REVISTA VOX - 6ª Edição

(VOX) #1

algo novo, tinha que conciliar o
emprego com o curso. No início
estava como auxiliar de serviços
gerais, mas, após seis meses fui


transferida para a farmácia de
manipulação para fazer assepcia
da bancada. Nas horas de folga,
aproveitava para estudar”.
A farmacêutica acordava às


5h, trabalhava até às 17h e das
19h20 às 22h30, estudava. “Vol-
tava para casa correndo entre o
serviço e o curso para fazer jan-
tar, cuidar dos afazeres domésti-


cos e voltar para faculdade, agora
para estudar”. Nesta caminhada,
uma palavra sempre rondava
Regina, mas que “não a venceu”



  • desistir. “Muitas vezes cansada


com a rotina, desanimava. Com a
força de Deus e da minha família
continuei”.
E aos finais de semana duran-
te os quatros anos, ela conta que


também não tinha tempo livre, já
que os afazeres domésticos da
semana e os trabalhos escolares
dominavam a “folga”. “Nesta
época a principal dificuldade era


o cansaço, trabalhava o dia todo
em um serviço pesado e não
ficava sentada. Mas, também
durante o trabalho no laboratório,
aprendi muitas coisas. Minha


supervisora de estágio, Fernanda
Blini, era muito bacana, inclusive
devo muito pela ajuda. Quando
tinha dificuldades em alguma
matéria era quem me ensinava.


Com isso, aprendi que a dificulda-
de quem faz é a própria pessoa”,


comenta.
“Lembro até hoje que uma pro-
fessora disse para o meu filho me
ajudar, mas ele respondeu que eu
não tinha dificuldades, e sim, faci-
lidade em aprender. Então, pensei
que teria que honrar a sua palavra,
me dedicando em cada aula”,
conta ao lembrar que sempre teve
apoio da família. “Meus filhos e
marido sempre me apoiaram, não
faziam muitas exigências, já que
há pessoas que, quando a mulher
não está em casa, cobram, acham
ruim. Agradeço por eles sempre
me apoiarem. Eu participava das
excursões, comandava a turma.
A molecada gostava bastante de
mim”, relembra.

Sobre a idade ser empecilho,
Regina afirma que nunca é tarde
para estudar. “Apesar de muito
tempo sem estudar, ninguém
me desanimou ou disse que não
conseguiria. Se fosse hoje, faria
tudo novamente. Tenho vontade
de voltar a estudar, em fazer uma
nova faculdade, outro curso, na
área de Direito”.
Durante os estudos, Regina
também incentivava o filho a
buscar novos horizontes profis-
sionais. “Depois que se formou,
o Etore passou aproximadamente
um ano e meio trabalhando em
farmácias de Cuiabá, Assis e no
litoral paulista. Em uma visita, ele
resolveu ficar mais próximo da
família, quando surgiu a chance
de comprar um farmácia em Pi-
querobi. Não tínhamos dinheiro,
então o Etore emprestou um pou-
co de um tio, um tanto de outro e
fez empréstimo no banco. Mesmo
com as dificuldades, sempre
incentivamos o empreendedoris-
mo”, afirma.
Após se formar, em 2007, veio
um novo desafio para Regina – co-
mandar uma farmácia em Lucélia,
quando a família se uniu com a

“Se fosse hoje, faria tudo novamente. Tenho vontade
de voltar a estudar, em fazer uma nova faculdade”,
Regina Citeli

Regina Citeli no seu dia a dia - exemplo de perseverança
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