
beleza, histórias.
E as histórias, ensina Rubem Alves, "têm o poder de transfigurar o
co diano, chamar as angús as pelos seus nomes, e dizer o medo em canções."
Quando diz isso, ele fala de histórias para crianças, "especialmente aquelas que
moram dentro de nós e têm medo da solidão."
casulo21 produções
(Casulo21 Produções)
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