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O ESTADO DE S. PAULO QUINTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2020 NotaseInformações A
E
m meio à repercussão negativa do
comparecimento do presidente
Jair Bolsonaro a um ato de caráter
golpista no fim de semana em Bra-
sília, houve quem tentasse minimi-
zar o gesto, dizendo que nada no
comportamento do presidente configurava qual-
quer ameaça à democracia.
Do mesmo modo, há quem diga e repita que
Bolsonaro até agora não fez nada que pudesse
ser caracterizado como crime de responsabilida-
de – passível, portanto, de impeachment. Há até
mesmo alguns mais exaltados que desafiam os
críticos das atitudes do presidente a apontar um
único gesto concreto de Bolsonaro contra o regi-
me democrático.
De fato, a lei que rege o impeachment (Lei
1.079/50) é vaga o bastante para permitir múlti-
plas interpretações, a depender da disposição po-
lítica do Congresso de afastar o presidente. Lá es-
tá dito, por exemplo, que é crime contra a probi-
dade da administração “proceder de modo in-
compatível com a dignidade, a honra e o decoro
do cargo” (artigo 9.º). Considerando que Bolso-
naro já fez um comediante responder por ele nu-
ma coletiva de imprensa para humilhar os repór-
teres, já ofendeu a honra de mulheres jornalistas
e já divulgou um vídeo pornográfico pelas redes
sociais, entre outras peripécias, o tal artigo pare-
ce sob medida para ele.
Mesmo assim, não parece provável, ao menos
neste momento, que Bolsonaro
venha a sofrer um processo de
impeachment por conta de sua
conduta. Também, por ora, são
escassas as chances de prosperar
o argumento de que Bolsonaro
cometeu crime em razão de seu
clamoroso desdém pela saúde pú-
blica, em plena pandemia de co-
vid-19, ao promover aglomera-
ções em seus comícios fora de ho-
ra, como denunciam os autores
de uma petição enviada ao Supre-
mo Tribunal Federal para obrigar
o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia, a analisar um pedido de impeachment por
eles encaminhado. A petição, que arrola vários
outros supostos crimes de Bolsonaro, chega a re-
querer que os poderes presidenciais sejam trans-
mitidos ao vice, Hamilton Mourão, para evitar
que “o presidente da República prorrogue a rein-
cidência delitiva de crimes de responsabilidade”.
Em geral, esse tipo de argumento tem sido tra-
tado como exagerado pelos que relativizam a
conduta de Bolsonaro. Para estes, a democracia
não corre nenhum risco quando o presidente
apronta das suas. “O presidente
tem o jeito dele”, minimizou, por
exemplo, o vice Mourão. Ade-
mais, dizem, Bolsonaro nada fez
contra o Congresso, o Judiciário
ou a imprensa. “Bolsonaro é um
democrata”, concluiu o ministro
da Economia, Paulo Guedes.
Decerto Paulo Guedes, Hamil-
ton Mourão e outros consideram
que só há ameaça à democracia
quando decretos presidenciais li-
quidam as liberdades e instauram
a ditadura. O problema é que,
quando se chega a esse ponto, sig-
nifica que a democracia acabou faz tempo.
A democracia é uma construção permanente,
e há várias maneiras de debilitá-la, muito antes
da edição de decretos ditatoriais. A democracia é
ameaçada quando um presidente usa a visibilida-
de e a importância institucional de sua cadeira
para fazer carga contra outros Poderes, como
faz Bolsonaro; é ameaçada quando militantes vir-
tuais, alguns com assento no Palácio do Planal-
to, confundem a opinião pública com mentiras
as mais diversas para desmoralizar a oposição e
o contraditório, imprescindíveis para a saúde de-
mocrática; e é ameaçada quando o presidente sis-
tematicamente criminaliza a política, sugerindo
que a “vontade do povo” é exclusivamente por
ele representada e deve ser atendida sem qual-
quer discussão.
Nada disso está expresso de modo explícito
nos códigos legais brasileiros; logo, em tese, não
constituem crime de responsabilidade. Mas tu-
do isso, quando somado e sistematicamente rea-
lizado, envenena aos poucos a atmosfera demo-
crática, tornando aceitáveis até mesmo ideias li-
berticidas em nome da salvação nacional.
Assim, se e quando o tal crime de responsabili-
dade for seriamente invocado, será como reação
natural à degradação da democracia – que, para
o bolsonarismo, deve ser finalmente destruída
para impedir que o inimigo continue a se inter-
por entre o “povo” e seu destino glorioso, anun-
ciado pelo seu líder.
Poderá será tarde demais.
“D
e que
serve
ter con-
ta em
banco
quando
a gente não tem o que guar-
dar?”, pergunta, com lógica in-
questionável, um dos milhões
de brasileiros que têm direito
ao auxílio emergencial de R$
600 concedido pelo governo
federal para trabalhadores in-
formais e autônomos de baixa
renda, mas que, sem acesso à
internet e sem conta bancária,
não têm como se habilitar para
receber os benefícios. Como
mostrou reportagem do Esta-
do , são cerca de 5,5 milhões de
pessoas nessa situação. São os
chamados “invisíveis”, que em
tempos normais conseguem
auferir alguma renda, em geral
inferior a meio salário míni-
mo, e tocam sua vida com o
que obtêm do trabalho infor-
mal. A crise os privou dessa
renda e a informalidade agora
dificulta seu acesso a benefí-
cios que podem assegurar sua
sobrevivência.
“Sei que todo mundo agora
deve ficar em casa. Mas preci-
so ficar com fome?”, disse um
deles. Outro parece um pouco
mais resignado: “A gente que
trabalha sem carteira assinada
acaba aprendendo a não con-
tar muito com o dia seguinte”.
A pandemia do coronavírus pa-
rece começar a colocar em ris-
co o dia seguinte para uma par-
te da população que, por isso
mesmo, merece atenção espe-
cial da sociedade e, sobretudo,
das autoridades.
São imensos os riscos que a
grave crise econômica e social
produzida pelo avanço da co-
vid-19 trouxe para todas as
empresas e pessoas. Já são
mais de 2,6 milhões de pes-
soas infectadas pelo novo co-
ronavírus em todo o mundo e
mais de 180 mil mortes causa-
das por ele.
Uma parte da população é
muito mais vulnerável aos im-
pactos danosos da pandemia
e, por isso, está muito mais su-
jeita a riscos. O diretor do Pro-
grama Mundial de Alimentos
da ONU, David Beasley, aler-
tou, em entrevista ao jornal bri-
tânico The Guardian , que a pan-
demia está provocando fome
generalizada de “proporções
bíblicas”. De acordo com esta-
tísticas da ONU, são 265 mi-
lhões de pessoas à beira da fo-
me por causa da pandemia.
No Brasil, de acordo com cál-
culos do Banco Mundial divul-
gados pelo jornal Valor , a crise
provocada pelo novo coronaví-
rus pode empurrar para a po-
breza extrema mais 5,7 mi-
lhões de brasileiros, caso os
programas sociais do governo
não sejam efetivamente imple-
mentados – e, em seguida, es-
tendidos – e não haja apoio efi-
caz para as empresas mante-
rem o maior número possível
de postos de trabalho.
De imediato, há que se en-
contrar solução para o drama
social dos mais de 5 milhões
de pessoas “invisíveis” não ape-
nas para o sistema de arrecada-
ção tributária, mas, sobretudo
neste momento de crise huma-
nitária, para os programas de
assistência social. O problema
já existia, mas a pandemia o
agravou e, assim, tende a acen-
tuar desigualdades que, conhe-
cidas há muito tempo, se torna-
ram históricas no País.
As próprias comunidades on-
de vivem essas pessoas vêm
procurando e encontrando ca-
minhos para minimizar seus
problemas. O espírito de
união é forte nessas áreas. Hor-
tas comunitárias estão sendo
formadas, comida vem sendo
distribuída ou repartida. Asso-
ciações tão informais quanto o
trabalho desses “invisíveis”
montam cadastro dessas pes-
soas, orientam seus pedidos
de obtenção do auxílio de
emergência e, nos casos dos
que não têm acesso à internet
nem conta bancária, acompa-
nham o andamento das solici-
tações. São associações e orga-
nizações não governamentais
que nunca tiveram a simpatia
do atual governo, como obser-
vou para o Estado o diretor da
FGV Social, economista Marce-
lo Neri. A crise, diz Neri, che-
gou depois de cinco anos de au-
mento da pobreza, por isso é
preciso agir.
O governo federal diz estar
atento a essa parcela mais des-
protegida da população. O mi-
nistro da Cidadania, Onyx Lo-
renzoni, disse que a maior par-
te dessas pessoas será atendi-
da por aplicativos e pelo site
criados pela Caixa Econômica
Federal em abril. Medidas al-
ternativas para que o auxílio
emergencial chegue aos que
continuarem sem acesso à aju-
da emergencial começarão a
ser colocadas em práticas em
maio. Só em maio?
O
Brasil poderá
enfrentar um
novo e desas-
troso recorde
de recupera-
ções judiciais,
como efeito da retração econô-
mica, segundo especialistas ci-
tados ontem pelo Estado.
Maior desemprego e maior difi-
culdade para a reativação da
economia serão as consequên-
cias mais previsíveis, se as pro-
jeções se confirmarem. Mais
de 2,5 mil empresas poderão en-
trar em recuperação, como efei-
to da crise atual, se o Produto
Interno Bruto (PIB) encolher
5% em 2020, de acordo com es-
timativa da consultoria especia-
lizada Alvarez & Marsal
(A&M). O último recorde ocor-
reu em 2016, quando houve 1,
mil solicitações de proteção à
Justiça. Foi o segundo ano da
recessão iniciada na fase final
da gestão petista. Naquele biê-
nio a produção diminuiu 3,5% e
em seguida 3,6%, num dos pio-
res desempenhos, talvez o
pior, do período republicano.
O governo, espera-se, já le-
va em conta os problemas de
solvência – e o risco de que-
bras – de muitos milhares de
companhias nos próximos me-
ses. As medidas já anunciadas
por bancos para alongar pra-
zos de carência e de pagamen-
tos são por enquanto a novida-
de mais animadora.
Os pedidos de recuperação
judicial foram estimados com
base na experiência desde
2007, segundo o diretor de
reestruturação da A&M, Leo-
nardo Coelho. Os cálculos fo-
ram efetuados a partir da corre-
lação observada entre a queda
do PIB e o aumento das solicita-
ções de proteção judicial. A hi-
pótese de contração econômi-
ca de 5% tem referências muito
respeitáveis. O Banco Mundial
projeta para o Brasil um recuo
de 5% em 2020. O Fundo Mo-
netário Internacional aponta
resultado negativo de 5,3%.
O escritório elaborou cálcu-
los também com base em cená-
rios melhores. Exemplo: se o
PIB diminuir 3% neste ano, 2,
mil empresas pedirão recupera-
ção judicial entre o terceiro tri-
mestre de 2020 e o terceiro de
- Essa hipótese praticamen-
te coincide com a mediana das
projeções do mercado, de
2,96% de recuo, segundo o bole-
tim Focus do Banco Central.
Nesse caso, assim como no qua-
dro de retração de 1,5% (2,1 mil
solicitações), o número de re-
cuperações judiciais ainda será
maior que o de 2016.
O risco de quebradeira, ou,
no mínimo, de enorme núme-
ro de problemas de solvência,
foi indicado quando a pande-
mia começava a manifestar-se
no Brasil. Segundo estudo pu-
blicado naquele momento, ape-
nas metade das maiores em-
presas teria caixa – sem receita
- para três meses. Grande par-
te das pequenas e médias
aguentaria menos de um mês.
Combinar os números desse
estudo com os da análise da
A&M seria certamente traba-
lhoso, mas é clara a continuida-
de entre os cenários.
Novas consultas sobre recu-
peração judicial são numero-
sas, segundo o diretor de rees-
truturação da A&M. Outras fon-
tes apontam número crescente
de pedidos de alterações nos
programas já aprovados de re-
cuperação. Não basta, portan-
to, levar em conta os números
prováveis de novas solicitações
de proteção. É preciso conside-
rar também as companhias já
em recuperação e agora sujei-
tas a dificuldades inesperadas.
A ajuda fiscal oferecida a em-
presas para atenuar os efeitos
da crise e proteger empregos é
importante, mas de alcance li-
mitado a poucos meses. O ris-
co de grande número de insol-
vências permanece, assim co-
mo o perigo de novas dispen-
sas. Segundo recentes proje-
ções, o número de novos de-
sempregados poderá ficar en-
tre 2,5 milhões e 5 milhões. Is-
so vai depender da duração e
da profundidade da crise.
As estimativas, no entanto,
são especialmente arriscadas,
hoje, porque a recessão tem ca-
racterísticas muito particula-
res. A mais evidente é a sua ori-
gem, uma pandemia, com as
consequentes medidas de isola-
mento e de alteração das condi-
ções de trabalho. A diferença
em relação à crise global de
2008-2009 também é clara: os
problemas, naquela ocasião,
nasceram no setor financeiro.
Mas o novo drama brasileiro
também se caracteriza por ha-
ver começado com a economia
já muito débil e com alto de-
semprego. É preciso conside-
rar também esse dado ao defi-
nir ações anticrise – e sem vio-
lar uma restrição essencial: tu-
do poderá ficar muito pior se a
reabertura for precipitada.
Bolsonaro e a democracia
ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO
Pedidos de proteção
judicial podem bater
os da última crise,
aponta estudo
Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]
Notas & Informações
Atenção aos mais desprotegidos
A crise os privou de
renda e a informalidade
dificulta seu acesso à
chance de sobrevivência
O risco de um mau recorde
l Em tempos de pandemia
Ambição do poder
Li o editorial O poder que Bolso-
naro quer (22/4, A3) e gostei,
pois descreve claramente a si-
tuação criada pelo atual presi-
dente. Entretanto, lembrando
nossos mais recentes ex-presi-
dentes, vejo que essa descrição
se aplica perfeitamente aos go-
vernos de Lula da Silva (presi-
diário solto) e da ex-presiden-
ta Dilma Rousseff (difamadora
do Brasil no exterior). Ambos
usaram os mesmos meios e
com muito maior ênfase, com
equipes treinadas em cooptar
políticos, que atuaram todos
os anos em que estiveram no
poder. Sem falar no Supremo
Tribunal Federal (STF) monta-
do por eles, cujo presidente é
um ex-advogado do PT... O fa-
to é que temos parlamentares
nas duas Casas do Congresso
acostumados a receber benes-
ses em troca de votações, apoi-
adores de péssimos projetos
aprovados naquele período e
que conduziram o Brasil à pre-
sente situação desesperadora
da saúde roubada e abandona-
da. O País segue, com Jair Bol-
sonaro, a cartilha criada pelos
citados ex-presidentes.
JOSÉ ROBERTO COSTA LIMA
[email protected]
SÃO PAULO
Competência em questão
Parabéns pelo editorial O poder
que Bolsonaro quer , em especial
por atentar para o fato de que
o poder que o presidente tem
ele não quer, por ser incompe-
tente para exercê-lo.
MARIA ÍSIS M. MONTEIRO DE BARROS
[email protected]
SANTA RITA DO PASSA QUATRO
Limitações presidenciais
Na verdade, assim como Bolso-
naro errou ao dizer que ele é a
Constituição, à qual o presiden-
te da República, como todos os
brasileiros, tem de obedecer,
ele também não “está no po-
der”. Bolsonaro foi eleito para
chefiar um dos Poderes da Re-
pública. Surpreendente que
depois de três décadas como
congressista ele tenha uma vi-
são tão deturpada de sua posi-
ção na Presidência e pense
que, com a sua eleição, o Brasil
lhe tenha delegado o poder di-
tatorial que, por suas atitudes,
parece almejar.
JORGE R. S. ALVES
[email protected]
JAÚ
Terceiro Mundo
O grande problema da demo-
cracia em países do chamado
Terceiro Mundo é que, legal-
mente, alguns privilegiados,
em geral associados ao Estado,
ficam extremamente bem e os
muitos outros, bem pior do
que poderiam ficar. Daí, popu-
listas que surjam com aura de
sinceros, patriotas e nacionalis-
tas têm grande chance de ser
eleitos e reeleitos, democratica-
mente, mesmo não sendo tão
democratas assim, uma vez
que conhecem os males da de-
mocracia terceiro-mundista.
MARCELO GOMES JORGE FERES
[email protected]
RIO DE JANEIRO
Vozes das ruas
Democratas somos em grande
maioria. Democracia é a plurali-
dade de pensamento e de asso-
ciações. Daí haver nela parti-
dos sabidamente não demo-
cráticos, propagadores do parti-
do único. Pode ser incoerên-
cia, mas assim é a democracia.
PAULO TARSO J. SANTOS
[email protected]
BARRETOS
Sobre lideranças
Educativo o artigo Verdadeiras
e falsas lideranças (22/4, A2), de
Luiz Felipe D’Ávila, que faz um
resumo e uma avaliação das
ações do governador do Rio
Grande do Sul, Eduardo Leite.
Estão ali, para quem quiser ver
e seguir, o que todos nós espe-
ramos de nossos governantes.
Espero que, ao ser dada visibili-
dade a tão sensatas medidas,
não se torne o governador
gaúcho alvo de certas autorida-
des que só pensam em 2022.
CARLOS AYRTON BIASETTO
[email protected]
SÃO PAULO
Situação de guerra
Em situação emergencial, se-
melhante ao estado de guerra,
como a que vivemos atualmen-
te, qual será a responsabilidade
dos hospitais particulares quan-
do chegarmos à saturação de
leitos e de UTIs nos hospitais
públicos? E as pessoas que têm
plano de saúde, poderão elas
migrar para qualquer hospital
que possa atender se o creden-
ciado pela operadora não dis-
puser de possibilidade de aten-
dimento? São perguntas que
precisam ser respondidas e
bem esclarecidas à população,
para que não haja mortes por
falta de atendimento, enquan-
to outros hospitais dispõem de
vagas. Não seria o caso de esta-
belecer um protocolo de aten-
dimento e de troca de informa-
ções entre todos os hospitais?
O isolamento social é impor-
tante, mas não se poderá esten-
der por muito tempo. Temos
de buscar alternativas viáveis
que poupem vidas, mas preser-
vem também a saúde financei-
ra dos menos afortunados.
JOÃO M. VENTURA
[email protected]
SÃO PAULO
Qualidade dos testes
Embora seja absolutamente
necessária a testagem em mas-
sa da população para detectar
o grau de imunidade contra o
coronavírus e assim direcionar
a política de afrouxamento da
quarentena, isso não pode ser
feito atabalhoadamente. As
tais “limitações importantes”
dos testes disponíveis, reconhe-
cidas pelo próprio Ministério
da Saúde, referem-se ao grau
não desprezível de falsos resul-
tados dos testes rápidos. Uma
das implicações importantes
dessas limitações é a possibili-
dade de pessoas “falsamente”
imunizadas (falsos positivos)
voltarem ao convívio comunitá-
rio achando que estão protegi-
das, quando, na verdade, não
estão. A qualidade dos testes
não pode ser menosprezada e
não há pressão política que jus-
tifique pôr em risco a saúde e a
vida de pessoas.
LUCIANO HARARY, médico
[email protected]
SÃO PAULO
Planos econômicos
Já que o governo está pagando
os R$ 600 e adiantando 50%
do 13.º dos aposentados, para
ajudar os isolados, por que não
desengavetar o pagamento pe-
los bancos da correção monetá-
ria das poupanças? Por que ra-
zão os ministros do STF estão
protelando os processos?
JAIME AQUINO MOURA
[email protected]
SÃO PAULO
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