Uma imagem recorrente de infância é a da menina colhendo folhas para brincar de fazer
comidinhas. A criança curiosa brincava de criar pequenos experimentos com elementos da natureza. A
mulher constituída de memórias reproduz o ritual, assegurada pela ciência e por tantos aprendizados.
Como mãe e como cientista, preparar o alimento que a natureza provê a coloca num ciclo milenar, em
que o poder feminino é designado.
A bióloga pernambucana viu no estudo sobre as plantas alimentícias não convencionais (PANCs)
uma importante ferramenta de melhoria da qualidade de vida das pessoas. Seu consumo amplia as
possibilidades de complementação alimentar, de diversificação dos cardápios e de oferta de nutrientes, o
que influencia não apenas nas questões de saúde como também na economia.
O mestrado e o doutorado em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
levaram-na ao meio acadêmico. É professora adjunta dos cursos de Agroecologia e Engenharia Florestal
na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências.
Foi com um projeto de pesquisa para a popularização das PANCs que recebeu o prêmio For Women
in Science International Awards, da L’Oréal Unesco. Representando a ciência brasileira e divulgando a
relevância do tema de sua pesquisa, semeou perspectivas e viabilidades.
Patrícia Muniz de Medeiros