O Estado de São Paulo (2020-06-13)

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‘Quase não


saio desde 15


de março’


O secretário municipal de
Transportes de São Paulo, Ed-
son Caram, pediu demissão do
cargo ontem, segundo infor-
mou por nota a Prefeitura de
São Paulo. A saída se deu após
Caram ter sido alvo, na segun-
da-feira, de um ultimato do pre-
feito Bruno Covas (PSDB), que
disse que ou Caram resolveria o
problema da lotação nos ônibus
da cidade até esta sexta ou, na
segunda, outra pessoa faria isso.
Covas vem sendo cobrado por
manter ônibus lotados no perío-
do em que autoriza a retomada
de atividades comerciais em
meio à pandemia de coronavírus.
O ultimato havia surpreendi-


do aliados do prefeito na Câ-
mara Municipal, que disseram
não acreditar que o prefeito
cumpriria a ameaça. No lotea-
mento de cargos da capital
paulista, a pasta de Transpor-
tes é do DEM, que indica titula-
res e auxiliares.
Aliados do prefeito disseram
ao Estadão que o secretário te-
ria se irritado com a fala e che-
gou a cogitar pedir demissão
ainda na segunda-feira, logo
após as declarações de Covas,
feitas durante coletiva no Palá-
cio dos Bandeirantes, sede do
governo, ao lado do governador

João Doria (PSDB).
A fala teria surpreendido au-
xiliares, segundo relatos ouvi-
dos pela reportagem, uma vez
que a cobrança pública ainda
não havia sido feita reservada-
mente no mesmo tom. Caram
foi demovido da ideia de sair na
hora sob o argumento de que
uma ruptura abrupta poderia
abalar a relação entre o gover-
no e o partido aliado.
O atrito entre Covas e Caram
tem origem em questões de ges-
tão pública. É a presença de pes-
soas em pé nos ônibus munici-
pais. Caram havia se comprome-
tido a por tantos ônibus quanto
fossem necessários nas ruas pa-
ra garantir que todas as pessoas
viajassem sentadas e, assim, evi-
tassem aglomerações e a trans-
missão do coronavírus.
Técnicos da São Paulo Trans-
porte (SPTrans) avaliavam, no
entanto, que uma série de fato-
res faz o cumprimento da pro-
messa ser impossível, mesmo
com a colocação de 100% dos
ônibus para circular.
O novo nome de que passará
a ocupar a pasta ainda não foi
anuciado pelo prefeito. / B.R.

DEPOIMENTOS


Fábio Bispo
ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Milhares de pessoas passaram
ontem pelo maior parque te-
mático da América Latina, o Be-
to Carrero World, em Santa Ca-
tarina, que ficou mais de dois
meses fechado por causa da co-
vid-19. A diversão foi retomada
com regras rígidas e alteração
na rotina do local.
Atrações nos ambientes fe-
chados continuam suspensas e
o número de pessoas nos brin-
quedos foi limitado. Monitores
lembravam as pessoas sobre as
medidas de segurança. O uso de
máscara e aferição de tempera-

tura é obrigatório. As filas dos
dias normais foram substituí-
das pela fila virtual, via aplicati-
vo. Mas em alguns casos, a re-
portagem do Estadão identifi-
cou pessoas que descumpriram
as orientações e circularam
sem máscaras e sem respeitar o
distanciamento mínimo.
A liberação do setor de entre-
tenimento no Estado foi autori-
zada pelo governador Carlos
Moisés (PSL). A medida permi-
tiu reabertura de zoológicos,
parques e praças. Cinemas e
shows também estão permiti-
dos, mas apenas na modalidade

drive-in (dentro do carro).
A pedagoga Milene Frias, de
36 anos, e o filho Arthur, de 11,
aproveitaram o passaporte
anual para “tirar o atraso da di-
versão”. Apesar das preocupa-
ções, a mulher, que é moradora
de Itajaí, cidade vizinha ao par-
que, disse que tem sido difícil os
últimos meses sem opções de
lazer. “Ele está sem aulas e eu
estou sem trabalhar. Apesar de
sabermos que o momento é de
cuidado, é preciso ter espaço pa-
ra distração. Ele estava ansioso
para fazermos alguma coisa.”
Para evitar os riscos de conta-
minação, além das medidas ado-
tadas no local, Milene tomou
suas próprias precauções. “Evi-
tamos ficar perto das outras pes-
soas, trouxemos máscaras ex-
tras e álcool em gel”, disse. Nes-
te primeiro dia de funcionamen-
to, o local contou com visita da
Vigilância Sanitária.
Com a redução de atrações,
parte dos 1,1 mil funcionários foi
remanejada para providenciar a
higienização dos brinquedos a ca-
da rodada de uso. Uma equipe foi
destacada para realizar a fumiga-
ção em todas as áreas.

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


Após cobrança de Covas,


secretário pede demissão


‘Tudo bem


sair de vez


em quando’


Marina Petra,
de 28 anos, analista de RH

Daniel Peixoto,
de 34 anos, músico


Com nova rotina, Beto


Carrero reabre ao público


Brasil é o segundo país com mais mortos. Pág. 21 }


Bruno Ribeiro


O primeiro dia de reabertura
de lojas de rua de São Paulo,
na parte da manhã, com ope-
ração também dos shoppings
centers, na parte da tarde,
manteve a taxa de isolamen-
to social na cidade nos mes-
mo patamares observados
nas semanas anteriores. O
índice na capital paulista fi-
cou anteontem em 48%, se-
gundo dados divulgados on-
tem pelo governo.
Embora a taxa não tenha caí-
do, a semana que se encerra ho-
je será a primeira em quatro se-
manas sem que, em nenhum
dia, o patamar de pessoas em
casa não alcance a marca de
49%, ainda segundo dados da Se-
cretaria Estadual de Desenvolvi-


mento Econômico.
Quinta-feira não foi feriado
na capital paulista, uma vez que
a comemoração de Corpus Ch-
risti havia sido antecipada para
a semana de 20 de maio, em um
esforço da Prefeitura de aumen-
tar as taxas de isolamento so-
cial. Entretanto, com bancos fe-
chados, bolsa sem operar e o sis-
tema financeiro de folga, os pri-
meiros dia de reabertura foram
“atípicos”. Os shoppings tive-
ram movimento baixo, sem fi-
las e com parte das lojas de por-
tas fechadas.
“Só no começo da semana
que vem, depois desse feriado
que não foi feriado, é que pode-
remos ter uma visão melhor do
impacto da abertura no distan-
ciamento social”, afirmou o físi-
co Roberto Kraenkel, pesquisa-

dor do Instituto de Física Teóri-
ca da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) e membro do
Observatório Covid-19 BR.
O pesquisador afirma que, da-
qui para frente, além de um
olhar sobre o número de novos
casos, de internações e de mor-
tes, é preciso um olhar mais
atento com relação aos testes
para detecção do coronavírus.
“Precisamos fazer mais tes-
tes, inclusive de casos leves,
que também são transmisso-
res. O governo fez compras de
equipamentos o que é impor-
tante, mas não podemos achar
que está tudo bem”, afirma.
“Uma das formas de evitar o
contágio é o distanciamento.
Outra é testar todos os casos e
monitorar (os positivos)”, relata
o pesquisador.

Evolução. Os dados da Funda-
ção Sistema Estadual de Análi-
se de Dados (Seade) divulgados
pelo governo do Estado mos-
tram que, duas semanas após os
seis dias de feriado prolongado,
houve uma inversão de tendên-
cias na curva que indica a evolu-

ção de casos de coronavírus.
A média móvel – um linha que
estima a evolução da doença –
vinha crescendo até 3 de junho.
Dali em diante, passou a cair. O
feriado prolongado ocorreu en-
tre 20 e 26 de maio, antecipan-
do Corpus Christi, Revolução

Constitucionalista de 1932 e
Dia da Consciência Negra.
Entretanto, pesquisadores
que vêm acompanhando a evo-
lução da doença, como o tam-
bém físico Domingos Alves, pro-
fessor do Departamento de Me-
dicina Social da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto,
apontam que a doença ainda es-
tá em alta, e fazem alerta sobre
o impacto que abertura do co-
mércio terá, nos próximos dias,
na propagação da doença.
“O que dizemos é que os im-
pactos são sentidos dentro de
duas semanas, e a OMS (Organi-
zação Mundial da Saúde) fala em
até três”, disse, para destacar
que cidades que estão viven-
ciando a abertura poderão ter
de rever esse processo antes
mesmo desse período.

lVeículos
O índice de ônibus que circulam
atualmente na cidade de São Pau-
lo está na casa dos 70%, enquan-
to o número de passageiros não
chega aos 40%, segundo técni-
cos do setor.

Edson Caram, do


Transporte de SP, foi


ameaçado pelo prefeito


caso não resolvesse


a lotação dos ônibus


Tenho cumprido a quarentena
à risca. Fui trabalhar no escri-
tório só três vezes durante es-
se período todo, em dias em

que é preciso a equipe toda
estar junta. Mas, no restante
das vezes, fico em casa. Peço
comida, não tenho visitado
minhas tias, que sinto sauda-
de. Eu entendo que tem muita
gente que depende do traba-
lho de lojas, de comissão, de
vendas, e que deve estar com
as contas apertadas. Por isso,
acho que o governo tem de
fazer todo o possível para ten-
tar reabrir tudo o mais rápido
que der, mas logicamente sem

deixar a saúde de lado. Eu vim
para o shopping porque tinha
uns presentes para comprar, e
não me sinto insegura. Além
de toda as coisas que estão
fazendo, medindo temperatu-
ra, imagino que a máscara pro-
tege e evita que eu fique doen-
te. As pessoas têm de sair de
casa, e a segurança importa.
Se a gente continuar evitando
os excessos mais uns dias,
acho tudo bem sair para ir em
uma loja de vez em quando.

Praticamente não saio desde
15 de março, até mesmo antes
de a quarentena começar.
Consegui me organizar. Te-


nho trabalhado em casa, ma-
lhado em casa. Achei que iria
surtar por muito menos. Co-
mo sou músico, meu campo
de trabalho será o último a
reabrir e não faço questão ne-
nhuma de sair. Tenho uma
padaria, uma farmácia e um
mercado na esquina, então
tenho como fazer todas as mi-
nhas compras básicas, e só ti-
ve um compromisso de traba-
lho nesse período. Moro com
um amigo e tenho a preocupa-

ção de passar algo para ele
também. Tem essa coisa do
medo: tenho asma, sou fuman-
te, não quero me arriscar. Nun-
ca fui uma pessoa consumista,
de me fazer mal o fato não
comprar coisas. Não tenho
nada que ver em shopping.
Esses dias, meu computador
quebrou e eu comprei outro,
que chegou em dois dias. O
que sinto falta em casa é de
não sair, ir a um restaurante,
um bar com os amigos.

lLotação
O público presente não foi informa-
do. Pessoas que trabalham no lo-
cal, contudo, disseram que che-
gou próxima dos 50%, perto de 6
mil pessoas. Só podem comprar
ingressos pessoas do PR, SC e RS.

Parque em SC toma
precauções de segurança
e higienização, mas nem
todos os visitantes
observam as medidas

●Índice na capital paulista ficou em 48% nesta quinta

QUARENTENA

FONTE:GOVERNO DE SP INFOGRÁFICO/ESTADÃO

20/3 ABRIL MAIO 12/

TAXA DE ISOLAMENTO (%)

40

50

60

45

48%

WERTHER SANTANA/ESTADÃO–10/6/

SP sustenta taxa de


isolamento mesmo


com reabertura


Índice na capital ficou em 48% anteontem, patamar equivalente ao


de semanas anteriores. Com feriado, retomada é considera ‘atípica’
Amontoados. Pessoas se aglomeram na Ladeira Porto Geral, perto da 25 de Março

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