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Revista Veja/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: RICARDO RANGEL

As redes de desinformação são a maior ameaça
a democracia em décadas
Ainda que as contas bolsonaristas tiradas do ar
por Alexandre de Moraes não fossem, em geral,
usadas para expressar opinião, mas para
cometer fraude, a decisão do ministro cerceia a
liberdade de expressão e abre perigoso
precedente — não se combate crime ao arrepio
da Constituição.

É preciso frisar, no entanto, que se trata de
crime fora do comum e extraordinariamente
difícil de combater.

A liberdade de expressão não está na
Constituição apenas porque alguém tem o
direito de dizer o que pensa (afinal, os outros
têm o direito de não ser ofendidos), mas porque
a livre exposição de ideias é de interesse da
sociedade: quando ela ocorre, os argumentos
falsos são desmascarados, as boas ideias
prosperam, as ruins são descartadas, a chance
de alcançar a verdade cresce.

Nas redes sociais, entretanto, informações
verdadeiras e falsas não têm chances iguais: as
falsas são mais interessantes, geram mais likes
e compartilhamentos, viajam muito mais rápido.
E, como viajam dentro de bolhas, fora da vista
de todos, não são desmascaradas.

É um campo fértil para redes de desinformação,
que — explorando big data, estatística,
psicologia e fragilidades nas redes sociais —
impedem o contraditório, monopolizam o
discurso e manipulam opiniões. A liberdade da
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