National Geographic - Portugal - Edição 233 (2020-08)

(Antfer) #1
Nova
Deli

Dongra
1 Nov., 2018
Prayagraj
(Allahabad)

Bathinda

Lahore

10 Out., 2018
Seondha

Lucknow

Kanpur

MariMustafa

Amritsar

17 Julho, 2018
Jaipur

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mu
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Lagosalgado
deSambhar

P l a n í c
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BARRAGEMHARIKE

P.N.PANNA

ÍNDIA


TIBETE

RAJASTÃO

UTTARAKHAND

HARYANA

MADHYA
PRADESH

DELI

PUNJAB

HIMACHAL
PRADESH

UTTARPRADESH

JAMMU
E
CAXEMIRA

N^50 km
Rotadacaminhada
dePaulSalopek

EntradanaÍndia
27 Fev., 2018

Inundação

Seca
Baixa

Alta

Baixa Alta

Vulnerabilidade
emáreasmuito
povoadas

Poluição sob a forma de resíduos industriais, es-
gotos urbanos e escoamentos agrícolas envene-
naram sistemas fl uviais inteiros. No total, cerca
de 600 milhões de pessoas vivem sem água po-
tável sufi ciente. Entretanto, 20 milhões de seres
humanos nascem todos os anos na Índia e cada
um necessita de água para viver.
Caminho durante quase ano e meio pelas pla-
nícies fl uviais do Norte da Índia. Atravesso auto-
-estradas usando passagens pedonais de betão.
Equilibro-me sobre pontes ferroviárias e sento-
-me em cima da mochila em canoas, navegando
rio após rio. Há centenas de rios. Segundo o hin-
duísmo, todos são sagrados, quase divindades.
O futuro da Índia é determinado pelas suas cor-
rentes repletas de sedimentos.
“Vai haver um espectáculo de magia?”, per-
guntam os habitantes do Thar.
As crianças saltitam ao nosso lado, rindo-se.
Erguendo-se como sentinelas, árvores projectam
sombras prateadas sobre as areias de tom amare-
lo-ocre. Os poços locais estão envenenados devi-
do ao excesso de ferro e fl uoreto.
Magia? Claro. Vamos chamar-lhe o truque do
grande desaparecimento.

Sobre as planícies escaldadas pelo sol que ro-
deiam o lago salgado de Sambhar, numa mori-
bunda zona húmida nos arredores de Jaipur, ob-
servamos centenas de fi guras andrajosas que se
deslocam ao longe. Hora após hora, caminham
às arrecuas, arrastando ancinhos de madeira so-
bre a planície branca. São mulheres que extraem
sal. O calor arrebatador engole as suas pernas
magras, devolvendo-lhes em resposta o nosso
olhar. É um abracadabra infernal. Na verdade,
não é nada disso. É apenas um mundo sem água.

O Indo: rio dos rios
ÍNDIA — DO GREGO INDOS, derivado do persa hind,
deu origem à palavra sânscrita sindhu, que signi-
fi ca rio. Onde está o lendário Indo, rio dos rios?
Onde podemos encontrar esta via fl uvial longa
e forte, nascida nos glaciares do Tibete, cuja bacia
se estende sobre mais de um milhão de quilóme-
tros quadrados do planeta Terra? Onde está esse
manancial de civilizações antigas, salva-vidas de
milhões de agricultores da Índia e do Paquistão?
Enquanto atravesso a pé o estado indiano do Pun-
jab, não me parece fácil encontrá-lo.

CHRISTINE FELLENZ
FONTES: LANDSCAN; WHYMAP GWV, BGR & UNESCO 2015

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ÁREA EMDESTAQUE

ÁSIA
Rota
planeada

Nesta região da Índia,
não se encontram
categorias a cinzento.
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