Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

estrangeiro geralmente é o que prefere títulos
prefixados e de longo prazo. Diante da baixa
participação desse tipo de investidor na dívida
pública, o alongamento do perfil da dívida é
afetado.


No mais recente Relatório Mensal da Dívida, o
Tesouro mostrou que os não residentes
voltaram a ter variação positiva no estoque
total, de R$ 367 bilhões em maio para R$ 377
bilhões em junho, o que sinaliza que o
estrangeiro parou de sair da dívida pública e,
de forma marginal, até voltou a aplicar no país.
A participação do estrangeiro no total da dívida
ficou em 9,09% em junho. Para efeito
comparativo, em junho de 2019 a participação
estava em 12,3% e, em junho de 2018, era de
11,9%.


“Houve uma grande saída de estrangeiros em
março, mas ele voltou a adicionar alguma
posição. Na prática, a dívida aumentou muito e
a participação do estrangeiro não aumentou na
mesma proporção e então, percentualmente,
diminuiu”, diz Franco. Para ele, o baixo
crescimento do Brasil, em nível bem abaixo do
potencial, foi algo que afastou esse tipo de
investidor nos últimos anos.


Franco, porém, nota que a saída do estrangeiro
não se dá somente no Brasil, mas sim nos
países emergentes. “Vou me preocupar quando
o fluxo que voltar para mercados emergentes
não voltar para o Brasil. O juro de 7% dos
títulos longos está bastante atrativo e o nível de
entrada no câmbio também.”


Ao abordar a situação fiscal do país, Franco
afirma que o aumento de gastos públicos fora
do teto de gastos em 2021 pode emitir “uma
sinalização muito ruim” quanto ao rumo das
contas públicas. “O mercado acreditou no
instrumento e comprou a ideia. Todos sempre
souberam que é necessário abordar a questão


das despesas obrigatórias. A reforma da
Previdência foi um passo importante, mas há
outras despesas que poderiam ser
endereçadas também.”

Na avaliação de Franco, o debate em torno do
realinhamento dos programas sociais é
“legítimo” diante da natureza da crise. “Acho
que podemos aumentar a eficiência de alguns
programas, mas sempre respeitando o teto de
gastos.”

A continuidade do ajuste fiscal se faz
fundamental, defende o coordenador- geral de
planejamento estratégico da dívida pública do
Tesouro, Luiz Fernando Alves. “Te m o s de
retomar o ajuste, entregar um déficit primário
menor e caminhar para um superávit primário.
Se o mercado não tiver a leitura de que vamos
trilhar esse caminho, fica muito difícil sustentar
esse cenário de juros baixos e de crescimento
e, consequentemente, a trajetória da dívida
também não se sustentaria.”

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
Perfil 1 - Reforma da Previdência
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