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O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 16 DE MAIO DE 2020 Especial H5
N
inguém precisa saber cozi-
nhar para fazer essa sopa.
Ela não requer qualquer ha-
bilidade, além de cortar os tomates
ao meio, descascar as cebolas e o
alho. E é espetacular. OK, sou fã e
posso estar exagerando no entu-
siasmo, mas ela é bem boa. Faça e
tire a prova você mesmo. Um pou-
co adocicada, um pouco ácida, en-
corpada, é de uma simplicidade re-
confortante, o que a torna perfeita
para uma noite fria. O único segre-
do é usar tomates bem maduros,
que são menos ácidos e mais carnu-
dos – a cenoura entra na receita pa-
ra ajudar a reduzir a acidez. Se qui-
ser caprichar, faça também algumas
torradas com pesto de salsinha ou cro-
cantes de presunto cru.
Ingredientes
(4 porções)
10 a 12 tomates italianos bem maduros
3 cebolas médias
3 dentes de alho
1/2 cenoura
1 e 1/2 xícara (chá) de caldo de carne ou
vegetal (veja receita no site do Paladar)
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Azeite para regar os tomates
Para a torrada de pesto de salsinha
Algumas fatias grossas de pão, um punha-
do de salsinha fresca, dente de alho, um
filé de anchova em conserva de óleo, sal e
azeite para formar uma pasta.
Para o crocante de presunto
3 ou 4 fatias de presunto cru
Preparo
- Corte os tomates ao meio no sentido
vertical e ponha numa assadeira com a
parte cortada virada para cima. - Descasque as cebolas e corte-as ao
meio; descasque os dentes de alho, mas
deixe-os inteiros; descasque a cenoura e
corte ao meio; distribua os três na assadei-
ra com os tomates. - Tempere com sal e pimenta, regue com
azeite e leve ao forno preaquecido a 220°C.
Asse os vegetais por aproximadamente
30 minutos, até estarem levemente tos-
tados.
- Tire do forno, espere amornar e po-
nha os vegetais no liquidificador, ou no
processador, junto do caldo vegetal ou
de carne. Bata até obter um creme es-
pesso – a textura fica irregular, o que
confere o estilo rústico à sopa. - Pesto de salsa: bata todos os ingre-
dientes (exceto o pão) num processado
e espalhe sobre a torrada. - Crocante de presunto: forre o prato
do micro-ondas com papel-toalha, po-
nha duas ou três fatias de presunto e
cozinhe por uns 20 a 30 segundos.
Tire do forno e espere esfriar e ficar
crocante. - Sirva a sopa quente, pura ou com
os acompanhamentos.
Prato do dia
A globalização tem feito com
que os mesmos automóveis se-
jam vendidos em diferentes
mercados em todo o planeta. Is-
so se reflete em economia de es-
cala para as fabricantes e uma
certa “democratização automo-
tiva”. Em geral, as diferenças fi-
cam restritas a questões ligadas
a legislação, gosto e condições
econômicas. Algumas vezes é
preciso mudar o nome do carro.
Por questões mercadológi-
cas, de estratégia ou mesmo cul-
turais, alguns modelos têm de
ser rebatizados. Uma denomi-
nação com boa sonoridade em
determinado idioma pode soar
desagradável em outro. Há até o
risco de nomenclaturas positi-
vas em determinados merca-
dos serem ofensivas em outros.
O Ford Ka, por exemplo, foi
rebatizado de Figo na Índia e na
África do Sul. Pela primeira vez o
compacto, que está na terceira
geração, ganhou um nome dife-
rente em outros mercados.
O carro surgiu nos anos 90 na
Europa. E, após um início não
muito promissor no Brasil, aca-
bou fazendo muito sucesso e fi-
gura na lista dos mais vendidos.
Entre nós, sempre foi Ka.
Sua versão sedã, lançada no
Brasil em 2014 com o nome de
Ka+, foi rebatizada de Ka Sedan
no fim de 2017. E aqui começa
um pouco de confusão, porque
esse era o nome da versão hatch
na Europa, até sair de linha, no
fim do ano passado.
Na Índia a marca adotou Fi-
go, nome que já havia sido utili-
zado antes no Fiesta. Da mesma
forma, por lá o Ka sedã é identifi-
cado como Figo Aspire. Há ca-
sos mais extremos, que in-
cluem até mudanças de marca.
Confira alguns exemplos.
Dependendo do país, um mesmo automóvel pode receber
nova denominação e até emblema de outra fabricante
lHá casos em que a mudança
de nome é feita por razões bem
mais sérias do que a simples so-
noridade ou gosto local. Às ve-
zes, o ajuste é necessário para
manter os bons costumes. Al-
guns nomes, se mantidos, causa-
riam constrangimento. É o caso
do Mitsubishi Pajero, que foi alte-
rado para Montero em países de
língua espanhola. A razão é que
nesses locais “pajero” é uma gí-
ria para designar pessoas que
têm o hábito de se masturbar.
Outro carro que passou pelo
mesmo processo foi o Hyundai
Kona. O SUV compacto criado pa-
ra a Europa precisou de ser reba-
tizado em Portugal. Kona é o no-
me de uma ilha no arquipélago
do Havaí. Mas a palavra “cona”,
com “C”, é uma gíria para o ór-
gão sexual feminino no país euro-
peu. Por isso, por lá o modelo re-
cebeu o nome de Kauai.
Há ainda o caso clássico do
Chevrolet Nova. Nos países de
língua espanhola, o antigo mode-
lo da marca norte-americana
(produzido entre as décadas de
60 e 80) não transmitia a ideia
de novidade, modernidade, co-
mo pretendia a fabricante. Isso
porque a palavra "nova" era en-
tendida como "no va", não vai,
em espanhol. E o carro não foi!
JornaldoCarro
PATRÍCIA FERRAZ
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l]
Além do nome, nesse caso o emblema também é outro. O
Fiorino é vendido como Ram 700 Rapid em praticamente
toda a América Latina. O mesmo vale a Fiat Ducato (Ram
ProMaster) e o Doblò europeu (Ram ProMaster Rapid).
A Strada é vendida com o nome de Ram 700 em países
como México, Chile e Colômbia. O número adotado pela
Ram indica o tamanho do veículo. A picape média, por
exemplo, é a 1500, e a grande (vendida no Brasil) é a 2500.
NOMES PODEM
GERAR ATÉ
CHACOTAS
NOMES DIFERENTES
Nissan Versa/Sunny
O Versa é outro carro da marca japonesa com dois nomes.
Na Ásia, o compacto é chamado de Sunny (ensolarado em
tradução literal). A mesma nomenclatura já foi empregada
também em gerações anteriores do sedã médio Sentra.
Fiat Toro/Ram 1000
Produzida na fábrica de Goiana, em Pernambuco, a Toro
segue o mesmo critério de numeração e foi rebatizada de
Ram 1000 em países da América Latina. O emblema está
na frente e também em destaque no centro da traseira.
HONDA/DIVULGAÇÃO NISSAN/DIVULGAÇÃO
CARROS
IGUAIS
Nova identidade. Na Índia, o Ford Ka se chama Figo, nome que já foi utilizado no Fiesta
HYUNDAI/DIVULGAÇÃO
FORD/DIVULGAÇÃO
FOTOS: RAM/DIVULGAÇÃO
NISSAN/DIVULGAÇÃO
Kona, não.
Em nome
dos bons
costumes,
em Portugal
o SUV da
Hyundai é
chamado
de Kauai
Fiat Fiorino/Ram 700 Rapid
Honda Fit/Jazz
Em inglês, o termo Fit significa algo que “veste bem”, que
serve. Mas não serviu na Europa, onde se chama Jazz. Há
quem diga que o nome deveria ser Fitta, mas o termo, em
sueco, é uma descrição vulgar do órgão sexual feminino.
Nissan March/Micra
Além da diferença de nome, o modelo europeu está uma
geração à frente do brasileiro. Lá, deixou de ser um carro
simples e ficou sofisticado. Nas gerações anteriores, que
não foram vendidas aqui, o compacto já se chamava Micra.
Fiat Strada/Ram 700
Sopa rústica de tomate assado
PATRÍCIA FERRAZ/ESTADÃO