National Geographic - Portugal - Edição 230 (2020-05)

(Antfer) #1
PARAONDEFORAMTODOSOSINSECTOS? 23

aumentar,apesardea maioriadaslagartasseen-
contraremdeclínio.A diminuiçãodasinteracções
entrelagartase parasitóidestambémsignificaque
cadeiasalimentaresinteiraspoderãodesfazer-se,
antes de os seres humanos terem oportunidade de
as descobrir. “Licenciei-me em Inglês”, disse Lee
Dyer. “E este tipo de interacções, estas histórias,
são como poemas.” Quando se perdem tantas, “é
como um incêndio numa biblioteca”.
A maioria dos dados de longo prazo relativos a
insectos foram obtidos em zonas temperadas da
Europa ou dos EUA. No entanto, cerca de 80% do
total de espécies de insectos vivem nos trópicos,
o que torna as conclusões de Lee Dyer e Danielle
Salcido potencialmente mais importantes.

membrosdaSociedadeEntomológicadeKrefeld,
elenãosepredispôsa encontrarevidênciassobre
o declíniodosinsectos.Foramestasqueo encon-
traram.Umadassuasalunasdepós-graduação,
Danielle Salcido, examinou recentemente duas
décadas de dados e descobriu que a diversidade
das lagartas em La Selva diminuiu quase 40%
desde 1997. A diversidade dos parasitóides dimi-
nuiu ainda mais: cerca de 55%.
Os parasitóides ajudam a manter sob contro-
lo muitas lagartas que se alimentam de culturas
agrícolas, pelo que é expectável que os prejuízos
agrícolas possam aumentar com o seu declínio.
Danielle descobriu que alguns grupos de lagartas
propensas a explosões demográficas estavam a

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