Crusoé - Edição 112 (2020-06-19)

(Antfer) #1

inclusive da PGR. A suspeita é que
eles envolvam o grupo de assessores
palacianos ligados ao vereador
Carlos Bolsonaro e que integram o
chamado “Gabinete do Ódio”. O
grupo foi citado em depoimentos
colhidos pela equipe do ministro no
STF, mas ainda não foi alvo de
medidas como busca e apreensão ou
quebra de sigilos bancário e
telefônico.


Dentro da corte, ficou o recado
a Alexandre de que é preciso ser mais
transparente e objetivo na condução
do inquérito, mas o entendimento
quase unânime de que uma ofensa
ou ameaça dirigida a um magistrado
específico será vista como um ataque
à instituição. “A instauração do
inquérito se impôs e se impões não
porque o queremos ou o gostemos,
mas porque não podemos banalizar
os ataques e as ameaças ao Supremo
Tribunal Federal”, afirmou Toffoli. O
“inquérito do fim do mundo” foi
aberto pelo presidente do STF no
momento que um grupo de


parlamentares de oposição e
situação colhiam assinaturas para
instalar a CPI da Lava Toga, para
investigar, inclusive, magistrados da
Suprema Corte. Em mais um sinal de
como no Brasil tudo muda ao sabor
das circunstâncias, e não apenas no
Judiciário, uma parte desse grupo,
que chegou a pedir o impeachment
de ministros, desistiu da briga contra

e agora defende o inquérito por seu
potencial de colher, de maneira
impiedosa, as falanges bolsonaristas
das redes sociais. O inquérito
inconstitucional, assim, obteve uma
espécie indulgência plenária. Mas
uma pergunta se impõe,
independentemente dos resultados
que ele poderá alcançar: os fins
justificam os meios?
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