Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

diminuiu a incerteza, permitindo redução da
taxa de juro real, que ainda assim permaneceu
elevada para padrões internacionais, pois era
necessário sustentar o câmbio administrado.
De 1994 a 1998, a Selic real foi, em média, de
22% ao ano.


A crise de 1998-99 encerrou o Plano Real com
adoção do câmbio flutuante e metas de
inflação. Houve estagnação econômica e alta
volatilidade financeira na transição entre
regimes, mas a mudança iniciada por FHC e
completada por Lula deu certo. Em 1999-05, a
Selic real média caiu para 11% ao ano.


No fim do primeiro mandato de Lula, algumas
sumidades chegaram a dizer que nossa taxa
básica de juro real não poderia cair abaixo de
10% ao ano devido à "incerteza jurisdicional",
mas a realidade provou o contrário.


A partir de 2006, houve nova queda estrutural
da Selic real, por dois motivos: a acumulação
de reservas internacionais reduziu a
vulnerabilidade da economia a choques
internacionais (a herança bendita do PT), e a
crise financeira de 2008 derrubou as taxas de
juro internacionais. Considerando o período de
2006 a 2015, a Selic real média foi 5% ao ano.


Chegamos ao momento atual. Uma vez
superados os choques adversos de preços de
2015-16 (sim, o aumento da inflação daqueles


anos foi basicamente causado por câmbio e
energia), nossa taxa básica de juro voltou a
cair.

Antes da Covid-19, a grande recessão de
2014-16 e a grande estagnação de 2017-19 já
haviam derrubado a inflação e forçado o BC a
cortar a Selic abaixo de sua tendência de longo
prazo. Vieram então a pandemia, o colapso do
nível de atividade econômica e nova redução
dos juros internacionais, empurrando a Selic
real temporariamente para território nulo ou
negativo.

Até quando durará a fase atual? Difícil dizer,
mas as expectativas mais recentes do mercado
apontam Selic nominal de 5,8% em 2024.
Assumindo que a meta de inflação fique em
3,25% a partir de 2023, isso significa Selic real
de aproximadamente 2,5% a "longo prazo".

As atuais expectativas de mercado indicam,
portanto, que a nova redução estrutural da
Selic será de 250 pontos-base em relação ao
verificado em 2006-15. Não é uma queda tão
grande quanto proporcionada pelo Plano Real,
metas de inflação e reservas internacionais,
mas ainda assim é um progresso.?

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
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