National Geographic - Portugal - Edição 232 (2020-07)

(Antfer) #1
Inspiração
dearfrio

COLUNA
DISTENDIDAEM
ACELERAÇÃO


CACADORES DA MONTANHA
Há eternidades que estes felinos ágeis de grande altitude lutam pela subsistência no tecto do
mundo e o seu corpo é prova disso. Os leopardos-das-neves equilibram a sua necessidade de
velocidade e força na perseguição de presas com adaptações que os ajudam a lidar com
terrenos íngremes, escassez de oxigénio e frio penetrante.

A dureza do ambiente em que vivem exige soluções
anatómicas de compromisso: o corpo pequeno tem
menos força, mas gasta menos energia. O crânio permi-
te maior absorção de oxigénio e maior área para os
músculos responsáveis pela mordedura do que os crâ-
nios mais planos de outros animais do género Panthera.

COMO RESPIRAM Aquecendo o ar
O ar quente que sai dos
pulmões aquece o ar gelado
inspirado em labirintos de osso
e tecido particularmente
grandes e densos.

Oxigenar ao máximo
Narinas grandes e
cavidades nasais largas
facilitam a inspiração de
grandes quantidades de
ar rarefeito.

O pêlo mais comprido dos
grandes felinos retém uma
camada de ar junto da pele
para isolar o corpo sob
temperaturas negativas.
O comprimento do pêlo
varia ao longo do corpo.

PATAS PROTECTORAS
Patas de grandes dimensões
funcionam como raquetes de neve,
distribuindo o peso e impedindo os
felinos de se afundarem na neve alta.

Dimensão das patas em relação à
dimensão do corpo, em percentagem

Mutação de altitude
Pensa-se que um gene
modificado nos leopardos-das-
-neves terá produzido mais
vasos sanguíneos nos pulmões
para extrair mais oxigénio. Foi
identificada uma mutação
semelhante nos lobos e seres
humanos que habitam o
planalto do Tibete.

Existem grandes
felinos desde o
nível do mar às
florestas das
montanhas, mas só
os leopardos-das-
-neves habitam os
picos mais altos.
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