JornalValor--- Página 6 da edição"22/06/20201a CADC" ---- Impressa por LGerardiàs 21/06/2020@19:17:06
C6| Valor|Sábado,domingoe segunda-feira, 20, 21 e 22 de junhode 2020
IMPACTOSDO
CORONAVÍRUS
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Com a alta do dólar, é hora de repatriar recursos para o Brasil?
Consultório
financeiro
E
usempreouviqueé
importante
diversificar
globalmente.Tenho
umapequenareserva
noexterior,frutodealguns
anosquetrabalheicomo
expatriado.Comoastaxasde
jurosnospaísesdesenvolvidos
estámuitobaixaeorealse
desvalorizou,eudeveriatrazer
esseinvestimento?Ele
representa20%dasminhas
economias.
RodrigoAssumpção, CFP, responde:
Caroleitor,
Obrigadopelaperguntaque
nospermiteabordarumtema
tãoimportante,masquemuitas
vezesédeixadodeladona
composiçãopatrimonialdas
famílias.Existemmotivos
históricosecomportamentais
quejustificamofatodehojea
diversificaçãoemoutrasmoedas
egeografiasnãoserrealidade
paraamaioriadenósbrasileiros,
porémaospoucostemosqueir
mudandoessequadro.
Hápelomenostrêsmotivos.
Umdeleséquenossaeconomia
semprefoimuitofechada,eisso
dificultava(namaioriadoscasos
inviabilizava)qualquer
investidormédioderealizar
aplicaçõesnoexterior,limitando
esseacesso,quandomuito,aos
detentoresdegrandesfortunas.
Nosúltimosanosissotem
mudadobastante,ehojeémuito
maissimplesabrirumaconta
foradopaís,oumesmoinvestir
emfundosnoBrasilque
compramativosnoexterior;
Também,ataxabásicadejuros
danossaeconomia(Selic)era
excessivamentealta,ouseja,
nossasaplicaçõesrendiamacima
de10%aoanoemumtítulo
garantidopelogoverno,assim
nãoeranadaconvidativoinvestir
noexteriorparaobterretornos
muitoinferiores.Issotambém
mudoubastante,atualmentea
Selicestáem2,25%aoano,
reduzindomuitoodiferencial
quevimosnopassado.
Porúltimo,háfatores
comportamentaisquenos
impactammuitoalémdoque
imaginamos.Temosuma
autoconfiançanaturalmente
excessivaemnossasconvicções,
etemosmuitomaisconforto
comaquiloqueestápróximode
nós.Apenasparailustrar,é
comumpresenciarmos
investidoresqueaceitam
facilmenteinvestirnas
tradicionaiseconhecidas
companhiasbrasileiras,mas
resistemainvestiremempresas
americanasoueuropeias,ainda
queessassejammaiorese
tenhammelhoresperspectivas.
Aproximidadenostraz
confortoemuitasvezesnosfaz
tomardecisõesquenemsempre
sãoasmelhores.
Voltandoasuaquestão,omais
recomendáveléqueolhepara
essaposiçãocomumavisãode
longoprazo,eevitetentaracertar
omomentoexatodesair
totalmentedela,aindaquevocê
possasimfazeralgunsajustes
comoabordaremosaseguir.
Emalgummomentono
passadovocêdefiniuqueesses
20%estavamideaisna
composiçãodoseuportfólio,
respeitandoseuperfilde
investidor.Paranãoficar
apenasnesseexemplo,vamos
imaginarquenaquelemesmo
momentovocêtenhadefinido
tambémqueoidealparasua
carteiraerater10%emações.
Existeumsimpleseeficaz
exercíciodereajusteque
podemosfazerperiodicamente.
Casoaaltadodólartenhafeito
aparcelainvestidanoexterior
crescermaisqueorestanteda
carteira,levandoessafatiaa
representaragora25%doseu
total,vocêpoderiareduziros
5%evoltaraalocaçãoparaos
20%definidosinicialmente
comoideais.
Imaginemosque,nomesmo
período,abolsacaiu30%,eseus
10%iniciaisemaçõesagora
representamapenas7%dototal.
Então,vocêpoderiainvestirum
poucomaisembolsapara
retornaraos10%ideais.
Essapráticafazcomquevocê
aproveiteosmovimentosde
quedaparainvestirumpouco
mais,eosmovimentosdealta
pararealizarpartedolucro,
sememnenhumdoscasos
tentaracertaremum
movimentode“tudoounada”.
Comoopassadorecente
influenciamuitonossas
decisões,infelizmentea
maioriadaspessoastem
comopráticajustamenteo
movimentocontrário,ouseja,
compramnomeiodaeuforia
(naalta)evendememperíodos
derealização(nabaixa).
Entãorespondendo
objetivamentesuapergunta,
manteressaparcelainvestida
noexterioréumaótima
decisão,talvezsendonecessário
apenasreajustaropercentual
queelarepresenta.
Terumaboadivisãodo
portfólio,respeitarseuperfilde
riscoeteratranquilidadepara
aproveitarmomentos
oportunospararealizaros
ajustesnecessáriossãoas
atitudesquegarantirãobons
frutosalongoprazo.Boasorte.
RodrigoAssumpçãoé planejador
financeiro pessoale possuia certificação
CFP(CertifiedFinancialPlanner),
concedidapelaPlanejar- Associação
Brasileira de Planejadores Financeiros
E-mail:
rodrigo.assumpcao@ethosinvestimentos.
com.brAsrespostasrefletemas
opiniõesdoautor,e nãodojornal
ValorEconômicooudaPlanejar. O
jornale a Planejarnãose
responsabilizampelasinformações
acimaouporprejuízosdequalquer
natureza emdecorrênciadouso
destasinformações.Perguntas
devem serencaminhadaspara:
[email protected]
Galápagosinicia captação comaposta emcrédito alternativo
MariaLuízaFilgueiras
De São Paulo
Apósum anoestruturando seu
portfólio com capital próprio, a
gestora Galápagos Capitaldeu iní-
cio à distribuição de seus fundos
para terceiros,em plataformasde
varejo, como Genial, Órama e BTG
Pactual Digital, emultifamily offi-
ces e privatebankings.Fundada
emmaiode2019porumgrupode
executivos capitaneado porCarlos
Fonseca, ex-sócio dos bancosBTG
PactualeC6, omodelo da gestora
demandava tempode maturação
antesde abrir ainvestidorespor se
basearna originaçãoeestrutura-
çãodeativospróprios.
“A Galápagostemcomopanode
fundoaquedaacentuadade juros
e amigração da pessoa física para
omercado de capitais, movimen-
tos que só se aprofundaram nesse
último ano”, diz Fonseca. Avisão
dos sócios é que, ao longo dos últi-
mos anos,não houve novidade em
termosde produtos e gestão de
carteiras. “É tudomuitoparecido,
aplicadoemDI,compradoembol-
sa e dólar,com raras exceções.O
nosso entendimentoéque só va-
mos conseguir prêmio se fizermos
originaçãoproprietária”, afirma.
Porisso, apropostada casa éter
capacidade de originarsuas pró-
prias “esteirasde ativos”, comode-
fineFonseca,paranãodependerda
liquidezdemercadoeconseguirse
diferenciar.Isso é feitopor meiode
originaçãode recebíveisno setor
de saúde,créditopessoal com ga-
rantia imobiliária (home equity)
ou financiamentoa startups,que
alimentam carteirasde fundosde
direitos creditórios, imobiliários
ou multimercados, em produtos
para varejo ou investidores qualifi-
cadoseinstitucionais.
“Foram12mesesmontandoti-
me, estruturando os fundose
alocandonossodinheironessas
esteiraspara ter uma companhia
de investimentohojebastante
sólidae diferente”,afirmaotam-
bém sócioMarcoAntônioBolog-
na, ex-presidenteda aéreaTAMe
da construtoraWTorre. Omode-
lo é de partnershipeos 18 sócios
têmcapitalalocadonosfundos.
O patrimônio da Galápagos ho-
je,queserefereaomontanteinves-
tido pelos sócios,édeR$ 100mi-
lhões. Oprocesso de captação com
terceiros já começou, comreu-
niões com investidores por video-
conferências.Oobjetivo échegar a
R$2bilhõesatéofimdoano.
A gestorasubdivideaatuação
em quatroverticais:internacio-
nal,crédito,mercadoimobiliário
e agronegócio, sendoas últimas
três na frentelocal.No exterior,
um dos objetivos do time de ges-
tão de ativoslíquidosé fazerar-
bitragemcomtítuloslocais.
“Hátrêssemanas,obônusdaPe-
trobras no exterior estava pagan-
do 90 pontos-baseamais que as
debêntures da companhia. É a
mesmaempresa, omesmorisco e
duration, mas com maior retorno.
Esse tipo de situação gera oportu-
nidade para acarteira”, exemplifi-
caFonseca.Elecitaaindapapéisde
locadorasde automóveis, que no
Brasil estão limitados a duas gran-
des empresasen omercado ameri-
canoháumadezenadelas,alémde
fundos imobiliários comretorno
de8%aoanoemdólar.
No mercado local é queentram
as originações proprietárias. Co-
moelasprecisamserescalonáveis,
agestoratem parceriasepartici-
pações societárias. AGalápagos é
sócia, por exemplo,dastartup
Medicinae, plataformade gestão
financeira para consultórios e clí-
nicasmédicas,oquelhedáacesso
à compra recebíveis de operado-
raseseguradorasdesaúde.
Tem ainda umajoint venture
comacorretora de seguros Wiz
para home equity.Nesse negócio,
oestoqueatualestáem torno de
R$ 20 milhões, proveniente de em-
préstimosque vão de R$ 300 mil a
R$ 1,5 milhão. Outra frente que
tem sido relevante, segundo eles, é
a antecipação de recebíveis para
empresasdosetor de mineração e
do agronegócio, onde há deman-
da para suportar a cadeia produti-
va. Atualmente, a originação total
de recebíveis da gestoraestá em
tornodeR$60milhõesmensais.
Boa parteda tecnologiaedo
controle de custodessasoperações
vemdaGrafeno,fintechcriadapela
Galápagos, que faz emissãode bo-
leto, cobrançae contagarantia, e
aguarda aprovaçãodo BancoCen-
tral para atuarcomoregistradora.
“A antecipaçãode recebíveis de
saúdesó é possívelporquehá uma
conta muitobarata paracada con-
sultório”, diz Fonseca.Numbanco,
ocustoinviabilizariaesseformato.
A gestorafaz aindafinancia-
mentoparastartups,empresas
que aindanão têm acessoaos
grandesbancosou não querem
ter diluiçãoacionáriapor meio
de vendade participação.Já fo-
ram 12 operaçõesdo tipo,todas
com prêmiovinculadoa um pos-
terioreventosocietário.
Acrise atualacendeu um alerta
entrebancos efundos de crédito
privado sobreopotencial inadim-
plência. A Galápagosafirmaque
não teve carteiras afetadas. “Nãoti-
vemoscréditos inadimplentesnes-
sa pandemia.O que fizemosfoi
aproveitar para reavaliar e aperfei-
çoar nossos sistemas de controles e
processos,quejáeramcriteriosos,e
conhecer bemas empresasorigi-
nadorasdoscréditos”, dizBologna.
Rafael Fritsch,daCanvas, temequeinvestidortenha“susto”com FIDCs
BELPEDROSA/VALOR
AnaPaulaRagazzi
De São Paulo
Nacrise,queatingiuemcheioo
crédito, uma aplicação no seg-
mentocontinua entregando re-
torno como se fosse “um relogi-
nho”: os fundos de investimento
em direitos creditórios (FIDC). Al-
gunsgestores quepodemcom-
prarcotasdessesfundosparasuas
carteiras de crédito privadomos-
trampreocupação comesse com-
portamentoalheioàpandemia.
“Os FIDCspodem ser o próximo
aprendizadopara oinvestidorque
sofreuperdas comos fundosde
crédito privado que ofereciam li-
quidez diária ebaixo risco”, afirma
RafaelFritsch, CIO egestordecré-
dito da Canvas Capital. Na hora
mais agudadacrise, aonda de res-
gates nessas carteiras dizimouas
debêntures, ele diz, porque elas
nãotinhamummercadosecundá-
rio relevante. Como resultado,tí-
tulosdedívidadepapéis‘AAA’ pas-
saramapagarCDImais4%ou5%.
Enquanto isso, os FIDCs, que
sempreoferecerammaisretornoe,
portanto,risco, continuaram re-
munerando a CDI mais2,5%. “Não
faz sentido”, diz Fritsch, ressaltan-
doquealiquidezdosfundosdere-
cebíveis éainda menor.“O que
aconteceu éque ninguémnego-
ciou as cotas desses fundose então
elasnãorefletemomercado”, diz.
A preocupação de Fritsch é com
fundos de fintechs, empresas de
médio porte, recebíveisde maqui-
ninhaeduplicatas(factorings).Es-
ses são os produtos maispulveri-
zadosda indústria,cujosprazos
dos recebíveis variam de 30, 60, 90
diasaté um ano.Para Fritsch, era
de se esperar que nessacrise, que
afetouemcheioaspequenasemé-
dias e apessoa física, houvesse
uma pioranesses carteiras.Mas as
cotasnãorefletemisso.
Napandemia,aComissãodeVa-
loresMobiliários (CVM)não deu
umaorientação específica sobre
comoosadministradoresdeFIDCs
deveriam lidar comos atrasos de
pagamentose aconstituiçãode
provisões. Deixou isso a cargo de
cada um deles, que adotou um jei-
toprópriodemarcação.
Na indústria,a precificação do
FIDCé feita pelo administrador e
seguida pelos administradores
dos demaisfundosque investem
em cotasdessesFIDCs.Apenasa
Mellon, já desdeo ano passado,
faz uma avaliaçãoprópriadas in-
formações que recebedos FIDCS
para os fundosque administra.A
duplicata eletrônica tendea me-
lhoraressaprecificação.
A Socopa, que administra R$ 15
bilhões em FIDCs,diz quecriou
um documento, a partir de 8de
abril,emqueocedentedosrecebí-
veis podiasolicitar aprorrogação
do pagamento, mas só para opera-
ções que ficaram em atraso até 7
dias paratrás, para evitar quepro-
blemas que não eram da covid-19
caíssem nessa conta. Isso durou
dois meses, com término em 8 de
junho, última datapossível para
prorrogação sem provisionamen-
to.Daniel Doll Lemos, diretorda
Socopa, diz que aadesãofoi muito
baixa—afetousóR$258milhõese,
desse valor, 71%já forampagos.
“Nãofoi a catástrofe esperada no
começodapandemia”, diz.
JáaFinaxisautorizouquetítulos
vencidos no início de abril pudes-
sem ser prorrogados automatica-
mente por 60 diaspara inícioda
contagemde prazo para provisão
de devedoresduvidosos (PDD).A
Finaxisnãodeuentrevista.
Mas esses adiamentos de paga-
mentos e de provisões inviabiliza-
ram o acompanhamentodaina-
dimplênciareal das carteiras. “Isso
pode significar que empurraram
um problema parafrente. Daí a
questão: será que essas carteiras
estãobemmarcadas?Seráqueelas
têm liquidez?”, resume Fritsch
que,dianteda incerteza, preferiu
ficardeforadaaplicação.
Pierre Jadoul, gestor de crédito
da ARX Investimentos, diz que a
CVM abriu uma brechapara os ad-
ministradores, semcontraparti-
das. “Se foi possível não provisio-
nar, os administradores deveriam
terdadotransparênciaàsinforma-
çõessobreos atrasos ou proibido
resgatesnas cotas subordinadas”,
diz Jadoul. “Para termosalguma
tranquilidade, tivemosque ligar
em administrador em administra-
doreiratrásdessasinformações.”
Esses FIDCs possuemcotasdo ti-
po sênior, que são destinadas ao
mercado em geral, e subordinadas
ou do tipo júnior, que ficam com o
consultor ou originadordos crédi-
tos. Acota subordinada,que tem
metade remuneraçãomaior,absor-
veeventuaisperdasprimeiro.Opro-
blema do adiamento de pagamen-
tos e provisões é que não se sabe ao
certo aquanto chegou ainadim-
plênciaeseelajábateunasênior.
“Seainadimplênciaestáem10%
easubordinadaéde 5%, já atingiu
a sênior.Se asubordinada for de
15%, ainda não. Mas o gestor teve
de correr atrás parater alguma vi-
sibilidade sobre isso para avaliar o
valor de cada cota”,diz Jadoul,re-
forçando que, do que viu, asitua-
ção está sob controle. “Os multice-
dentesmultisacados[FIDCsdefac-
toring] estão performando muito
melhordo que o esperado.Só nos
deutrabalhoenxergarisso.”
Esses fundos estão commuito
caixa, cerca de 30%, ante uma mé-
dia históricade 15%. Isso reflete o
fato de menos duplicatas teremsi-
dogeradasnacrise,etambémpor-
que deixaramde ir atrás de novas
operações para focar na cobrança
dasquejáestavamencarteiradas.
A análiseda Canvas, maispessi-
mista em relaçãoaos portfólios,re-
meteao fim do ano passado,quan-
do a economiaapontava para reto-
mada,com juro em queda. “Quem
tevedetomarcréditomaiscaroem
dezembro, janeiro efevereirocom
essesFIDCsjá deveriater algum
problema,porquenãoconseguiuo
crédito mais baratoque estava dis-
ponível naquele momento. Será
quenapandemia,émaisfácildizer
que a situação desse devedor do
fundoestá melhorou pior?”, ques-
tiona Fritsch. “Por isso aavaliação é
que,talvez, as carteiras desses
FIDCs hoje estejampioresdo que
há três ou seismeses. Eoproblema
estásendoapenasempurradopara
a frente.”Aressalva é que há opera-
ções de prazo mais curtoque nesse
períodojápodemterencerrado.
Outromotivodepreocupação,
diz o gestor,éque os modelosde
precificação desses créditos
usamo históricode inadimplên-
cia dos últimostrês anos,que foi
muitobaixa,pelosjurosdecres-
centes.Masissonãoécondizente
com a pandemia —aSocopaan-
tecipouarevisãodomodelopara
incluironovocenário.
Para Fritsch,o segmentoestá
confortável porquenão há nego-
ciação no secundário, eamaioria
das carteiraséfe chadapara resga-
tes. “Por isso o produto continua
rodandobem”,diz. “A questão é
que, se alguém precisar vender,
não vai ser nessepreço. Ese tiver
um eventode liquidez,podehaver
problema. Porisso acho que o
spread dos FIDCs podeabrir.” Se-
gundoogestordaCanvas,algumas
carteirasquecontinuaramfazendo
provisõesjámostramaumento.
Helio Pio, sócio da Devant Asset,
tambémacredita que podehaver
umproblemamaiorescondido.“O
que tem dentro das carteiraseo
que vai ser honrado só saberemos
nos próximos dois ou três meses”,
diz. A gestora ficou de fora da apli-
caçãonesses FIDCs muitopulveri-
zados, ele diz, por ser impossível
auditar 100% das duplicatas e an-
tecipações para ter certeza de que
tem margeminteressantena car-
teira. “Só olhamosoperaçõesque
tenhamos capacidadede fazer au-
ditoriade100%”, diz.
Pio lembra que aCVM, na crise,
também liberou o desenquadra-
mento temporáriode fundos.E al-
gumas carteiras de crédito vende-
ramospapéismaislíquidoseacaba-
ram maisconcentradas em outros
menos negociados, como os FIDCs.
“Issoajudou esse fundoamostrar
um retorno que talveznão sejacon-
dizente comarealidade,pois essas
cotas não se mexeram, enquanto as
debêntureseatéasletrasfinanceiras
forammuitoafetadas.”
InvestimentosAdiamentodepagamentosedeprovisõesreduzvisibilidadesobreainadimplênciadascarteiras
Falta de ‘marcação’ de FIDC preocupa
By_Lu*Ch@Qu£