O Estado de São Paulo (2020-06-14)

(Antfer) #1

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O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 14 DE JUNHO DE 2020 NotaseInformações A


I


mpressiona a quantidade de vezes que mi-
nistros do Supremo Tribunal Federal
(STF) tiveram que explicar ao presidente
Jair Bolsonaro aspectos básicos da Consti-
tuição – aquela mesma que ele jurou res-
peitar ao tomar posse, mas que, dia e noi-
te, trata de desvirtuar.
Na hipótese de que seja apenas ignorância, é es-
pantoso que um político que passou três décadas
no Congresso e hoje é a autoridade executiva
máxima da República demonstre desconheci-
mento tão profundo do texto constitucional.
O presidente, por exemplo, já declarou que
“qualquer dos Poderes” pode “pedir às Forças Ar-
madas que intervenham para restabelecer a or-
dem no Brasil”. Fazia referência ao artigo 142 da
Constituição, que, na exótica interpretação de
Bolsonaro, lhe permitiria convocar as Forças Ar-
madas para intervir em crises e também para
atuar como uma espécie de “Poder Moderador”
quando há conflito entre Poderes.
O presidente repetiu em diversas ocasiões essa
interpretação mesmo tendo sido alertado por es-
pecialistas e magistrados de que se tratava de uma
leitura estapafúrdia da Constituição. Isso enseja
uma outra hipótese: a de que Bolsonaro sabe mui-


to bem o que está fazendo, ou seja, trata de con-
fundir a opinião pública e, em meio a um “debate”
constitucional sem sentido, dar verniz de legitimi-
dade a seus propósitos autoritários. Ao mesmo
tempo, tenta enredar as Forças Armadas em seu
projeto de poder, com o objetivo
óbvio de intimidar os opositores.
É por esse motivo que são tão
importantes manifestações crista-
linas como a do presidente do Su-
premo, ministro Dias Toffoli, a
propósito da absurda interpreta-
ção bolsonarista sobre o papel
das Forças Armadas. “As Forças
Armadas sabem muito bem que o
artigo 142 não lhes dá ( qualidade )
de Poder Moderador. Tenho cer-
teza de que as Forças Armadas
são instituições de Estado que ser-
vem ao povo brasileiro, não são
instituições de governo”, disse o ministro Toffoli.
Sendo o Supremo o intérprete final da Consti-
tuição, pode-se dizer que o caso está encerrado,
mas tudo indica que Bolsonaro insistirá em sua
exegese ardilosa do artigo 142. Afinal, seu objeti-
vo é fazer suas mentiras se transformarem em

verdades apenas pelo mecanismo da repetição in-
cessante, a despeito – e muitas vezes à revelia –
da realidade.
O presidente usa essa estratégia tipicamente
totalitária ao insistir também que “o Supremo
Tribunal Federal decidiu que go-
vernadores e prefeitos é que são
responsáveis por essa política ( de
impor a quarentena contra a pande-
mia de covid-19 ), inclusive isola-
mento”, razão pela qual ele diz
que não pode ser responsabiliza-
do nem pelas mortes nem pela cri-
se. “Não queiram colocar no meu
colo”, disse Bolsonaro, numa frase
que já se tornou padrão em um go-
verno que não assume responsabi-
lidade por nada.
Parece inútil explicar ao presi-
dente, como já se fez diversas ve-
zes, que em nenhum momento o Supremo atri-
buiu a Estados e municípios competência exclusi-
va para lidar com a pandemia. O STF, ao contrá-
rio, decidiu que União, Estados e municípios têm
“competência concorrente” – isto é, todos os en-
tes da Federação têm de agir para enfrentar a cri-

se, em seus diversos aspectos, “preservada a atri-
buição de cada esfera de governo”.
O que Bolsonaro queria, na verdade, era ter po-
der para ordenar a Estados e municípios que ig-
norassem a pandemia e mantivessem a econo-
mia em funcionamento, atropelando não apenas
as recomendações sanitárias, mas principalmen-
te o princípio federativo gravado na Constitui-
ção. Como teve seu intento autoritário mais uma
vez frustrado pelo Supremo, tratou de investir na
versão fantasiosa segundo a qual é o Judiciário
que o impede de tomar as medidas necessárias
para o que o País “volte à normalidade”.
No devaneio ditatorial que os camisas par-
das bolsonaristas acalentam, não há verdade se-
não aquela “revelada” por seu líder. Não à toa,
já houve até um ministro de Bolsonaro que de-
mandou a prisão de ministros do Supremo, já
que estes ousaram contestar a “verdade” do
chefe confrontando-a com a Constituição. As-
sim, na sua busca por um inimigo objetivo, que
todo movimento totalitário requer, o bolsona-
rismo já encontrou o seu: é a própria Constitui-
ção, que reflete não a vontade de seu líder, mas
o esforço coletivo de construção de um regime
genuinamente democrático.

O


secretário-geral
da Otan, Jens
Stoltenberg, ins-
tou as democra-
cias liberais a
confrontar “a
intimidação e a coerção” do
Partido Comunista chinês. “A
ascensão da China está mudan-
do o equilíbrio global de po-
der, aquecendo a corrida pela
supremacia econômica e tec-
nológica e aumentando a com-
petição sobre nossos valores e
estilo de vida.”
Seja para desviar a atenção
de suas falhas e mentiras em
relação à pandemia, seja para
amainar as inquietações do-
mésticas com a primeira con-
tração econômica em décadas,
o regime comunista tem apro-
veitado a confusão nos países
ocidentais – intensificada pelo
surto de protestos deflagrado
nos EUA – para promover po-
líticas cada vez mais agressi-
vas. Uma nova lei de seguran-
ça está a ponto de esmagar as
liberdades civis em Hong
Kong, ao mesmo tempo que
Taiwan é intimidada por uma
combinação de retórica nacio-
nalista e manobras militares.
Milhares de soldados chineses
confrontaram tropas indianas
nas fronteiras do Himalaia, en-
quanto hostilidades navais no
Pacífico acirram atritos com o
Vietnã e a Malásia.
Em alguns aspectos a China
já é a maior economia do mun-
do. Sua Marinha tem mais na-
vios e submarinos que a dos
EUA. “Eles estão mais perto de
nós no espaço cibernético, os
vemos no Ártico, na África e in-
vestindo em nossa infraestrutu-
ra crítica”, disse Stoltenberg.
“E estão trabalhando cada vez


mais com a Rússia.” As máqui-
nas de propaganda bombar-
deiam a população nacional
com slogans chauvinistas e a in-
ternacional, com fake news. O
filme Lobo Guerreiro 2 – a maior
bilheteria da história da China


  • narra o triunfo de soldados
    chineses sobre mercenários
    americanos. “Qualquer um que
    insulte a China”, diz seu pôster
    promocional, “deve ser exter-
    minado.” As nações que ques-
    tionam sua atuação na pande-
    mia são retaliadas por seus di-
    plomatas “lobos guerreiros”
    com insultos e ameaças de boi-
    cote, como o que impuseram à
    Austrália.
    No ano passado, a União Eu-


ropeia classificou a China como
um “rival sistêmico”, e crescem
as apreensões com a dependên-
cia da produção chinesa e o mo-
do como o Partido se vale de
seu capitalismo de Estado para
buscar supremacia tecnológica
e industrial. A relação com os
EUA está a ponto de colapsar
sob disputas cada vez mais acir-
radas que envolvem desde in-
vestimentos, comércio e tecno-
logia a segurança, origem do ví-
rus e busca pela cura.
Mas nenhum país deveria se
sentir obrigado a optar entre se
ajoelhar ante o regime de Xi Jin-
ping e se entregar às aventuras
unilateralistas de Donald
Trump. É preciso evitar as duas
opções. Tal como o bloco euro-
peu vem fazendo, cada nação
precisa articular uma estratégia

realista – calcada tanto na boa
vontade para com o povo da
China como na desconfiança
em relação ao seu governo auto-
ritário – que permita sopesar
rotineiramente interesses eco-
nômicos e políticos.
Assim como a China tem o di-
reito de competir no mercado
internacional, as nações ociden-
tais têm o direito de demandar
acesso recíproco aos mercados
chineses. A internacionalização
da economia chinesa – a “me-
nos livre” do mundo, segundo
o Índice de Liberdade Econômi-
ca da Heritage Foundation –
impõe o desafio de repensar fer-
ramentas para corrigir distor-
ções no livre mercado global
causadas por empresas estatais
ou subsidiadas.
As relações com a China não
são nem serão confortáveis. É
tão pernicioso tratá-la como
“inimiga” quanto é ingênuo tra-
tá-la como “amiga”. Junto a
uma competição econômica sa-
dia, a comunidade global deve
buscar todas as oportunidades
de cooperação com a China em
fins comuns, como a preserva-
ção ambiental ou a segurança
sanitária. Mas as democracias li-
berais precisam estar prontas a
não transigir em sua crença na
dignidade humana e nos direi-
tos individuais. Em respeito a
esta fé, ao povo chinês e aos in-
teresses nacionais, é preciso
evitar responder na mesma
moeda – como tem feito
Trump – à estratégia do Parti-
do Comunista de “dividir para
conquistar”. Tanto a solidarie-
dade global quanto as razões
de Estado indicam que a atitu-
de correta é “distinguir” – en-
tre interesses econômicos e po-
líticos – “para cooperar”.

D


ados consolida-
dos pelo Institu-
to Nacional de
Pesquisas Espa-
ciais (Inpe) re-
velam que o
desmatamento da Amazônia
no ano passado foi maior do
que se supunha. Ao mesmo
tempo, o próprio Inpe e o Insti-
tuto de Pesquisa Ambiental da
Amazônia (Ipam) alertam: da-
do o padrão de desmatamento
recente, as queimadas em
2020 podem superar as de
2019, não só agravando a crise
ambiental, mas possivelmente
a de saúde pública. Como am-
bas têm repercussão interna-
cional, isso pode deteriorar ain-
da mais a reputação do Brasil
no plano geopolítico e intensifi-
car a fuga de capitais.
“A Amazônia brasileira pode
ser atingida, em breve, por uma
‘tempestade perfeita’”, adverte
o Ipam. “Uma eventual intera-
ção entre a pandemia de covid-
19 e o aumento do desmata-
mento seguido do fogo terá po-
tencial de provocar mais mor-
tes na região. A temporada de
seca e queimadas, que se inicia
em final de junho, pode ser
igual ou mesmo mais intensa
do que aquela que atingiu a re-
gião em 2019.”
No ano passado, o sistema de
monitoramento Deter apontou
que de agosto de 2018 a julho
de 2019 haviam sido desmata-
dos 6.844 km². À época, o presi-
dente Jair Bolsonaro chegou a
sugerir que os números eram
mentirosos. Agora, sabe-se que,
longe de serem inflacionados,
eles eram defasados. Os dados
do sistema Prodes mostram
que no período a Amazônia per-
deu na verdade 10.129 km² –

34,41% a mais em relação aos 12
meses anteriores. A diferença
se deve às especificidades dos
sistemas. O Deter é mais dinâ-
mico, mas tem menos visibilida-
de. Sua principal função é ras-
trear tendências que depois são
detalhadas pelo Prodes.
Agora, o Deter aponta que
de agosto de 2019 a maio de
2020 a derrubada já ultrapas-
sou 6 mil km². O cenário de al-
ta, pois, se mantém, com a agra-
vante de que em junho e julho
o desmatamento tradicional-
mente se intensifica. O Ipam
calcula que até o final de julho,
quando se inicia o período críti-
co da estiagem, a extensão de
árvores mortas e secas tende a

atingir 9 mil km². Dependendo
do volume das queimadas e do
comportamento da fumaça, as
partículas podem fustigar uma
população já vulnerável às sín-
dromes respiratórias causadas
pela covid-19. “Se 60% dessa
área queimar, teremos uma
temporada de fogo semelhante
à de 2019”, alerta o Ipam. “Se
100% queimar, pode se insta-
lar uma calamidade de saúde
sem precedentes.”
Para piorar, as zonas mais de-
vastadas são justamente as flo-
restas públicas não destinadas,
objeto de cobiça das quadrilhas
de grileiros e especuladores,
que, além dos crimes ambien-
tais, estão habitualmente envol-
vidas em delitos como estelio-
nato, contrabando, trabalho es-
cravo e homicídios.

O poder público precisa agir
rapidamente, com foco no acú-
mulo de áreas desmatadas e
não queimadas. O Ipam reco-
menda que o decreto de Garan-
tia da Lei e da Ordem que de-
termina a atuação das Forças
Armadas seja estendido de ju-
lho até outubro, quando se en-
cerra o período de seca. Mas es-
ta atuação precisa ser qualifica-
da. Ainda não está claro como
as medidas de repressão serão
implementadas, e, como mos-
trou reportagem do Estado ,
há pouca coordenação com os
fiscais em campo, com o risco
de que, antes de verem a sua
atuação reforçada, eles sejam
desprestigiados, ficando mais
vulneráveis às crescentes
agressões dos criminosos. A
médio prazo, é preciso cons-
truir estratégias de controle
do desmatamento que suple-
mentem as reações emergen-
ciais e espasmódicas. Mas o go-
verno também precisa ir além
de medidas defensivas, e expli-
citar como pretende imple-
mentar seu tão propalado “am-
bientalismo de resultado”.
A atmosfera sociopolítica
global oferece todas as condi-
ções para uma “tempestade
perfeita” positiva, que conju-
gue esforços da sociedade civil,
empresas nacionais e estrangei-
ras e governos e instituições in-
ternacionais, para integrar a
preservação ambiental ao uso
sustentável dos recursos natu-
rais e humanos, estimulando a
economia e o emprego na re-
gião. Em tese, o Conselho da
Amazônia, criado no início do
ano, deveria catalisar estas
ações. Mas até o momento,
além das boas intenções, ele
não mostrou a que veio.

A Constituição como inimiga


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Queimadas podem piorar
neste ano, agravando
a crise sanitária,
econômica e geopolítica

Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]


Notas & Informações


Distinguir para cooperar


Na relação com a China,
cada nação deve sopesar
rotineiramente interesses
econômicos e políticos

Tempestade perfeita na Amazônia


l O Brasil sob Bolsonaro
Não consigo respirar...

... de desânimo. O que esperar
de um país que, nesta pande-
mia, se tornou líder no mundo
em número de mortes por dia
de compatriotas? O que esperar
quando se vê que a miséria au-
menta assustadoramente por
incompetência e indiferença de
um governo no lidar com essa
tragédia, pois, ao invés de prote-
ger a população, estimula o con-
tágio, insistindo em descuidar
da saúde do seu povo, negando-
nos, sobretudo, um norte, que
só um bom e responsável minis-
tro da Saúde poderia dar? Até
da manipulação de dados ou-
sou lançar mão para escamo-
tear os efeitos desastrosos de
sua conduta! Para completar a
sucessão de malfeitos, tentou
impor por medida provisória
que reitores de universidades
federais fossem nomeados por
esse ministro da Educação que
declara em alto e bom som que,
por ele, o Supremo Tribunal,
um Poder da República e um
dos pilares da democracia, po-
deria sumir do mapa. “Impre-
cionante” e assustador! Daí se
vê como o medo é um mau con-


selheiro na hora de votar. Para
evitar algo visto como mau, op-
tou-se por um mal maior. Ago-
ra só nos resta lamentar e espe-
rar que Deus nos perdoe tanta
imaturidade. Boas oportunida-
des não nos faltaram, mas não
aproveitamos. Em tempo: não
sou petista nem comunista.
ELIANA FRANÇA LEME
[email protected]
CAMPINAS

Aparelhamento
Está mais que claro, o ministro
Abraham Weintraub pretendia
aparelhar as universidades com
bolsonaristas, da mesma forma
que, lamentavelmente, fez a es-
querda ao longo dos tempos. Se
houvesse um mínimo interesse
em implantar um sistema per-
manente, não ideológico, apo-
lítico, em que o mérito presidis-
se a escolha dos reitores, o mi-
nistro teria – por projeto de lei


  • se espelhado nos exemplos
    dos países do Primeiro Mundo,
    como os EUA, onde a popula-
    ção, pelo voto, escolhe os diri-
    gentes das escolas públicas.
    NILSON OTÁVIO DE OLIVEIRA
    [email protected]
    SÃO PAULO


Crer, obedecer, combater
A suposta “guerra” contra a edu-
cação e a cultura ora em curso
em Brasília não é fortuita. São
os “elos fracos” do processo
civilizatório, pois não depen-
dem de punhos, armas físicas e
hormônios (naturais ou artifi-
ciais); contam basicamente
com neurônios, sinapses tradu-
zidas em ideias e discursos, di-
tos narrativas, fundados em
princípios e valores abstratos,
transmitidos historicamente.
Figuradamente, é a cena do va-
lentão ignorante que quer pre-
valecer ao estudioso, nerd ou
não, pela musculatura; o clássi-
co bully covardão que extorque
os mais fracos, para seus pro-
pósitos. Isso sempre existiu?
Sem dúvida. Mas ao longo da
História os “fracos” fizeram
avançar a civilização, habilmen-
te construindo limites à testos-
terona impulsiva. Em tempos
em que o valentão vira modelo
de sucesso, temos um proble-
ma. A opressão não se atém ao
parquinho do colégio, espalha-
se, invade as mentes, contami-
na os princípios e valores abs-
tratos. E os estudiosos se põem
a serviço da força opressiva,

constituindo uma legião de cor-
pos adestrados, que abdicam
das sinapses. Afinal, na cadeia
de comando cabe agir, não pen-
sar. “Crer, obedecer, comba-
ter”, antigo lema de um desses
regimes aparentemente bem-su-
cedidos no início, mas catas-
tróficos no final.
ROBERTO YOKOTA
[email protected]
SÃO PAULO

O 24º ministério
De uma só tacada o presidente
Bolsonaro matou vários coe-
lhos: afasta os militares no go-
verno de assuntos delicados,
atende ao Centrão, melhora sua
blindagem no Congresso, satis-
faz a ala evangélica e aproxima
ainda mais o SBT, um formador
de opinião. Quanto ao indica-
do, há versões. O recriado Mi-
nistério das Comunicações, o
24.º, talvez seja realmente ne-
cessário para melhorar a ima-
gem do governo, interna e exter-
na, claramente desfavorável e
decadente, a não ser para o nú-
cleo duro de seus eleitores. Em
vários sentidos, não há somen-
te erros e ações ruins, mas o
processo é confuso e turbulen-

to, findando por agravar e dene-
grir qualquer bem realizado.
Dada a amplitude da tacada,
relembrando George Orwell no
livro 1984 , a expectativa é que
não sejam fundidos no Ministé-
rio da Comunicação os Ministé-
rios da Verdade e da Propagan-
da, que, traduzindo para a novi-
língua, se tornaria o Ministério
do Comprove!
LUIZ A. BERNARDI
[email protected]
SÃO PAULO

‘E daí?’
Ao criar um novo ministério
para melhorar a imagem do go-
verno, o presidente só vai gas-
tar tempo e o nosso dinheiro
de maneira inútil. Jamais será
reeleito, perdeu sua melhor
chance ao ser incompetente
para lidar com a pandemia.
Mostrou quem realmente é.
RICARDO FIORAVANTE LORENZI
[email protected]
SÃO PAULO

Herança maldita
Nunca antes neste país tivemos
uma herança maldita criada pe-
lo próprio presidente para admi-
nistrar nos seus próximos 30

meses (se conseguir chegar lá).
CARLOS GASPAR
[email protected]
SÃO PAULO

Esticando a corda
Invasão de UTIs de hospitais?
É sério isso? Pôr em risco sua
tropa e os próprios pacientes?
Afrontar instituições de saúde?
O que o presidente quer?!
SÉRGIO ECKERMANN PASSOS
[email protected]
PORTO FELIZ

História repetida
Uma bela aula o artigo A Revol-
ta da Vacina , de Simon
Schwartzman (12/6, A2). Nosso
povo, que desconhece História,
já cumpre seu fado de repeti-la.
ALEXANDRE MARTINI NETO
[email protected]
RIO CLARO

Abandonados por Deus
Estou convencido de que Deus
deixou de ser brasileiro. Depois
de Bolsonaro, mandou um tal
de Hang e um tal de Olavo para
nos atazanar. Volta, Senhor!
JOSÉ ROBERTO PALMA
[email protected]
SÃO PAULO
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