Aero Magazine - Edição 314 (2020-07)

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MAGAZINE 314 | (^35)
gia existente em dois quilos de
querosene, o que, na prática, será
uma conta de um para um, já que
a bateria tem um peso estrutural
extra. Nesse dia, a aviação elétrica
terá dado seu mais importante
passo para se tornar uma reali-
dade.
Ainda assim, mesmo solucio-
nando a capacidade das baterias,
um desafio adicional continu-
ará sendo abastecer um avião
elétrico em pouco tempo. Entre as
soluções está um sistema de carga
rápida, que, se se viabilizar, vai
permitir o carregamento do con-
junto de baterias de um avião do
porte do A350 em menos de uma
hora. Outra solução seria a criação
de baterias modulares que seriam
substituídas em poucos minutos.
Essa última ideia esbarra no pro-
blema de onde serão armazenadas,
já que, possivelmente, será um
conjunto bastante volumoso, que
não poderá ser instalado nas asas.
Os fabricantes ainda olham
para a eletrificação considerando
o conceito atual, de aviões com
fuselagem em forma de charuto e
um par de asas, algo que pratica-
mente não mudou desde a década
de 1930. Entre as soluções pode
estar o sonhado conceito de asa
voadora, como o adotado pelo
bombardeiro B-2. Evidentemente,
isso exigiria uma série de mudan-
ças de paradigmas, do processo de
certificação aos controles de voo,
algo só compatível com a revolu-
ção que a eletrificação representa.
AIRBUS EMISSÃO ZERO
Recentemente, a Airbus anun-
ciou planos para criar a primeira
aeronave comercial de emissão
zero até 3035, um prazo con-
siderado bastante realista pelo
consórcio europeu. “A maioria
das tecnologias necessárias para
uma aeronave de emissão zero já
está surgindo em outros setores
e trabalhamos nisso há algum
tempo – não estamos começando
do zero”, informou a Airbus, em
nota, para a AERO Magazine.
O projeto despertou atenção
da comunidade aeronáutica, le-
vando parte da imprensa especia-
lizada a acreditar que o avião seria
um substituto dos atuais A320neo.
Segundo a Airbus, é muito cedo
para afirmar se este avião de emis-
são zero será o sucessor da família
A320. Para o fabricante europeu,
o mais provável é que o modelo
original se concentre inicialmente
no mercado regional e de curto
alcance.
Possivelmente, esse primeiro
avião comercial terá capacidade
de passageiros e alcance similares
aos da família ATR ou mesmo dos
antigos ERJ, da Embraer. O poten-
cial é tão amplo que os governos
da Alemanha e da França concor-
daram em financiar a pesquisa e
o desenvolvimento desse tipo de
aeronave. É possível que a Europa
mantenha o pioneirismo nessa
tecnologia, já que a Pipistrel é um
pequeno fabricante da Eslovênia e
está na liderança dessa corrida entre
as maiores industrias do mundo.
PAINÉIS SOLARES E
HIDROGÊNIO
O uso de painéis solares sobre as
asas, ampliando a possibilidade
de carregamento das baterias
A Airbus trabalha
há vários anos
em uma série
de conceitos
de aeronaves
eletrificadas com
emissão zero

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