REVISTA VOX - 6ª Edição

(VOX) #1
tem que se tornar referência nesse
setor. Dracena, na saúde, e assim com
todos os municípios. E isso depende das
ações locais, dos gestores, empresários
e sociedade, mas também de um pro-
jeto regional.
Faltou liderança para desenvol-
ver esse projeto regional?
Sim, falta liderança regional, mas
houve tentativas que esbarraram na
cultura. O Doi [Salvador Mustafa Cam-
pos, ex-prefeito de Pacaembu] fez uma
articulação de destaque com o Sebrae
(Serviço de Apoio as Micros e Pequenas
Empresas), que abrangeu mais de uma
cidade. O Haddad [José Maria Haddad,
empresário adamantinense] é outro
caso. Por que não se transformou em
Região Administrativa? Porque os
municípios ficaram disputando para
quem seria a sede. São dois casos
emblemáticos.
O que precisamos para alavancar
este crescimento?
Algo que é muito novo e não temos
a verdadeira dimensão pela falta de
clareza – a questão da exploração do
gás natural. O impacto ninguém sabe.
Então, porque não pedir ao governo, a
Amnap fazer essa intermediação, que
a própria Petrobrás faça um estudo de
impacto, como aconteceu recentemen-
te em Ribas do Rio Pardo (MS). Será
lançada este mês, a pedra fundamental
de mais uma indústria de papel naquele
município, parecido com que aconteceu
em Três Lagoas. Assim, foi solicitado
esse estudo e o Governo do Estado do
Mato Grosso já bancou, ficando em R$
600 mil. Esse estudo é o primeiro passo

Indústria de processamento de frutas da APPRAR

O correspondente
de O Estado de


São Paulo, José da
Costa - "Corredor
da Fome"


para termos a noção de como trabalhar
essa potencialidade, que poderá alavan-
car a Alta Paulista.
Como desenvolver esse estudo/
projeto regional?
O que falta realmente é a ativação
desta energia regional. Se existe um
braço técnico contribuiria, e muito,
para este fortalecimento. Dracena tem
uma autarquia municipal. Adamantina,
também na área de educação. São
públicas, mas não foram aparelhadas
para atuar no desenvolvimento regio-
nal. São instituições de ensino superior
com a maior parte do corpo docente
da região. Para que possam contribuir
mais é necessário se aparelhar. No atual
estatuto, não tem como atuar.
Mas a estrutura destas autarquias
pode ser alterada?
Sim, mas mudar os estatutos tam-
bém depende de demanda. Elas estão
organizadas como institutos isolados
de ensino superior, assim, a finalidade é
promover o ensino. Estão fazendo o seu
papel. Se formos analisar, quantos pro-
fissionais que atuam na área de saúde
são formados pela FAI? A maior parte.
Isso acontece no magistério, em todas
as áreas. Essas instituições estão pre-
sentes, mas poderiam contribuir mais.
Para algo acontecer é necessário

“As instituições


de ensino superior


poderiam contribuir


e muito para o de-


senvolvimento regio-


nal”,
Izabel Castanha Gil
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