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Banco Central do Brasil


Revista Época/Nacional - Notícias
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: Bernardo Mello


Como o deputado Otoni de Paula passou de 7
mil a 120 mil votos em apenas dois anos
criando polêmicas na internet, catapultadas
pelo clã Bolsonaro
Otoni de Paula (PSC-RJ), um dos mais
estridentes apoiadores do governo de Jair
Bolsonaro no Congresso, fez de suas redes
sociais nos últimos meses uma vitrine do
bolsonarismo. Primeiro, no alcance: só em
maio, segundo o Laboratório de Mídias Sociais
e Opinião Pública (ePOCS) da PUC-Rio, ele
angariou 5,4 milhões de interações no
Facebook, sendo superado na bancada
bolsonarista apenas por Carla Zambelli e
Eduardo Bolsonaro. Também faz parte do
script o estilo teatral e eloquente de suas
postagens, que ele cultiva com alguma


dedicação desde os tempos da Câmara de
Vereadores do Rio de Janeiro, onde foi colega
de Carlos Bolsonaro, o filho zero dois do
presidente.

Os exageros digitais de De Paula se tornaram
alvo da Procuradoria-Geral da República em
julho. Em uma transmissão ao vivo no
Facebook, aos berros, o deputado usou termos
como “canalha”, “cabeça de ovo” e “esgoto do
STF”, entre outros impublicáveis, para se referir
ao ministro Alexandre de Moraes, o mesmo
que conduz o inquérito que investiga a
produção de fake news e ataques ao Supremo.
De Paula é investigado no inquérito. “Estava
carregado de muita indignação, usei adjetivos
que foram imprudentes e não eram cabíveis”,
afirmou o deputado a ÉPOCA, já com o ânimo
menos exaltado e ensaiando um pedido de
desculpas. Em sua cruzada mais recente para
agradar aos seguidores ultraconservadores, o
deputado dedicou cinco posts no mesmo dia a
criticar uma marca de cosméticos que usou a
imagem de Thammy Miranda, homem trans,
em uma campanha de Dia dos Pais. Até a
última quinta-feira, somando likes e
comentários, teve mais de 30 mil interações.

De Paula faz parte da bancada pluripartidária
que conseguiu se eleger graças ao uso
desmedido das redes sociais e, mesmo depois
de eleito, semeia polêmicas na internet para
não perder likes. Pastor da Assembleia de
Deus, egresso de uma família de pastores com
atuação política na Baixada Fluminense do Rio,
De Paula foi derrotado em duas eleições (para
vereador, em 2012, e deputado federal, em
2014), mas foi eleito no pleito municipal de
2016, mesmo tendo angariado apenas 7 mil
votos. A mágica foi feita por Carlos Bolsonaro,
que havia sido o mais votado, pelo mesmo
PSC de De Paula, puxando o vereador novato
para o mandato graças ao coeficiente eleitoral.
Foi quando o pastor percebeu que não seria
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