O Estado de São Paulo (2020-06-08)

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B8 Economia SEGUNDA-FEIRA, 8 DE JUNHO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


Havaianas


joga fichas


na Ásia no


pós-covid


Para reforçar operação
de e-commerce, marca
brasileira de sandálias
abriu seis lojas ‘pop-up’
na China após reabertura

Fernando Scheller

Enquanto no Brasil o núme-
ro de infectados e mortos pe-
lo novo coronavírus não para
de subir, a maior parte da
Ásia já controlou a pandemia
e voltou a abrir a economia.
Os shoppings, por lá, já estão
funcionando há mais de um
mês e a vida se desenrola em
um “novo normal”. De olho
nesse mercado gigante, a Ha-
vaianas – marca de sandálias
que pertence à multinacio-
nal brasileira Alpargatas –
pôs o pé no acelerador nos
investimentos no continen-
te. Depois de criar uma parce-
ria para entrar no mercado
indiano, que é o maior merca-
do de chinelos do mundo, a
marca está avançando a pas-
sos rápidos na China, de olho
no retorno do consumo de
moda pós-covid-19.
Para ampliar sua presença
e ganhar relevância na Chi-

na, a Havaianas lançou uma loja
online dentro do ambiente da
gigante chinesa de tecnologia
Tencent. Agora, para que os
clientes tenham chance de expe-
rimentar as sandálias e enten-
der a proposta da marca, foram
abertas seis lojas temporárias –
ou “pop-up” – em shoppings
chineses, de acordo com a dire-
tora global de marketing da Ha-
vaianas, Fernanda Romano.
Para acelerar a expansão na
China continental, a Havaianas
abriu um escritório próprio no
País no ano passado. “Ainda es-
tamos longe de atingir o nosso
potencial na China”, admite
Fernanda. A presença com uma
equipe focada na Ásia – com ên-
fase para China, Coreia do Sul e
Japão – é também uma forma
de manter a empresa conectada
com o que é de mais novo em
tendências. “Cidades como Tó-
quio e Seul hoje ditam compor-
tamento e tendências de moda
e comportamento no mundo.
Esses locais possuem também
uma importância estratégica,
além de serem mercados de al-
to crescimento.”
Embora tenha chegado à Ín-
dia, a Havaianas não quer dispu-
tar o mercado de massa no país.
Com mais de 1,3 bilhão de habi-

tantes, a Índia é grande consu-
midora de sandálias de baixo
custo – de cerca de US$ 2 (R$
10) o par. Não é o jogo da Havaia-
nas lá fora, de acordo com a exe-
cutiva. Os preços da Havaianas
giram em torno de dez vezes es-
se valor, em mercados como
EUA e Europa. Logo, o produto
brasileiro acaba se posicionan-
do dentro de um nicho relativa-
mente pequeno no mercado in-
diano.
A operação internacional da
Havaianas, iniciada a partir dos
anos 1990, depois do redesenho
da marca no Brasil, conseguiu
se tornar mais relevante na Eu-
ropa, além de ter se tornado
uma febre na Austrália (país
que agora também é atendido a
partir do escritório chinês, pela
proximidade geográfica). Além
da Ásia, Fernanda ainda vê espa-
ço para uma forte expansão nos

EUA, onde a companhia tam-
bém não atingiu seu potencial.
Um dos desafios atuais da Al-
pargatas é ampliar suas receitas
internacionais – trabalho que
recai, sobretudo, sobre a Ha-
vaianas. No ano passado, da re-
ceita líquida total da compa-
nhia, de R$ 3,71 bilhões, pou-
co mais de 21% vieram
de territórios estran-
geiros, ou R$ 787 mi-
lhões, segundo o ba-
lanço da compa-
nhia. Apesar de a
economia global
vir crescendo acima
da média brasileira há
anos, a expansão lá fora,
em 2019, foi de 10,8%, desem-
penho parecido com o avanço
de 9,6% no Brasil.

Colaborações. Para tentar
atrair o interesse estrangeiro

por seus produtos, a Havaianas
está indo além da conhecida
proposta de brasilidade da mar-
ca. A empresa fez colaborações
importantes para desenvolver
sandálias com o aval de grupos
de moda como Missoni, Yves
Saint-Laurent e Valentino. A
mais recente parceria é com
a Mastermind, conheci-
da pela linha de moda
jovem no segmento
como streetwear.

Retrô. A Master-
mind fez uma relei-
tura do tradicional
tamanco japonês, o
zori. O modelo, que
adapta o formato tradicional
da sandália brasileira para o esti-
lo do tamanco de madeira, fará
parte da coleção permanente
da marca e será vendido em to-
do o mundo. A diretora de

marketing de Havaianas diz
que se trata de uma volta ao
passado – uma vez que o de-
sign da Havaianas original,
criada em 1962, foi inspirada
no zori.
Para o especialista em mar-
cas Jaime Troiano, da Troia-
no Branding, a despeito de to-
das as inovações que a Ha-
vaianas possa vir a fazer em
seu portfólio, o principal
trunfo da marca continua a
ser a brasilidade. “Não existe
marca que traduza de forma
mais clara o modo de vida bra-
sileiro, a leveza, do que a Ha-
vaianas”, diz Troiano. “Mes-
mo em culturas distantes da
nossa, existe uma atrativida-
de por comprar um pouco de
Brasil. E os chineses estão ca-
da vez mais interessados no
mundo, querem experimen-
tar um pouco de tudo.”

ALPARGATAS

Um pouquinho de Brasil. Havaianas abre lojas ‘pop-up’ em shoppings para reforçar operação de e-commerce na China

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Ana Goretti Kalume
Maranhão
Pediatra do Programa
Nacional de
Imunizações do
Ministério da Saúde

Deborah Secco
Atriz e Mãe
da Maria Flor

A mediação é da
jornalista Rita
Lisauskas

Drauzio Varella
Médico Cancerologista

Bárbara Furtado
Pediatra e Gerente Médica
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Pediatra Infectologista
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