As pessoas logo fizeram fila na porta da casa do alfaiate. Ele trabalhou
dia e noite, fez muitos coletes e voltou a ficar rico. Mas, ele era o tipo de pessoa
que não presta atenção em algumas coisas. Não tirava o colete nem para tomar
banho. O colete sujava, molhava, secava, sujava... e com o tempo, foi ficando
todo esfarrapado, com rasgos nas pontas.
E aí, quando o alfaiate saiu usando aquele colete... Vocês sabem: as
pessoas falam, as pessoas comentam. E começaram a dizer:
**- Senhor! Que colete mais tenebroso! Um alfaiate que se veste com um
colete assim não deve ser bom no que faz!
Dessa forma, as pessoas deixaram de fazer encomendas com ele. O
alfaiate não tinha mais trabalho e voltou a ficar pobre.
Depois de algum tempo, ele tirou aquele colete e, sobre a mesa, com uma
tesoura, foi cortando as partes feias do tecido. Até que lhe sobrou apenas um
pedaço pequeno. Ele pensou, pensou. E com esse pequeno pedaço, costurou
para ele mesmo usar, uma bonita gravata-borboleta. Ao sair, as pessoas
quiseram saber:
- Alfaiate! Que gravata divina! Você deve ter mandado trazer da
Austrália, ou da Espanha, ou do Canadá, ou... - Não, não. Esta gravata fui eu mesmo que fiz.
E aconteceu novamente. As pessoas quiseram gravatas iguais à sua,
fizeram fila na porta de sua casa, o alfaiate trabalhou muito e voltou a ficar
rico.
Mas, ele era o tipo de pessoa que não presta atenção em algumas coisas.
Não tirava a gravata pra nada e com o tempo ela foi ficando torta, suja.
Assim que saiu às ruas... vocês sabem como são as pessoas! As pessoas
falam, as pessoas comentam. Falaram tanto e ninguém mais fez pedidos ao
alfaiate, que ficou novamente pobre.
Um dia, ele tirou a gravata e estendeu sobre a mesa o pequeno pedaço
de tecido. Aquele tecido fabuloso, que conservava ainda sua trama e suas cores.
Cortou as bordas que estavam estragadas e as partes com furos. Sobrou apenas
um pedacinho, bem pequeno, daquele tecido esplêndido. Ele ficou pensando,
pensando, tentando imaginar o que poderia fazer com aquele pedaço tão
minúsculo de tecido.
O que você acha que o alfaiate fez?**