Clipping Banco Central (2020-08-11)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

alertou para o fato de que o sistema político
concebido no Líbano após a cruenta guerra
civil (1975-1990) é muito frágil, pois tenta
equilibrar os interesses dos cristãos maronitas
e dos muçulmanos sunitas e xiitas "comprando
estabilidade em uma sociedade altamente
diversificada, ao preço da constante falta de
responsabilidade, corrupção, mau governo e
desconfiança". O presidente é sempre um
cristão; o primeiro-ministro, um muçulmano
sunita; e o presidente do Parlamento, um
muçulmano xiita. O rearranjo dessas forças
políticas, sempre à beira de uma ruptura, e a
enorme desconfiança que a população tem em
relação a seus líderes são hoje os dois maiores
desafios para o bom termo do processo de
reconstrução do Líbano.


O presidente francês, Emmanuel Macron, foi o
primeiro chefe de Estado a visitar o país após a
tragédia. Ao caminhar sobre os escombros de
Beirute, Macron foi abordado diversas vezes
por cidadãos libaneses que praticamente
imploravam para que a ajuda financeira
internacional ao Líbano não caia nas mãos "de
políticos corruptos". Além da França, a União
Europeia e o Vaticano também doaram milhões
de euros para a reconstrução de Beirute e
suporte humanitário aos milhares de atingidos
pela explosão.


O presidente Jair Bolsonaro anunciou a
formação de uma missão humanitária que terá
como chefe o ex-presidente Michel Temer. É
uma decisão acertada, em que pese a
inolvidável diferença de tratamento em relação
à tragédia brasileira, a morte de mais de 100


mil pessoas em decorrência da pandemia de
covid-19 no País. Ao ex-presidente Temer, que
aceitou a incumbência, caberá liderar as ações
brasileiras de apoio médico, alimentar e
logístico no Líbano. Vivem no Brasil
aproximadamente 10 milhões de libaneses,
nativos e descendentes, um terço deles em
São Paulo.

Neste momento, é vital a união de forças para,
primeiro, cuidar das pessoas atingidas pelo
desastre e, segundo, dar ao Líbano alguma
estabilidade política e econômica. Uma crise
política no país tem tudo para trazer ainda mais
instabilidade a uma região que há muito vive
conflagrada.

A união de esforços é vital para estabilizar o
Líbano e evitar uma crise na região

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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