tirava mais o manto. Trabalhava na horta usando o manto. Ia na feira usando
o manto. Consertava o telhado usando o manto. Assim, com o tempo, o manto
foi ficando sujo nas pontas, com furos e fios puxados.
Quando o alfaiate saiu na rua usando o manto daquele jeito... as pessoas
falam, as pessoas comentam:
**- Nossa! Olha que manto mais medonho! Eu é que não encomendo mais
nada com um alfaiate que usa um manto como esse.
E ninguém mais fazia encomendas. O alfaiate não trabalhava mais e
voltou a ficar pobre.
Até que um dia, ele resolveu tirar o manto. O estendeu sobre a mesa,
pegou a tesoura e cortou fora as partes ruins do tecido. Sobrou um bom pedaço
ainda. E com esse pedaço fez, para ele mesmo vestir, um lindo casaco.
Assim que saiu de casa, com seu casaco, as pessoas se aproximaram:
- Alfaiate! Que casaco espetacular! Você deve ter mandado trazer da
Inglaterra, ou Argentina, ou então do Japão! - Não, não. Este casaco fui eu mesmo que fiz.
Todas as pessoas quiseram ter casacos iguais aos do alfaiate e fizeram
fila na porta de sua casa. O alfaiate trabalhou muito e voltou a ficar rico.
Mas, ele era o tipo de pessoa que não presta atenção em algumas coisas.
Não tirava o casaco para nada. Ia com ele em festa de casamento, em batizado,
em velório. De modo que o casaco foi ficando feio, com buracos.
E quando o alfaiate saiu na rua usando o casaco daquele jeito... as
pessoas falam, as pessoas comentam: - Gente! Que casaco horrível! Eu é que não faço mais roupas com esse
alfaiate!
E ninguém mais encomendava nada com ele. O alfaiate não trabalhava
mais e voltou a ficar pobre.
Um certo dia, ele resolveu tirar o casaco. O colocou sobre a mesa, pegou
a tesoura e cortou as partes estragadas do tecido. Sobrou um pedaço e com ele,
o alfaiate costurou, pra ele mesmo usar, um elegante colete.
Logo que saiu à rua usando aquele colete, as pessoas vieram perguntar: - Alfaiate! Que colete fantástico! Este colete deve ter vindo da
Indonésia, ou dos Estados Unidos, ou da África, ou então do México! - Não, não. Este colete fui eu mesmo que fiz.**