19/06 / 20 REPORTAGEM
As provas contra Queiroz
Um farto material em poder do
Ministério Público revela a tentativa
de atrapalhar a investigação e aponta
para ligação com milicianos e para
um plano de fuga que contaria com
a participação de Adriano da
Nóbrega, ex-policial que morreria
meses depois durante um confronto
na Bahia. Crusoé teve acesso à
íntegra do pedido em que os
promotores listam os motivos para
prender o ex-assessor de Flávio
Bolsonaro
Fabio Serapião
No pedido de prisão de Fabrício
de Queiroz, os promotores do
Ministério Público do Rio de Janeiro
afirmam que o ex-assessor de Flávio
Bolsonaro tinha “um plano de fuga
organizado para toda a família” e
“contaria com a atuação do então
foragido Adriano Magalhães da
Costa Nóbrega”.
O ex-capitão da Polícia Militar
Adriano da Nóbrega é o miliciano
que estava foragido e foi morto pela
polícia durante um cerco na Bahia,
em fevereiro. A ex-mulher e a mãe
dele trabalharam no gabinete de
Flávio Bolsonaro, o filho 01 do
presidente da República, e também
são investigadas no esquema de
rachid que deu origem à Operação
Anjo, deflagrada nesta quinta-feira,
- Conforme mostrou Crusoé, o ex-
advogado de Adriano da Nóbrega
assumiu a defesa de Fabrício
Queiroz.
Na peça enviada à Justiça, à qual
Crusoé teve acesso, os promotores
mencionam um possível
envolvimento de Queiroz com
milicianos do Itanhangá, na região da
Barra da Tijuca, no Rio, para
formatar um plano de fuga para toda
a sua família. Esse plano, afirmam,
contaria com a participação de
Capitão Adriano, o miliciano que viria
a morrer três meses depois em
confronto com a polícia.
Diz o Ministério Público no
pedido que levou à ordem de prisão
de Fabrício Queiroz: “Conforme será
demonstrado ao longo da presente
peça, a análise do material
apreendido demonstrou que os ora
requeridos embaraçaram o regular
andamento da investigação, com
dinâmica estruturada, que envolveu
atos de adulteração de provas,
informações falsas nos autos,
sonegação de endereços e
paradeiros de investigados, além de
possível envolvimento de
FABRÍCIO QUEIROZ com
milicianos do Itanhangá e um plano
de fuga organizado para toda a família
do operador financeiro que contaria
com a atuação do então foragido
ADRIANO MAGALHÃES DA
COSTA NÓBREGA”.
Segundo o MP-RJ, as tratativas
para o plano de fuga contaram com
a participação de Luís Gustavo
Botto Maia, advogado de Flávio
Bolsonaro que, pouco antes, teria
conversado com Frederick Wassef,
também defensor do filho do