Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

MAGAZINE 311 | (^65)
no chão, saguões dos principais
aeroportos totalmente vazios e
uma inimaginável e assustadora
cena do aeroporto de Congonhas,
no dia 30 de março de 2020: todos
os fingers vazios, sem atividade de
pousos e decolagens, e os pátios
de Gol, Latam e Azul lotados de
aviões parados.
Tinha início um efeito
dominó, com reflexos diretos e
negativos nas operações aéreas e
em tudo que a orbita, incluindo
abastecimento, manutenção e
financiamentos. Como se não bas-
tasse, a cotação do dólar comercial
bateu recordes nominais de alta,
atingindo os maiores patamares
desde a criação do Plano Real,
com variação acima de 30% só nos
primeiros três meses de 2020.
Na tentativa de entender e di-
gerir o que estava acontecendo, o
mundo dos negócios no setor ae-
ronáutico praticamente parou. Na
indústria e em trades independen-
tes funcionários foram licencia-
dos ou alocados em home-office,
estruturas de FBO entraram em
regime especial de atendimento,
com staff mínimo, transações não
fechadas foram descontinuadas,
intenções de compra canceladas
ou adiadas. As partes que tinham
um horizonte de saída exerceram
essa opção. As que não tinham,
buscaram renegociações – em
alguns casos conhecidos, com
alegações de “força maior” ou
“caso fortuito”. A expectativa para
o pós-pandemia é um aumento
nas disputas e “judicialização” dos
contratos firmados anteriormente,
que não previram uma situação
dessa envergadura.