National Geographic - Portugal - Edição 218 (2019-05)

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Enquanto um saltador trata da bomba de água,
enchendo e voltando a encher os sacos, quatro
homens atacam o flanco esquerdo e três o flanco
direito do incêndio. Os homens deslocam-se ao
longo da frente, combatendo as chamas, despe-
jando água, sufocando com o fumo.
Os saltadores cavam valas, cortam árvores e en-
chem e voltam a encher os sacos, sem parar. Às 3
horas da manhã do dia seguinte, após várias ho-
ras de trabalho extenuante, conseguiram delimi-
tar o perímetro do fogo. Os homens deslizam para
o interior dos seus sacos-cama, para dormirem
algumas horas. Às 7 da manhã, estão de volta à
linha da frente. Alguns utilizam motosserras para
abater árvores verdes e alargar a linha de fogo em
redor da fronteira carbonizada do incêndio. Ou-
tros escavam com as suas Pulaskis.
O combate inicial chegou ao fim e Jeff McPhe-
tridge percorre a pé o perímetro do incêndio. São
apenas 13 hectares, um fogo minúsculo, compa-
rado com os enormes incêndios que se transfor-
mam em cabeçalhos noticiosos no restante terri-
tório do país. No entanto, se o tivessem deixado
arder, poderia ter queimado centenas ou milha-
res de hectares. Jeff telefona ao controlador do
fogo, fornecendo-lhe informações actualizadas,
e é informado que o quartel-general vai mandar
retirar a sua equipa. Uma equipa de bombeiros,
recrutados entre as comunidades nativas do
Alasca, será transportada de helicóptero até ao
local para as tarefas finais de rescaldo. Vão pas-
sar em revista cada metro quadrado de terreno
“negro” para se assegurarem de que o fogo se en-
contra totalmente extinto.
Quase às 21 horas do mesmo dia em que fo-
ram largados de pára-quedas, os oito bombeiros
pára-quedistas são transportados de helicópte-
ro ao longo de 80 quilómetros até Bettles, um
lugar composto por algumas casas e uma pis-
ta de aterragem de terra batida, no interior do
Alasca. Missão cumprida. Ou, pelo menos, as-
sim o pensam.


DUAS OCORRÊNCIAS DESFAVORÁVEIS acontecem
depois de os bombeiros pára-quedistas serem reti-
rados do Fogo 320. Primeiro, o equipamento para a
equipa nativa do Alasca fica retido em Fairbanks e,
por isso, eles não conseguem chegar ao cenário do
fogo para procederem à limpeza. Em segundo lugar,
o vento sopra com força, vindo de norte, e dá nova
vida às brasas. O incêndio ressurge e, na tarde do
dia em que deixaram a zona, os bombeiros pára-
-quedistas regressam ao local de helicóptero.

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