%HermesFileInfo:B-1:20200423:B1 QUINTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO
E&N
Militares do governo lançam plano de
recuperação econômica sem Guedes
ECONOMIA & NEGÓCIOS
Ala militar impõe pacote de obras avaliado em R$ 300 bilhões, sendo R$ 250 bilhões em concessões e parcerias público-privadas e outros
R$ 50 bilhões de investimentos públicos; coordenação será do ministro Braga Netto, mas equipe econômica afirma que não tem dinheiro
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PANDEMIA DO CORONAVÍRUS Cresce pressão para ‘driblar’ regra de teto de gastos. Pág. B3}
Adriana Fernandes
Idiana Tomazelli
Julia Lindner / BRASÍLIA
A ala militar do governo im-
pôs à equipe do ministro da
Economia, Paulo Guedes, um
revés com o lançamento de
um programa de recuperação
econômica pós-covid-19, que
prevê aumento dos gastos
com investimentos públicos
para os próximos anos.
O anúncio oficial foi feito on-
tem pelo ministro da Casa Civil,
general Walter Braga Netto,
sem a presença de nenhum inte-
grante do Ministério da Econo-
mia, em coletiva de imprensa no
Palácio do Planalto – e depois do
alerta de dois secretários do ti-
me de Guedes, ao longo do dia,
de que a recuperação terá de vir
pela mão do setor privado.
Chamado de Pró-Brasil, o pro-
grama, que chegou a ser apelida-
do inicialmente de “Plano
Marshall brasileiro”, prevê um
incremento de R$ 300 bilhões –
R$ 250 bilhões em concessões e
parcerias público-privadas e ou-
tros R$ 50 bilhões de investi-
mento públicos. A coordenação
será do ministro Braga Netto.
Na reunião de ministros antes
do lançamento do plano, Gue-
des avisou que a recuperação te-
ria de ser feita com investimen-
to privado e que as âncoras fis-
cais, como o teto de gastos (re-
gra que proíbe que as despesas
cresçam em ritmo superior à in-
flação), deveriam ser mantidas.
Assessores do ministro mini-
mizaram o problema, afirman-
do que os valores não estão fe-
chados e serão ainda definidos
“dentro do espaço fiscal” das
despesas discricionárias, aque-
las não obrigatórias que o gover-
no pode administrar.
Técnicos da área econômica
preveem, agora, uma queda de
braço para conter o ímpeto por
mais gastos, além das despesas
emergenciais. Ontem, questio-
nado por jornalistas se haveria
flexibilização no ajuste fiscal
em curso, o presidente Jair Bol-
sonaro afirmou que “nada está
descartado”.
Adversários do governo no
Congresso consideram que o
movimento é calculado, inclusi-
ve por parte do próprio minis-
tro Guedes, para acelerar a recu-
peração econômica de olho na
reeleição do presidente Jair Bol-
sonaro, em 2022. Nessa visão,
Guedes estaria cedendo à mu-
dança de política para garantir
uma recuperação mais rápida a
tempo da campanha eleitoral.
Entre os integrantes da equi-
pe econômica, o descontenta-
mento com as bases do progra-
ma não é de hoje. O programa
está sendo discutido há mais de
30 dias entre Braga Netto e mi-
nistérios que tocam obras, sem
a participação da Economia.
Braga Netto negou divergên-
cias com a equipe de Guedes e
afirmou que a aceitação do pro-
grama foi unânime em todos
os ministérios. A primeira reu-
nião de trabalho será na sexta-
feira, quando cada ministro
vai levar as suas propostas.
“Guedes participou um pou-
quinho e vai participar um
‘poucão’ na semana que vem”,
prometeu Bolsonaro.
Antes do anúncio, o secretá-
rio de Política Econômica, Adol-
fo Sachsida, disse que o Estado
não é bom guia para a recupera-
ção econômica.
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