Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Ciclo de redução da Selic entra na


etapa final


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Autor: Lucas Hirata e Victor Rezende De São
Paulo

Depois de testar níveis cada vez mais baixos da
taxa básica de juros, o Banco Central se
prepara agora para aplicar um corte final na
Selic e interromper o ciclo de afrouxamento
monetário. Essa é a perspectiva de grande parte
dos analistas consultados pelo Valor , que veem
um cenário muito tranquilo de inflação a
exemplo da surpresa com os números baixos do
IPCA-15 de julho. O movimento só não é maior
porque os economistas atribuem bastante peso
ao discurso otimista dos dirigentes sobre a
atividade e a sinais de que a economia começa
a reagir, inclusive com uma melhora marginal no

mercado de trabalho.

Em pesquisa conduzida pelo Valor com 87
consultorias e instituições financeiras, uma
ampla maioria de 73 entrevistados projeta
redução “residual” de 0,25 ponto percentual da
Selic, o que levaria a taxa do patamar atual de
2,25% para 2% ao ano. Uma casa, a Oxford
Economics, trabalha com corte mais agressivo,
de 0,50 ponto. Outras 13, porém, trabalham com
a perspectiva de que o ciclo já tenha sido
encerrado em junho e acreditam que a taxa
básica será mantida.

Entre aqueles que estão fora do consenso, os
analistas do banco MUFG Brasil são
categóricos: não há espaço para corte adicional
de juros. Para eles, as perspectivas fiscais têm
piorado diante da queda na arrecadação em um
cenário de forte contração do Produto Interno
Bruto (PIB) e de aumento de gastos
direcionados para a saúde e suporte às famílias
e empresas. “Além disso, a taxa de juros em
termos reais está praticamente no patamar zero
ou, dependendo da métrica, pode estar já no
terrenonegativo, principalmente se
considerarmos que o Banco Central corte os
juros para 2% nesta próxima reunião do
Copom”, segundo os economistas Carlos
Pedroso e Mauricio Nakahodo.

De fato, o grande risco para qualquer cenário é
a situação fiscal e a maneira como o governo
lidará com os programas emergenciais até o fim
do ano. Alguns profissionais afirmam, ainda, que
juros mais baixos podem trazer distorções ao
mercado de câmbio, com uma depreciação
maior do real. Para José Júlio Senna, ex-diretor
do BC, esses elementos ameaçam desancorar
as expectativas de inflação em um horizonte
mais longo e, por isso, a autoridade monetária
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